Publicado 29/08/2022 14:07
Rio - Será enterrado, nesta segunda-feira, o corpo do jovem Marlei Antunes de Jesus Santos, de 17 anos, morto após ser baleado dentro de casa na comunidade do Grão Pará, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O jovem havia acabado de sair de um batizado em uma igreja perto do local em que mora. Já em casa, foi baleado no quintal, segundo parentes que o socorreram. Marlei deu entrada, sem vida, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Patrícia Marinho. Para realizar o sepultamento, que será no Cemitério de Marapicu, na mesma cidade, às 16h, a família precisou contrair um empréstimo bancário.
A namorada do rapaz, Thauane Kelly do Nascimento, de 21 anos, também foi atingida dentro da casa e levada para a mesma unidade, e depois transferida para o Hospital Geral de Nova Iguaçu, onde passou por uma cirurgia. Segundo boletim da Secretaria de Saúde de Nova Iguaçu, o estado de saúde da jovem é estável. Ela teve fratura exposta num dos braços, foi operada de emergência e segue internada.
Segundo a mãe do rapaz, Cristiane de Jesus Santos, que trabalha como acompanhante de idosos, o atraso na definição do sepultamento aconteceu devido a um problema no pagamento do plano de assistência funeral que ela fez para a família. O débito da mensalidade, que era feito pelo cartão de crédito da mulher, não aconteceu e a empresa se negou a arcar com as despesas do enterro. Ela precisou, então, fazer um empréstimo para poder pagar os custos do cartório e da funerária. Só assim pôde ir ao cartório e pagar os documentos para liberar o corpo de Marlei no Instituto Médico Legal (IML) de Nova Iguaçu.
"Como não tinha descontado a mensalidade desse mês, a empresa disse que ainda estava no prazo de carência, porque havia pouco tempo que eu tinha feito o plano, só quatro meses. Então se negaram a pagar o velório do meu filho. Eu tive que tirar um empréstimo no cartão de crédito para ter o dinheiro", disse, emocionada, a mãe.
A mãe acrescentou que o jovem trabalhava como entregador em uma loja de material de construção próxima à casa onde morava há cerca de um ano e juntava dinheiro para fazer um curso de elétrica pela Light, operadora de energia, no mês de Setembro.
A assessoria da Polícia Civil ainda não se pronunciou se o rapaz tinha antecedentes criminais, nem se o suspeito socorrido na operação da Polícia Militar na comunidade Grão Pará, na noite de sábado (27), foi identificado. Informou que diligências estão sendo realizadas para apurar a dinâmica do crime.
A Polícia Militar confirmou, neste domingo (28), por meio de nota, que realizou uma operação na comunidade Grão Pará e, após ser recebida a tiros, baleou e socorreu um suspeito ao Hospital Geral de Nova Iguaçu. Com ele teria sido apreendido um fuzil e munições. O homem não foi identificado.
Na tarde desta segunda (29), a corporação enviou nova nota, informando que "policiais militares do 20º BPM (Mesquita) foram acionados para averiguar a entrada de duas pessoas feridas na UPA de Cabuçu, o que foi confirmado pelos agentes. Posteriormente, equipes atuaram na Comunidade do Grão Pará, onde houve confronto, e um criminoso foi atingido, sendo socorrido ao Hospital Geral de Nova Iguaçu".
Os familiares do jovem negam que houvesse uma operação no momento em que Marlei foi atingido.
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