Publicado 16/08/2022 19:03 | Atualizado 16/08/2022 19:40
Rio - O ex-assessor e editor de vídeos Mateus Souza de Oliveira, que trabalhava para o vereador Gabriel Monteiro, disse, durante depoimento à Comissão de Ética da Câmara, detalhes da relação abusiva do parlamentar com seus funcionários. Segundo relato da testemunha, o ex-PM pedia para masturbar funcionários e chegou a forçar seguranças a tirar a roupa de um membro da equipe para lamber suas partes íntimas. A cassação do parlamentar será decidida nesta quinta-feira (18).
"Ele pedia, diversas vezes, carinho, seja aqui, seja para fazer carinho na cabeça dele, seja até mesmo para masturbá-lo (...) Tanto eu masturbá-lo quanto ele pedia ao contrário também, diversas vezes, Diversas vezes (...) muitas das vezes ele botava o órgão sexual dele para fora e queria passar na gente assim, como já chegou a passar no nosso braço", comentou o assessor.
De acordo com o ex-funcionário, em uma situação de abuso Gabriel Monteiro chegou obrigar seus seguranças a tirar a roupa de outro membro da equipe para que ele pudesse lamber o ânus desse profissional.
"Teve até uma situação muito curiosa, que foi no segundo dia do Heitor lá no Gabriel. O Gabriel já 'tava' meio bêbado, tinha um podcast... A gente tinha um podcast. O Gabriel bebia todo o podcast. E ele pediu 'pros' seguranças pegarem o Heitor, tirar a roupa dele, porque ia lamber o orifício anal do Heitor. Coisa que o(s) seguranças, de fato, pegaram, tiraram a calça, mas o Gabriel não fez nada. O Gabriel jogou (uma bebida energética) naquela parte lá, entendeu?", disse o membro da equipe.
Heitor Monteiro, de 21 anos, também é ex-assessor do parlamentar e membro da equipe que produzia conteúdo para as redes sociais do ex-PM. Ele e Vinícius Hayden Witeze, que morreu pouco tempo após prestar depoimento sobre o vereador, foram os dois primeiros a falar à Comissão de Ética da Câmara.
Em seu depoimento, Mateus disse que pensou em desistir do trabalho para o vereador por diversas vezes por conta dos abusos sofridos durante o trabalho. "Sim, muitas vezes. Muitas vezes. Todo mundo que estava ali achava também um ambiente extremamente pesado e, de fato, era ruim. Só que a gente não tinha coragem de sair do Gabriel. De fato, eu recebia muito bem no Gabriel. Para um garoto de 20 anos, que eu entrei lá, e agora tenho 21...era um salário muito bom", lembra.
A questão financeira, segundo ele, era reforçada muitas vezes pelo próprio Gabriel Monteiro para convencer os funcionários a permanecerem. "Até o próprio Gabriel falou pra mim que eu não ia conseguir achar um emprego assim na minha vida novamente, até porque tudo que eu tinha era por causa dele", mencionou.
A declaração faz parte dos depoimentos do ex-assessor à Comissão de Ética da Câmara que vieram à tona no último fim de semana, após decisão da Justiça levantar o sigilo das declarações.
O destino do ex-PM na Câmara de Vereadores do Rio deve ser decidido, nesta quinta-feira (18), quando os parlamentares votarão pela cassação ou não do mandato do parlamentar. Gabriel Monteiro atualmente está filiado ao PL-RJ, onde ele já é pré-candidato à vaga de deputado federal pelo Rio.
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