Publicado 07/08/2022 15:52
Rio - O prefeito do Rio, Eduardo Paes, anunciou, em entrevista á Rádio CBN, que haverá Carnaval na Marquês de Sapucaí em julho de 2023. A atração, chamada de CarnaRio, será produzida por três empresas privadas (V3A, Dream Factory e K7a4) e acontecerá dias 15 e 16 de julho, na Apoteose, no Centro da capital. Segundo o grupo empresarial, serão 12 horas de desfile dos blocos carnavalescos em cada dia e o público terá a opção de desfilar junto na passarela do samba ou assistir nas principais áreas do sambódromo.
Mas, o assunto já vem dividindo opiniões e gerando dúvidas de como serão os desfiles. Blocos tradicionais como Bola Preta, Cacique de Ramos e os 11 integrantes da Liga da Sebastiana (Associação Independente dos Blocos da Zona Sul e do Centro do Rio de Janeiro) não foram consultados. A presidente da Liga, Rita Fernandes, diz que não há interesse inicial em participar de um carnaval fora de época e fala que a iniciativa não partiu dos blocos. Presidente do Bola Preta, Pedro Marinho, afirma não ter opinião formada, mas vê como positivo para cidade a ideia no geral. Já o gestor do Cacique de Ramos, Márcio Nascimento, garante que 'o Cacique estará onde for convidado'.
A expectativa é que o evento reúna 80 mil pessoas na edição de estreia e que esse número aumente no ano seguinte, com ampliação do calendário dos fins de semana no mês. As empresas farão divulgação de mais dados ao longo desta semana, mas antecipou que o intuito é atrair o turista de outras partes do país e movimentar a economia da cidade, como comércio e a rede hoteleira.
Já o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Perlingeiro, apoia do Carnaval em julho, mas mostra preocupação de turistas, ainda mais os estrangeiros, não contarem com glamour caso as Escolas de Samba não sejam contempladas na festa fora de época. "Eu debati esse assunto com órgãos públicos e do setor hoteleiro, pois o turista estrangeiro poderia vir em peso da Europa e dos Estados Unidos, pois estão de férias neste período. Mas, evento somente de bloco, não vai ter glamour e não atrairá este público que tanto ajuda a economia no Carnaval de fevereiro. Fora que seria um dinheiro a mais para as Escolas de Samba. Certamente, se for repensando em convidá-las, as agremiações vão topar", antecipa.
Para Perlingeiro, o ideal é agregar a Liga não para competir, mas divulgar o Carnaval do próximo ano. "Poderia, inclusive, homenagear os 200 anos de Independência ou ter temas livres. Também seria oportunidade para apresentar o enredo do ano seguinte, já que estará definido nesta época. Bloco não tem alegoria para apresentar e nós poderíamos levar, nem que fossem duas", completa o presidente da Liesa.
A Prefeitura do Rio esclarece que apoia o evento, mas as definições ficam por conta das empresas realizadoras, que são as responsáveis pela escolha das atrações.
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