Publicado 04/08/2022 15:02
Rio - O cantor MC Maneirinho publicou uma carta aberta em suas redes sociais, denunciando que seu irmão Yan Luiz Sabino Siqueira foi preso injustamente, durante uma abordagem policial, na tarde desta terça-feira (2), no bairro do Recreio, na Zona Oeste do Rio. O relato do funkeiro afirma que havia um mandado de prisão por tráfico de drogas em aberto, mas, segundo ele, o jovem nunca teve envolvimento com o crime organizado.
Segundo o Programa Segurança Presente, agentes do Recreio Presente participaram da prisão, que ocorreu na Avenida Lúcio Costa. Yan foi encaminhado para a 16ª DP (Barra da Tijuca). Em nota, a Polícia Civil informou que o mandado foi cumprido na distrital. Na publicação, o MC diz que Yan foi preso pela primeira vez em 2018, quando policiais invadiram a casa onde ele morava com a família, na comunidade do Serrão, em Santa Rosa, no município de Niterói, na Região Metropolitana do Rio.
Em 27 de fevereiro, dois dias após ser preso, ele passou por audiência de custódia, e a prisão em flagrante foi convertida em preventiva. Em março do mesmo ano, a denúncia contra o acusado proposta pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) foi recebida pelo juízo da 2ª Vara Criminal de Niterói. Em agosto, a prisão foi relaxada, mas ele continuou respondendo ao processo em liberdade. Em 20 de janeiro de 2020, Yan acabou sendo condenado a oito anos de prisão por associação para o tráfico, com direito de recorrer em liberdade.
Entretanto, no último dia 21 de junho, a 2ª Vara Criminal de Niterói expediu um novo mandado de prisão contra o cantor. "Meu irmão está sendo covardemente condenado por um crime que nunca cometeu. Eu faço sucesso desde 2013 e todo mundo que me acompanha desde o começo sabe que meu irmão esteve sempre comigo, jamais precisaria entrar no tráfico ou cometer qualquer crime pois ele sempre esteve comigo, ele sempre teve minha presença 'pra' tudo, não teria lógica qualquer envolvimento. (O Yan) é querido por geral, é artista igual nós, e 'tá' tendo seu sonho interrompido por essa covardia. Estão tirando um pedaço de mim, mais uma vez destruindo minha família por um crime jamais cometido", desabafou Maneirinho.
A decisão pela condenação afirma que em 25 de fevereiro de 2018, o jovem guardava, para fins de tráfico, 28g de maconha, distribuídos em 19 papelotes, 11g de cocaína, armazenados em 25 unidades de recipiente plástico; além de um rádio transmissor. O documento diz ainda que Yan resistiu à prisão e agiu com violência contra as equipes. Na ocasião, o caso foi registrado pela 77ª DP (Icaraí). Também de acordo com decisão, o crime foi "devidamente evidenciado" pelo auto de prisão em flagrante; laudo de exame de entorpecente; registro de ocorrência; autos de apreensão; laudo de exame de descrição de material; e pela prova oral colhida, em especial os depoimentos dos policiais militares.
Em depoimento, um dos PMs que participaram da ação disse que não trocou tiros com o jovem, mas que as equipes entraram em confronto com criminosos. Ele relatou que no momento dos disparos, Yan correu para dentro da própria casa e ressaltou ainda que nenhuma arma foi encontrada com ele. Um outro policial também relatou que familiares do acusado estavam na residência, e que quando chegou ao local, o rádio transmissor que estava desligado já havia sido encontrado.
O mesmo militar também declarou que encontrou no quarto que seria do preso, uma sacola com drogas em cima do armário. De acordo com a oitiva, Yan teria negado que seria traficante e que as drogas eram suas, mas não soube explicar o porquê dos entorpecentes estarem no local. O policial chegou a dizer que perguntou se alguém teria pedido para que ele guardasse o material, mas ele não teria respondido.
Já o depoimento de um familiar do cantor afirma que o rádio transmissor teria sido colocado pelos PMs que entraram na casa. A testemunha diz que havia mexido na gaveta do guarda-roupa de Yan pouco antes de o equipamento ter sido encontrado no mesmo local. Mas, segundo ela, o objeto não estava lá antes. O relato também dá conta de que um dos policiais teria dito que só iria conversar com o jovem e dependendo da conversa, ele não seria preso.
No momento em que o rádio foi encontrado, Yan teria se assustado e perguntado à testemunha sobre a procedência dele. "Eles não falaram por que eles estavam entrando ali; que eu em nenhuma vez soube da participação do Yan no tráfico, em nenhuma vez eu 'vi ele' lá participando de tráfico, a única coisa que já vi, que já presenciei, foi ele fumando a maconha dele; que ele é usuário, como eu falei para os policiais" afirmou a testemunha.
Em juízo, o jovem negou ter envolvimento com o tráfico de drogas e alegou que estava dormindo quando foi acordado pelos PMs, que o acusaram de ser "frente da comunidade". Ele também disse que as drogas não pertenciam a ele, mas que foram encontradas depois que um militar ficou por um tempo sozinho no quarto. Yan também negou que tenha corrido de um tiroteio e afirmou que estava o tempo todo em casa. Mas, a decisão entendeu que "a versão do acusado de que a droga e o rádio apreendidos não lhe pertenciam, não encontra amparo em qualquer elemento integrante do mosaico probatório, restando completamente isolada e dissociada das demais provas dos autos".
A decisão pela condenação afirma que em 25 de fevereiro de 2018, o jovem guardava, para fins de tráfico, 28g de maconha, distribuídos em 19 papelotes, 11g de cocaína, armazenados em 25 unidades de recipiente plástico; além de um rádio transmissor. O documento diz ainda que Yan resistiu à prisão e agiu com violência contra as equipes. Na ocasião, o caso foi registrado pela 77ª DP (Icaraí). Também de acordo com decisão, o crime foi "devidamente evidenciado" pelo auto de prisão em flagrante; laudo de exame de entorpecente; registro de ocorrência; autos de apreensão; laudo de exame de descrição de material; e pela prova oral colhida, em especial os depoimentos dos policiais militares.
Em depoimento, um dos PMs que participaram da ação disse que não trocou tiros com o jovem, mas que as equipes entraram em confronto com criminosos. Ele relatou que no momento dos disparos, Yan correu para dentro da própria casa e ressaltou ainda que nenhuma arma foi encontrada com ele. Um outro policial também relatou que familiares do acusado estavam na residência, e que quando chegou ao local, o rádio transmissor que estava desligado já havia sido encontrado.
O mesmo militar também declarou que encontrou no quarto que seria do preso, uma sacola com drogas em cima do armário. De acordo com a oitiva, Yan teria negado que seria traficante e que as drogas eram suas, mas não soube explicar o porquê dos entorpecentes estarem no local. O policial chegou a dizer que perguntou se alguém teria pedido para que ele guardasse o material, mas ele não teria respondido.
Já o depoimento de um familiar do cantor afirma que o rádio transmissor teria sido colocado pelos PMs que entraram na casa. A testemunha diz que havia mexido na gaveta do guarda-roupa de Yan pouco antes de o equipamento ter sido encontrado no mesmo local. Mas, segundo ela, o objeto não estava lá antes. O relato também dá conta de que um dos policiais teria dito que só iria conversar com o jovem e dependendo da conversa, ele não seria preso.
No momento em que o rádio foi encontrado, Yan teria se assustado e perguntado à testemunha sobre a procedência dele. "Eles não falaram por que eles estavam entrando ali; que eu em nenhuma vez soube da participação do Yan no tráfico, em nenhuma vez eu 'vi ele' lá participando de tráfico, a única coisa que já vi, que já presenciei, foi ele fumando a maconha dele; que ele é usuário, como eu falei para os policiais" afirmou a testemunha.
Em juízo, o jovem negou ter envolvimento com o tráfico de drogas e alegou que estava dormindo quando foi acordado pelos PMs, que o acusaram de ser "frente da comunidade". Ele também disse que as drogas não pertenciam a ele, mas que foram encontradas depois que um militar ficou por um tempo sozinho no quarto. Yan também negou que tenha corrido de um tiroteio e afirmou que estava o tempo todo em casa. Mas, a decisão entendeu que "a versão do acusado de que a droga e o rádio apreendidos não lhe pertenciam, não encontra amparo em qualquer elemento integrante do mosaico probatório, restando completamente isolada e dissociada das demais provas dos autos".
Nesta quinta-feira (4), o irmão de MC Maneirinho vai passar por uma nova audiência de custódia, na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio. Em nota, o advogado Paulo Lucas Joiozo, que defende Yan, afirmou que "trata-se de um processo em que foi condenado um indivíduo primário de bons antecedentes, com atividade laboral lícita, o que foi efetivamente demonstrado nos autos do processo, não deixando dúvidas de que Yan não possui a vida voltada para o crime".
A defesa também alega que no caso "há uma flagrante nulidade que não foi reconhecida, eis que os policiais militares adentraram o domicílio de Yan sem qualquer ordem judicial para tanto, e mesmo assim, ele foi condenado como se traficante fosse. Não bastasse isso, vinha recorrendo em liberdade de tal injustiça e por um erro do judiciário teve seu direito de recorrer cerceado. Agora segue preso e entregue a própria sorte, aguardando por 'justiça'", completou o advogado.
A defesa também alega que no caso "há uma flagrante nulidade que não foi reconhecida, eis que os policiais militares adentraram o domicílio de Yan sem qualquer ordem judicial para tanto, e mesmo assim, ele foi condenado como se traficante fosse. Não bastasse isso, vinha recorrendo em liberdade de tal injustiça e por um erro do judiciário teve seu direito de recorrer cerceado. Agora segue preso e entregue a própria sorte, aguardando por 'justiça'", completou o advogado.
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