Publicado 16/08/2022 18:53 | Atualizado 17/08/2022 13:06
Rio - O Rio de Janeiro deve receber um centro de coleta de material para testagem para varíola dos macacos (monkeypox). Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), o polo deve ser instalado nas próximas semanas. O local escolhido para o centro ainda não foi definido, e o Maracanã é uma das possibilidades. Segundo a SES, o serviço será realizado apenas para pacientes encaminhados por unidades de saúde, após exame clínico.
As amostras serão enviadas para análise no Laboratório de Enterovírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e nos Laboratórios de Biologia Molecular de Vírus e de Virologia Molecular da UFRJ, que são referenciados pelo Ministério da Saúde no estado do Rio.
O infectologista Luiggi Miguez Dantas entende que essa é uma das principais medidas a serem tomadas no momento. Além disso, alerta para a necessidade de campanhas de conscientização da doença, principalmente com informações de prevenção para os grupos mais vulneráveis.
"Hoje, um dos maiores problemas é não fazer o diagnóstico. É caro, então poucos laboratórios particulares e públicos fazem. Uma maior disponibilidade de teste, através do RT-PCR, é importante. Essa é a principal medida, mas campanhas de esclarecimento sobre medidas de prevenção são importantes também. Principalmente orientações para grupos específicos mais vulneráveis. O diagnóstico precoce, a identificação de quem teve contato com a pessoa infectada e o isolamento dos pacientes são fundamentais", explicou.
De acordo com a pasta, foram registrados 368 casos da varíola dos macacos no Rio. Desse total, 347 são homens, o que corresponde a 94,3%. Além disso, 70% têm entre 30 e 39 anos. São 260 casos nessa faixa etária.
O Ministério da Saúde informou que foram realizados 8.850 testes, até o momento, no Brasil. Oito unidades de referência realizam esses diagnósticos no país.
A infectologista Tânia Vergara também acredita que um número maior de testes é positivo para o controle da doença. "Aumentar a possibilidade de teste é bom. Para controlar uma epidemia, primeiro aumenta o diagnóstico. Segundo, isola as pessoas com suspeita até que se confirme ou não. Uma vez com a confirmação, elas devem cumprir o isolamento até que todas as lesões desapareçam. Isso, em geral, demora cerca de 21 dias", comentou.
A principal forma de transmissão da doença é feita pelo contato de uma com as lesões de pele de uma pessoa infectada. Além disso, pode ser transmitida por objetos contaminados, como roupas, lençóis e toalhas. O vírus também pode ser transmitido pela respiração, por um contato próximo face a face, pela saliva.
Os pacientes são aconselhados a procurar atendimento médico caso identifiquem feridas na pele, principalmente se acompanhadas de febre e inchaço nos gânglios. Outros sintomas são: dores de cabeça, dores musculares, dor nas costas, calafrios e exaustão.
Segundo o Ministério da Saúde, os sintomas desaparecem em poucas semanas na maioria dos casos. No entanto, é possível a ocorrência de casos graves e óbitos. Até o momento, uma morte foi registrada no Brasil.
Casos
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Rio de Janeiro registrou 368 casos de varíola dos macacos até às 13h desta terça-feira (16). Além disso, 422 pacientes seguem em investigação e 34 são tratados como prováveis.
A maior parte dos casos está concentrada na Região Metropolitana I, com 312 infectados. Em seguida, estão Região Metropolitana II (35), Região Serrana (4), Médio Paraíba (2), Norte Fluminense (2), Baixada Litorânea (2) e Noroeste Fluminense (1). Dez casos ainda não tiveram a localização informada.
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