Audiência de instrução seria realizada no Fórum Regional da Barra da TijucaCleber Mendes / Agência O Dia
Publicado 13/10/2022 18:55 | Atualizado 13/10/2022 19:02
Rio - A primeira audiência de instrução e julgamento de Luiz Antônio Santos Silva, de 49 anos, aconteceria nesta quinta-feira (13), mas foi suspensa. Ele é acusado de manter a mulher e os dois filhos, de 20 e 22 anos, em cárcere privado por 17 anos em uma casa em Guaratiba, na Zona Oeste. Até o momento, o Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) não informou sobre o motivo do cancelamento e ainda não há uma nova data marcada.
O suspeito está preso desde o final de julho, quando a família foi resgatada em situação de desnutrição e desidratação grave. Policiais do 27º BPM (Santa Cruz) foram na residência após uma denúncia anônima e destacaram que o local tinha condições completamente insalubres. A mulher ainda relatou que ela e os jovens eram frequentemente agredidos com fios e pedaços de madeira.
Luiz Antônio era conhecido com "DJ" por conta do som alto que colocava na casa. Ele responde pelos crimes de tortura, cárcere privado e maus-tratos. O advogado Michel Vinagre atua na defesa do acusado. Ele alega que o suspeito era uma pessoa sem instruções básicas e não sabia lidar com o ensino dos filhos.
"A defesa tem pontuado que é o Luiz Antônio é pessoa muito humilde, com dificuldades básicas de alimentação. Não tinha tortura, era mais um brasileiro na linha da miséria. Cárcere privado não há o que se falar, os vizinhos adentraram na casa por várias oportunidades, dando cesta básica, tirando fotos... A casa tinha um trinco por dentro e quando ele ia fazer algum 'bico', a família ficava. Uma questão interessante de pontuar é que os filhos estavam amarrados. Como qualquer pessoa sem muita instrução, ele não sabia lidar quando os filhos tinham um ataque de autismo. São pessoas com autismo severo. Quando havia algum surto, ele tinha o hábito de amarrar. Mas não tinha o ânimo de torturar ninguém", explicou.
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