No estado, 1.022 casos apresentaram as feridas como sintoma da varíola dos macacos (monkeypox)Reprodução
Publicado 14/10/2022 16:13 | Atualizado 14/10/2022 16:14
Rio – O estado do Rio de Janeiro registrou nesta sexta-feira (14) doze novos casos confirmados da varíola dos macacos (monkeypox), totalizando 1.174. Já 2.355 casos foram descartados, ao todo. Além disso, há 129 casos prováveis, ou seja, com exame inconclusivo ou não coletado, e 305 sob investigação.
O estado tem um total de 3.963 casos notificados e três óbitos. Todas as cinco pessoas em tratamento com Tecovirimat estão com o procedimento concluído. Os dados são do Centro de Informações Estratégicas e Resposta de Vigilância em Saúde (CIEVS-RJ) e foram atualizados às 15h37.
Na Região Metropolitana foram registrados 993 casos, representando 84,58% de todos os registros da doença no estado. Já na região Metropolitana II, o número segue em 126, com 10,73% dos infectados. A Baixada Litorânea permanece com 12, assim como a região Serrana, com 7, já o Médio Paraíba apresenta 10.
Do total de infectados pela doença, 1.087 são homens, correspondendo a 92,6%. Além disso, a maior parte dos pacientes estão na faixa etária dos 20 e 39 anos – 824 casos confirmados. A principal forma de contagio da doença permanece o contato sexual, representando 37,22% dos casos.
As erupções cutâneas e a febre ainda são os principais sinais da doença. No estado, 1.022 casos apresentaram as feridas como sintoma, ao passo que 673 pessoas queixaram-se de febre.
Terceira morte pela doença confirmada no estado
Na segunda-feira passada (10), o estado anunciou a terceira morte pela doença. O terceiro caso foi de um paciente de 31 anos, morador de São João de Meriti, internado desde o dia 16 de setembro no Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião (IEISS).
A primeira vítima era um homem de 33 anos, morador de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, que estava internado no Hospital Ferreira Machado. Ele também tinha baixa imunidade e comorbidades. O caso ocorreu em agosto deste ano.
Já a segunda morte foi um residente de Mesquita, na Baixada Fluminense, de 31 anos, no começo do mês, que apresentava também problemas de imunidade.
Importância da prevenção contra a varíola
O registro da terceira morte por varíola dos macacos no estado acendeu um alerta para a importância da prevenção contra a doença através de campanhas e imunizantes.
O infectologista da Universidade do Rio de Janeiro (Uerj) e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), José Pozza, afirma que as campanhas de prevenção não estão sendo eficazes e aponta a baixa letalidade como um dos motivos.
"A única coisa que acredito que ainda falta é uma campanha educativa, feita de uma forma que a gente consiga observar e informar melhor as pessoas das formas de contágio, das formas de proteção. A gente não tem visto a realização dessas campanhas, apesar de ter sido uma nova doença de disseminação mundial. Como tem uma letalidade muito baixa, infelizmente as medidas informativas e as medidas de controle ficaram meio aquém do que deveriam", lamenta.
Para ele, a população sempre deveria estar atenta a doenças infecciosas, mesmo que apresentem baixo risco, mas Pozza ressaltou que não há motivo para pânico. "Apesar da monkeypox ser uma doença em que a gente tem observado uma mortalidade muito baixa, algumas pessoas com problema de imunidade desenvolvem quadros graves com encefalite, com pneumonia viral ou até lesões cutâneas bem disseminadas e em extensão, causando, às vezes, ruptura de pele com infecção bacteriana secundária".
Para a infectologista consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Tânia Vergara, a imunização por meio da vacina se mostrou ser mais necessária após mais uma morte.
"O que precisamos é de vacina para que possamos proteger, pelo menos, as pessoas mais vulneráveis a adquirir doença. Também precisamos ter disponível a medicação específica (Tecovirimat) para os casos mais graves. A população precisa saber que temos circulando monkeypox no nosso meio e que esta doença é transmitida por contato. Qualquer pessoa que tenha contato com alguém com monkeypox pode se infectar", disse.
Segundo ela, há centenas de pessoas na fila aguardando a imunização em todos o país. "A principal medida de prevenção é a vacina e porque ainda não a temos, não estamos com a prevenção adequada. Precisamos dela. Essa falta de vacina é uma situação de risco para todos, inclusive para os profissionais de saúde que recebem estes pacientes. Além dessa medida, o necessário é evitar contato com pessoas sob suspeita ou com diagnóstico de monkeypox."
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