Publicado 04/08/2022 16:11
Rio - A Polícia Civil procura por outras possíveis vítimas do pastor Fábio Henrique de Jesus, líder da Igreja Pentecostal Deus de Justiça, no Antares, Zona Oeste do Rio, que relataram terem sido abusadas pelo religioso nas redes sociais. A primeira vítima a denunciar e incentivar que outras mulheres falassem dos casos de abuso cometido pelo pastor foi Nayara Kelly Almeida. Ela registrou um boletim de ocorrência no último dia 31 de julho e contou que estava em casa quando Fábio Henrique se aproveitou de um momento de oração para esfregar o órgão genital nela. Nayara conta ainda que o caso aconteceu na frente do filho pequeno dela.
Revoltada com a situação, ela o expulsou de sua casa e registrou um boletim de ocorrência na 36ª DP (Santa Cruz) no mesmo dia. "Se você já foi vítima desse monstro, não fique com vergonha e denuncie. Ele não pode continuar impune de tudo que já fez", pediu Nayara por meio das redes sociais.
Após o pedido, outras mulheres enviaram mensagem para ela relatando terem sido vítimas de Fábio. "Eu também fui vítima do pastor. Que ódio. Eu tô apavorada. Estávamos fazendo uma campanha de 7 dias. Ele orava muito próximo a mim, muito próximo mesmo. Eu ficava desconfortável", escreveu uma das fiéis. Uma outra mulher relatou: "Sei que isso não é mentira sua, também aconteceu comigo. Na época, como eu tinha acabado de me afastar da igreja, deixei para lá. Muito iam dizem que por ele ser um "homem de Deus" eu estaria sendo usada por satanás". disse.
Uma outra mulher, que não quis se identificar, disse ao RJTV1 um outro episódio de abuso, mas dessa vez envolvendo uma grávida. "Ele botou a gente em círculo e mandou fechar os olhos. Quando eu abri, ele já estava esfregando as partes íntimas atrás da minha comadre e passou para outra menina. Ele viu que eu estava vendo e me puxou e esfregou minha cara nos seios dela. No final da oração ele me perguntou: Você quer falar alguma coisa?, em tom de ameaça. Então fiquei quieta".
O delegado titular da 36ª DP, Fábio Luiz da Silva, responsável pela investigação, informou que os agentes estão tentando encontrar essas outras possíveis vítimas e que o suspeito ainda não tem um pedido de prisão. "A investigação está em andamento e estamos tentando identificar outras possíveis vítimas. Temos que juntar bem mais elementos para fundamentar um pedido de prisão", explicou.
Moradores do bairro onde o caso aconteceu afirmam que o pastor fugiu e a igreja também não está mais realizando cultos, como costumava fazer três vezes na semana.
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