Projeto Esporte Presente na Cohab de RealengoDivulgação
Publicado 14/08/2022 14:58
Quem não mora na Cohab de Realengo, por mais que ouça falar do projeto Esporte Presente realizado no campo, não consegue ter uma ideia real do quanto transformou a realidade da comunidade. Aliás, "campo" é passado. Desde quando o Governo do Estado investiu na ação, os moradores rebatizaram o local, que virou o "Maracanã da Cohab". E a grandiosidade da iniciativa pode ser conferida todos os dias, na parte da manhã e à noite, quando crianças, adultos e idosos se exercitam e se divertem em diversas modalidades.
No entorno, quem não é de se exercitar acompanha o movimento, os filhos ou simplesmente relaxa tomando uma gelada em um dos quiosques na praça. Um dos módulos do Bairro Presente instalado ao lado garante também a segurança.
- Melhorou a saúde, o convívio e a forma de a gente encarar a vida. Transformou comportamento, transformou tudo - conta a aposentada Regina Maria do Nascimento, de 64 anos, que era sedentária, sofria de síndrome de ansiedade, depressão e se recuperou das graves sequelas da Covid-19 que comprometiam sua mobilidade, no circuito funcional e nas aulas de zumba, sempre muito animadas.
Uma das coordenadoras do projeto, Mariane Rarmouche, lembra que o campo de grama sintética já foi um grande terreno de saibro e areia abandonado, que incomodava muito os moradores quando alguma atividade física acontecia ali. Eram recorrentes também casos de alergia e crises respiratórias nas crianças em função da poeira.
- Havia reclamação constante, pois levantava muita poeira e invadia os apartamentos no entorno. A grama sintética colocou um ponto final no problema e marcou uma nova fase – lembra Mariane.
Menino de 11 anos jogou futebol pela primeira vez
São cerca de 200 crianças e adolescentes frequentando diariamente aulas de futebol, jiu-jitsu, judô e muay-thai. Como Cauã Matheus, de 11 anos, filho de Jaqueline Márcia, que nunca tinha jogado futebol antes do projeto.
- Ele só se divertia com a bola na pracinha, com o pai. No início não queria vir, dizia que não sabia jogar. Com a ajuda dos professores e dos amigos ele evoluiu muito e agora ama futebol, quer ser jogador - diz Jaqueline.
Aline Cunha de Barros, mãe de Olívia Barros, de 9 anos, que está na turma de jiu-jitsu, diz que ficou surpresa ao descobrir o amor da filha pelas lutas.
_Ela gosta muito, não perde uma aula e quer lutar o tempo todo, inclusive em casa, com o pai e o irmão. Influenciou positivamente também em seu desempenho escolar e de quebra, a ajudou a perder peso, que era outra preocupação - explica a mãe.
Izabelle Barreto, 14 anos, que também faz aulas de jiu-jitsu, se empolga ao falar das aulas.
- É muito bom, fico ansiosa esperando as aulas começarem. Fiz muitos amigos aqui e estou amando lutar. Quero me dedicar, melhorar cada vez mais.
Quem também não gosta de faltar ao treino é João Guilherme Vicente, 11 anos.
_ Está sendo muito importante para toda a família. É uma opção pertinho de casa, com ótimos professores e de graça. João Guilherme espera ansiosamente pelas aulas e os benefícios vão além da prática de uma atividade física, pois ele está interagindo melhor com as pessoas, fazendo amigos – explica Jorge Luiz Braga de Campos, o pai de João Guilherme.
Projeto estimula sonhos da garotada
O projeto abriu portas para as crianças que sonham em seguir a carreira de jogador, como Vitor Hugo Gomes Ribeiro, 11, atleta federado do Campo Grande Atlético Clube, e Kauã Tavares, da mesma idade, que treina Sport Club Boa Vista.
- Treinamos todos os dias aqui e jogamos em equipes opostas, em competições organizadas pelos professores. Isso nos motiva muito - afirma Kauã.
A equipe de profissionais, formada por ex-atletas e educadores físicos que conquistou a turminha, conseguiu também desenvolver um projeto inclusivo que vem surpreendendo pais de crianças portadoras de deficiência e quadros de transtornos. Familiares e psicopedagogos comemoram evoluções no desenvolvimento global, físico e intelectual, inclusive no desempenho escolar, como conta Amanda Motta, mãe de Iago, que tem TDAH, e Robert, portador do espectro autista. Os dois são matriculados na escolinha de futebol.
- O projeto está sendo fundamental para o desenvolvimento da parte motora e intelectual. Antes das aulas, Iago mal conseguia chutar. Robert também tinha limitações. Passaram também a interagir mais – destaca a mãe.
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