Publicado 11/10/2022 18:13
Rio - Na véspera da celebração do Dia das Crianças, comemorado em conjunto com o feriado de Nossa Senhora Aparecida, a corrida pela busca de presentes para a molecada movimentou o Mercadão de Madureira, na Zona Norte do Rio, nesta terça-feira (11). Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a expectativa é de que o comércio varejista movimente R$ 8,13 bilhões em volume de vendas neste ano.
Para o advogado José Diego, de 32 anos, a procura no comércio local foi para atender as demandas de casa. Pai de quatro filhos, ele aproveitou o momento em que as crianças estavam na creche e na escola para procurar um presente.
"Eu vim sozinho para o Mercadão para ver se encontro algo para meus filhos, enquanto meu filho está na escola e minhas filhas estão na creche. Eu estou levando uma cozinha de brinquedo para as minhas trigêmeas Manuela, Maria Luiza e Beatriz, de 2 anos, e um carrinho de controle remoto para o meu filho Miguel, de 8 anos. A gente deixa para comprar as coisas em cima da hora, mas, no fim, sempre dá certo. Sempre vale a pena, independente do preço do presente, ver o brilho nos olhos da criança é ótimo", disse.
Neste ano, segundo o Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio) e o Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município (SindilojasRio), as vendas devem crescer 5% em comparação com 2021. Entretanto, o número representa uma retração de 3,1% no volume de vendas, sendo explicável com alta da inflação de bens e serviços mais consumidos, que registrou uma alta de 13,7%, em média, nos últimos 12 meses. No ano passado a variação tinha sido de 10,2%.
Para o operador de áudio Fábio Nunes, de 62 anos, apesar do momento conturbado para poder presentear as crianças da família, o importante é satisfazer a criançada e fazer elas se sentirem prestigiadas.
"Eu e minha família viemos para dar um agrado para as crianças. Eu vim com meus filhos e meus netos para comprar um presentinho para eles. Não é muito, mas temos que dar um jeitinho brasileiro para a criançada que merece. Presente é uma coisa simbólica, valor do presente é mais por eles gostarem, valor financeiro mesmo é muito complicado por estar fora do alcance, mas com jeitinho encontramos algo que agrade, que caiba no bolso", afirmou.
Já para Jorge Luiz, 32 anos, pai do pequeno Roberto, de 3 anos, que chefia um projeto social que cuida de mais de 100 crianças, o preço do presente pouco importa, mas sim a felicidade e o sorriso que ganham em troca.
"Sou crescido e criado em Turiaçu e tenho um projeto social para 120 crianças, onde no dia 22 vai ocorrer uma festa que já tem há 8 anos para as crianças. Vim aqui pro mercadão para comprar alguns presentes para as crianças do projeto, para eles ganharem algum presente no dia das crianças. Isso é muito importante para ensinar que devemos cuidar do próximo e, até para a gente que já fomos crianças, sabemos o que isso significa. Cada dia é um dia, e eles são nosso futuro, para que eles possam algum dia, fazer o mesmo. Isso não tem preço, ver o sorriso deles, um abraço, isso não tem dinheiro que pague", afirmou Jorge.
Para o presidente do CDLRio, Aldo Gonçalves, o reajuste dos preços significa que as vendas crescem um pouco por as produções serem mais escassas. Aldo reiterou que o motivo desse aumento de 5% seria a retomada da economia, ainda que tímida, mas crescente na região. Por conta da pandemia e do lockdown, a demanda ficou reprimida, e com a melhora do cenário no Brasil, os comerciantes acreditam que neste ano o comércio pode melhorar.
A expectativa da CDLRio é que o preço médio de presente das pessoas seja de R$ 130 e a maioria dos clientes vão preferir pagar em cartão de crédito parcelado. Outras formas de pagamento como Pix, dinheiro e cartão de débito também são esperados pelos comerciantes. Os lojistas acreditam que a categoria de presentes vendidos seja brinquedos (35%), roupas (25%), calçados, tênis (15%), artigos esportivos (10%), celulares (8%), jogos eletrônicos (5%). A pesquisa também mostra que os pais (75%), os avós (18%) e os tios e padrinhos (7%) são os que mais presenteiam e a maioria das crianças (64,5%) é quem escolhe o próprio presente.
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