Publicado 19/09/2022 19:09
Rio - O juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, do Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, determinou, neste domingo (18), a realização de confronto genético entre as amostras do DNA do policial civil Renato Couto, e do sangue colhido nos locais onde ele foi morto por três militares da marinha e o dono de um ferro-velho, na Praça da Bandeira, Zona Norte do Rio.
A decisão do magistrado acontece após o requerimento da promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho, que solicitou um laudo da diligência para ser realizada pelo Instituto de Pesquisas e Perícias em Genética Forense (IPPGF) da Polícia Civil do Rio.
Em um trecho da decisão, o magistrado determinou que tanto a amostra de DNA da vítima, colhida pelo IML, e as amostras de sangue, fossem encaminhadas para um exame histopatológico.
"A fim de instruir os autos da ação supramencionada, determino as providências necessárias no sentido de que seja elaborado o laudo de confronto genético entre as amostras de sangue colhidas nos locais do crime, já enviadas ao IPPGF, e a amostra de DNA da vítima, colhida no IML por ocasião da Necrópsia, e encaminhada para exame histopatológico, conforme informado no respectivo laudo", escreveu o magistrado.
Como foi o crime
O papiloscopista fazia uma obra na Praça da Bandeira e, segundo as investigações, foi vítima de uma sequência de furtos, todos registrados em delegacia. Na sexta de manhã, Renato acabou achando materiais dele no ferro-velho de Lourival e chegou a obter dele uma promessa de ressarcimento pela receptação das peças levadas.
Instruído pelo dono do local a retornar em outro horário, Renato foi vítima de uma emboscada armada por Lourival, que chamou o filho, Bruno Santos de Lima, sargento da Marinha, e dois colegas de farda: o cabo Daris Fidelis Motta e o terceiro-sargento Manoel Vitor Silva Soares. Nessa ocasião, o papiloscopista foi baleado e colocado dentro de uma van, onde foi baleado três vezes e sofreu ferimentos no abdômen e membros inferiores, segundo a perícia preliminar.
Do local do sequestro, os militares seguiram para o Arco Metropolitano, de onde atiraram a vítima de uma ponte, na altura de Japeri, na Baixada Fluminense. Apesar disso, o policial teria morrido por afogamento, já que o documento da análise apontou que foi encontrada água em seus pulmões.
O veículo pertencia à Marinha, e teria sido levado para um quartel após a desova do corpo. Dentro da unidade militar, a van teria sido ainda lavada.
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