Policiais da Desarme realizam perícia em carro apreendido durante operação conjunta com a PRFPedro Ivo
Publicado 13/10/2022 09:31
Rio- A Polícia Civil e a Polícia Rodoviária Federal realizaram uma operação na manhã desta quinta-feira (13) para cumprir quatro mandados de prisão e cinco de busca e apreensão em endereços ligados a um casal de empresários que morava na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, e possuía uma loja no Méier. A dupla é acusada de ser a responsável por um carregamento de fuzil e pistola que foram interceptados pela PRF no município de Mangaratiba em 8 de fevereiro deste ano. Todos os mandados de prisão foram cumpridos.
De acordo com as investigações, os suspeitos identificados inicialmente como Anderson Alves da Silva e Tatiana do Nascimento Rodrigues viviam juntos há cinco anos no Rio de Janeiro, possuindo uma loja de importação e utilidades no bairro do Méier e uma empresa de construção. Os dois moravam em condomínios de luxo na Barra da Tijuca, vivendo uma vida acima de qualquer suspeita, realizando viagens e usufruindo uma vida de luxo.

Após uma série de verificações, policiais descobriram que o principal suspeito Anderson Alves da Silva assumia uma identidade falsa desde 2017, quando veio para o Rio. Ele, na verdade, é Anderson Luiz Miguel, chefe do tráfico em Pontal do Paraná, já preso pela Polícia Federal e pela Polícia do Paraná, além de fugitivo daquele estado com um mandado de prisão em aberto.

A dupla foi descoberta após uma abordagem da PRF em 8 de fevereiro a um outro casal, identificado como Jeferson Miranda de Farias e Kauane Nelieze Luiz de Matto. Eles vinham de Santa Catarina com destino ao Rio em um veículo Fiat Mobi, e foram abordados na altura do Sahy, Mangaratiba. Com eles foram encontrados um fuzil, uma pistola Glock calibre 45 e farta munição dentro do painel do veículo. Eles foram autuados por porte ilegal de arma de fogo, respondendo ao processo na comarca de Mangaratiba.


Com base nesta prisão, a partir da troca de informações do Setor de inteligência da PRF com a Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), foi aberto procedimento investigatório nesta especializada e solicitada a quebra do sigilo do telefone encontrado com Kaune e Jeferson, sendo este pedido deferido pela Vara Única de Mangaratiba.

Após meses de investigação, Anderson foi identificado como patrão, o chefe de Jeferson que coordenava, da Barra da Tijuca, a compra de armas e munições nos estados de Paraná e Santa Catarina para serem enviadas ao estado do Rio. Foram identificadas até o momento duas viagens feitas por Jeferson para transportar armamento sob ordens de Anderson.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, Anderson fazia transações financeiras ilegais com Jeferson, enviando e recebendo dinheiro, além de monitorar todo o trajeto percorrido pelos transportadores, tendo inclusive enviado um aparelho GPS, juntamente com sua esposa Tatiana para que Jeferson colocasse no veículo Fiat Mobi e ele pudesse acompanhar a movimentação do automóvel em tempo real. Momentos antes da abordagem, o patrão ainda passou instruções sobre como se portar e o que responder aos policiais, sendo informado que a PRF iria abrir o painel do carro.

Durante coletiva de imprensa realizada na Cidade da Polícia no fim da manhã desta quinta (13), o diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada, Pedro Medina, e o porta-voz da PRF, Marcos Aguiar, informaram que a quadrilha estava sendo monitorada há cerca de oito meses.


“O Anderson veio para o Rio em 2017 e se estruturou no ramo de obras e em uma loja de importação e exportação, depois de ser alvo no Mato Grosso do Sul pela PF. No Paraná, ele já foi preso algumas vezes por tráfico de drogas, porte ilegal de arma e associação internacioanal ao tráfico de drogas. Ele era um traficante de drogas e virou empresário, as empresas serão investigadas. Vamos instaurar um inquérito de lavagem de dinheiro pra saber como ele viabilizou esses negócios”, informou Pedro Medina.

O porta-voz da PRF, Marcos Aguiar, informou ainda que Anderson chegou a ser abordado na BR-101, altura de Itaúna, em São Gonçalo, no último dia 9, mas não foi preso devido não ter sido constatado nenhum flagrante contra ele e para não prejudicar as investigações.

“A PRF fez uma abordagem ao Anderson em São Gonçalo, mas não era um momento oportuno de fazer a prisão. A abordagem foi sútil para não prejudicar as investigações, foi feito um trabalho bastante elaborado porque não queríamos prejudicar todo material que estava sendo produzido, inclusive depois disso ele passou a se hospedar em hotel, não foi mais pra casa, no entanto, continuou sendo monitorado”, disse.

Na casa do suspeito foram apreendidos celulares, documentos e um veículo. Nenhuma arma foi localizada.



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