Publicado 05/09/2022 09:00
Rio - Eles conseguiram driblar todas as dificuldades do caminho e se transformaram em exemplos motivadores para outras crianças. Ex-alunos de balé clássico do Centro de Referência da Juventude (CRJ) Manguinhos, em Benfica, na Zona Norte do Rio, tiveram um encontro na quinta-feira, quando foi comemorado o Dia do Profissionais do Balé, com as pequenas bailarinas que ainda estudam no local. As histórias dos professores de dança Beatriz Manso, de 23 anos, e Yuri Perroni, de 28 anos, mostram que o balé também é uma ferramenta de transformação social. O CRJ Manguinhos passou por obras de melhorias e foi reaberto à população em maio deste ano.
'Fada'
Com os olhares atentos das alunas do CRJ Manguinhos, programa do governo ligado à Secretaria Estadual de Ações Comunitárias e Juventude, Beatriz e Yuri conversaram com meninas do projeto. Em seu relato, a professora de balé Beatriz, que é nascida e criada no Conjunto Habitacional da Favela do Jacarezinho, disse para as meninas persistirem em seus sonhos.
"Uma vez estava tirando fotos com a roupa de bailarina na comunidade quando uma menina se aproximou e perguntou se eu era uma fada. O fato de morarmos na favela e sermos vistos por essas crianças até com a nossa roupa de trabalho é um exemplo de que é possível ser bailarina, mesmo morando em uma comunidade. Me considero resultado de vários projetos sociais pelos quais passei", conta.
Beatriz teve o seu primeiro contato com a dança por meio de um projeto social em 2007, e se formou como bailarina no ano passado, dançando na Grande Sala da Cidade das Artes. Atualmente, ela é habilitada e sindicalizada como bailarina.
"É a realização do meu primeiro e maior sonho de vida. Hoje sou professora titular no Centro de Dança Rio, lugar no qual achei que nem conseguiria me manter, e na Escola Nacional de Dança. O balé é uma atividade cara, a sapatilha custa caro. Você precisa de um responsável para te levar às aulas, o que muitas meninas não conseguem. Mas, apesar dos percalços, é possível", assegura Beatriz.
Com os olhares atentos das alunas do CRJ Manguinhos, programa do governo ligado à Secretaria Estadual de Ações Comunitárias e Juventude, Beatriz e Yuri conversaram com meninas do projeto. Em seu relato, a professora de balé Beatriz, que é nascida e criada no Conjunto Habitacional da Favela do Jacarezinho, disse para as meninas persistirem em seus sonhos.
"Uma vez estava tirando fotos com a roupa de bailarina na comunidade quando uma menina se aproximou e perguntou se eu era uma fada. O fato de morarmos na favela e sermos vistos por essas crianças até com a nossa roupa de trabalho é um exemplo de que é possível ser bailarina, mesmo morando em uma comunidade. Me considero resultado de vários projetos sociais pelos quais passei", conta.
Beatriz teve o seu primeiro contato com a dança por meio de um projeto social em 2007, e se formou como bailarina no ano passado, dançando na Grande Sala da Cidade das Artes. Atualmente, ela é habilitada e sindicalizada como bailarina.
"É a realização do meu primeiro e maior sonho de vida. Hoje sou professora titular no Centro de Dança Rio, lugar no qual achei que nem conseguiria me manter, e na Escola Nacional de Dança. O balé é uma atividade cara, a sapatilha custa caro. Você precisa de um responsável para te levar às aulas, o que muitas meninas não conseguem. Mas, apesar dos percalços, é possível", assegura Beatriz.
Vencendo o preconceito
O bailarino Yuri Perroni, de 28 anos, que integra o CRJ Manguinhos desde 2019, hoje também é professor de jazz, samba, balé e atua como mestre-sala no carnaval. O bailarino, que precisou driblar o preconceito até da família, diz não ser fácil se manter na dança até se tornar um profissional.
"O balé é a minha vida, a base de tudo que faço hoje em dia. O balé me transformou, me moldou e me fez ser um adulto muito mais maduro e responsável. O balé me ajuda em tudo que faço na vida, pois aprendi a ser responsável, leve e muito determinado. Então, quando tenho um trabalho fora da dança, eu executo com maestria" apontou Yuri.
O bailarino Yuri Perroni, de 28 anos, que integra o CRJ Manguinhos desde 2019, hoje também é professor de jazz, samba, balé e atua como mestre-sala no carnaval. O bailarino, que precisou driblar o preconceito até da família, diz não ser fácil se manter na dança até se tornar um profissional.
"O balé é a minha vida, a base de tudo que faço hoje em dia. O balé me transformou, me moldou e me fez ser um adulto muito mais maduro e responsável. O balé me ajuda em tudo que faço na vida, pois aprendi a ser responsável, leve e muito determinado. Então, quando tenho um trabalho fora da dança, eu executo com maestria" apontou Yuri.
Autoconhecimento
Quem também passou pelo CRJ Manguinhos foi a modelo Raquel Felix, 21 anos, moradora do Jacarezinho. Ela fez as aulas de balé entre 2016 e 2018. "O balé representa muitas coisas na minha vida. Uma delas é a satisfação de conseguir me comunicar com o meu corpo, entender suas expressões. Com o balé, tive a possibilidade de abrir novos horizontes através dos seus movimentos e me sentir livre. Essa dança me ajudou bastante a conhecer e entender meu corpo, expressões corporais e até mesmo faciais, porque para trabalhar como modelo, é necessário você conhecer a si mesma", explicou.
Quem também passou pelo CRJ Manguinhos foi a modelo Raquel Felix, 21 anos, moradora do Jacarezinho. Ela fez as aulas de balé entre 2016 e 2018. "O balé representa muitas coisas na minha vida. Uma delas é a satisfação de conseguir me comunicar com o meu corpo, entender suas expressões. Com o balé, tive a possibilidade de abrir novos horizontes através dos seus movimentos e me sentir livre. Essa dança me ajudou bastante a conhecer e entender meu corpo, expressões corporais e até mesmo faciais, porque para trabalhar como modelo, é necessário você conhecer a si mesma", explicou.
Sonhos
A aluna Ana Beatriz de Assis Santos, de 13 anos, estudante do 7° ano do ensino fundamental, está no CRJ Manguinhos desde os sete. A mãe da adolescente, Lídia da Silva de Assis, de 40 anos, conta que matriculou a filha no balé porque a menina sonhava em ser bailarina desde os três anos.
"Quero me formar e servir de inspiração para muitas pessoas sonhadoras que acreditam, assim como eu, que qualquer um pode alcançar seus objetivos e realizar sonhos, tendo sempre muita persistência, dedicação, força de vontade e expectativa de vida", afortmou a adolescente.
A novata no projeto Valentina Das Graças Santos, de 5 anos, é filha da manicure Emanuela Das Graças Penna, de 39, moradora do Jacarezinho. A menina também costuma falar que sonha em ser bailarina quando crescer. "O balé na vida da Valentina está sendo ótimo, vejo a evolução dela cada dia melhor. Minha expectativa é ver ela crescer mais e mais na dança e ser uma linda bailarina", revela Emanuela.
A aluna Ana Beatriz de Assis Santos, de 13 anos, estudante do 7° ano do ensino fundamental, está no CRJ Manguinhos desde os sete. A mãe da adolescente, Lídia da Silva de Assis, de 40 anos, conta que matriculou a filha no balé porque a menina sonhava em ser bailarina desde os três anos.
"Quero me formar e servir de inspiração para muitas pessoas sonhadoras que acreditam, assim como eu, que qualquer um pode alcançar seus objetivos e realizar sonhos, tendo sempre muita persistência, dedicação, força de vontade e expectativa de vida", afortmou a adolescente.
A novata no projeto Valentina Das Graças Santos, de 5 anos, é filha da manicure Emanuela Das Graças Penna, de 39, moradora do Jacarezinho. A menina também costuma falar que sonha em ser bailarina quando crescer. "O balé na vida da Valentina está sendo ótimo, vejo a evolução dela cada dia melhor. Minha expectativa é ver ela crescer mais e mais na dança e ser uma linda bailarina", revela Emanuela.
'É possivel ser resistência'
As histórias das profissionais e sonhos das novatas são acompanhadas de perto pela professora de balé e jazz do CRJ Manguinhos, Munike Namour, de 35 anos, que está no CRJ Manguinhos desde 2015. A profissional da dança desde os anos 2000, quando ajudava a mãe dando aulas de dança no projeto social criado por ela, tem uma trajetória de sucesso. No seu currículo, estão apresentações na Copa do Mundo no Brasil e nos Jogos Pan-Americanos, ambos em 2007, as Olimpíadas de 2016 e a Jornada Mundial da Juventude de 2013.
"Essas crianças podem morar em uma favela e fazer uma atividade elitizada como o balé. Elas não precisam se tornar estatísticas, com gravidez precoce, muitos filhos e viver de cesta básica. É possível ser resistência. É uma honra muito grande vê-las se tornando bailarinas, mas também tenho muito orgulho delas se formarem em médicas, advogadas, psicólogas, cursando uma faculdade", pontua Munike.
"Essas crianças podem morar em uma favela e fazer uma atividade elitizada como o balé. Elas não precisam se tornar estatísticas, com gravidez precoce, muitos filhos e viver de cesta básica. É possível ser resistência. É uma honra muito grande vê-las se tornando bailarinas, mas também tenho muito orgulho delas se formarem em médicas, advogadas, psicólogas, cursando uma faculdade", pontua Munike.
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