Publicado 21/07/2022 15:25
Rio - O presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), Clovis Bersot Munhoz está sendo investigado pela Polícia Civil por causa de uma denúncia de assédio sexual no exercício da profissão contra uma técnica de enfermagem. O caso foi registrado pela vítima no ano passado e encaminhado ao Ministério Público, que pediu mais diligências à polícia.
De acordo com a denúncia, o comportamento e algumas falas do médico teriam causado constrangimento de cunho sexual, o que configuraria assédio. O crime teria acontecido dentro de uma sala de cirurgia onde onde eles trabalhavam na Zona Sul do Rio. Uma testemunha afirmou à polícia que ouviu parte do diálogo entre os dois e confirmou a versão da vítima. Além disso, disse que o médico tem fama de desrespeitar mulheres dentro do hospital.
"O inquérito foi relatado com indiciamento por assédio sexual antes da minha gestão, mas voltou do Ministério Público com a requisição de algumas diligências que nós estamos correndo para cumpri-las o mais rápido possível", disse o delegado Rafael Barcia, titular da 9ª DP (Catete), que investiga o caso.
O Dr. Clovis Munhoz é ortopedista e traumatologista. Ele tomou posse da presidência do Cremerj em fevereiro deste ano. Em nota, o conselho afirmou que tomou ciência da denúncia em agosto de 2021, quando foi instaurado um procedimento administrativo e solicitado esclarecimentos a respeito do caso.
"Ele prestou todas as informações, frisando não ter proferido nenhuma das palavras ali mencionadas. Também informou que, no referido dia, havia feito outras cirurgias e que estavam presentes na sala outras pessoas, como médicos, enfermeiras e instrumentadores. Após apuração interna, não foi encontrado nada em nome de Clovis Bersot Munhoz, razão pela qual ele tomou posse da presidência do Cremerj em fevereiro de 2022.", diz a nota.
Segundo o Cremerj, outras pessoas na sala, que acompanharam o acontecido, afirmaram que Munhoz não praticou assédio contra nenhuma pessoa. Ainda de acordo com o conselho, o presidente tem se "posicionado firmemente perante a sociedade contra casos de abuso sexual em unidades de saúde, tendo agido com celeridade para punir assediadores, como aconteceu recentemente com o caso Giovanni Quintella Bezerra, que foi suspenso provisoriamente do exercício profissional, em menos de três dias após o Conselho ter tido acesso às imagens absurdas recebidas".
Por fim, o Cremerj ressaltou que repudia qualquer tipo de assédio e trabalha junto das autoridades para coibir essa prática criminosa.
O DIA tenta contato com Clovis Munhoz, que não se pronunciou sobre a denúncia. O espaço segue aberto para manifestações.
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