Publicado 28/08/2022 17:55
Rio - Um jovem de 17 anos morreu após ser atingido por tiros, na noite deste sábado (27), dentro da casa em que morava, em Jardim Paraíso, bairro de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Marlei Antunes de Jesus Santos chegou a ser socorridos por familiares que estavam em casa, mas chegou sem vida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Patrícia Marinho.
A namorada dele, identificada apenas como Tauane, 21 anos, teve o braço ferido e foi levada ao Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI), onde precisou passar por uma cirurgia e segue internada na unidade. Não há informações sobre o estado de saúde dela.
Segundo a tia de Marlei, Tatiane de Jesus Santos, 38 anos, o rapaz teria chegado do batizado do sobrinho em uma igreja próxima ao local e estavam no quintal, na parte externa da casa. Algum tempo depois, ouviram um tiroteio na rua e, em seguida, o jovem estava caído no chão. A namorada dele, já ferida, correu para dentro de casa para se proteger dos tiros.
Tatiana, então, ligou para a mãe do jovem, Cristiane jesus Santos, 42 anos, que trabalha como acompanhante de idosos, na Taquara, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, para avisar o que houve. Assim que perceberam o fim do tiroteio, saíram para pedir ajuda. Segundo o relato da parente, ligaram para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Porém, devido à demora da chegada de uma ambulância para prestar socorro, um vizinho colocou Marlei no carro e o levou até a UPA. Ele chegou à unidade de saúde sem vida.
De acordo com a mãe, Marlei trabalhava como entregador em uma loja de material de construção na Avenida Abílio Augusto Távora, perto da casa onde morava. Ela negou envolvimento do jovem com o crime, nem passagem pela polícia. Contou ainda que a comunidade tem sofrido há algum tempo com confrontos entre traficantes e milicianos, que tentam tomar o controle da região.
"Meu filho era trabalhador. Ele estava feliz porque conseguiu juntar quase todo o dinheiro para fazer um curso de operador no Light, que começaria agora em Setembro. Infelizmente, não vai poder fazer mais por causa da violência", lamentou.
A tia de Marlei, Tatiana, afirmou que as balas perfuraram diversas partes da casa, além de eletrodomésticos, como a máquina de lavar e, por pouco, não atingiram a filha do jovem, de apenas um ano. "Quando estava em casa, ele sempre a pegava no colo. Como tínhamos acabado de chegar da igreja, tinham outras pessoas na casa e ele não estava com ela".
A Polícia Militar divulgou, na manhã deste domingo (28), uma nota relatando uma operação na comunidade do Grão Pará. Segundo a corporação, um suspeito teria sido atingido e levado ao Hospital Geral de Nova Iguaçu. Com ele, teria sido apreendido um fuzil. A família nega que Marlei tenha sido ferido em confronto, e nem socorrido pelos policiais. Procurada para saber se já identificou o homem que foi socorrido pelos militares, a assessoria não respondeu.
A assessoria da Polícia Civil informou que as investigações estão sendo conduzidas pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Questionada se realizou alguma diligência para apurar a morte do jovem, respondeu que "atualizará, assim que possível".
Procurada pelo Dia, a Secretaria de Saúde de Nova Iguaçu não retornou o contato com o estado da jovem internada. Ainda não há informações sobre o sepultamento de Marlei Antunes.
Reportagem feita por Paulo Sergio Costa
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