Foram confirmados 13 novos casos de varíola dos macacos (monkeypox), nesta quarta-feira (19)Milene Dias Miranda/IOC/Fiocruz
Publicado 19/10/2022 14:56 | Atualizado 19/10/2022 14:58
Rio – A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que o Rio de Janeiro registrou, nesta quarta-feira (19), 13 novos casos de varíola dos macacos (monkeypox). Assim, o estado tem ao total 1.189 casos confirmados. Até o momento, três mortes foram contabilizadas, sendo a primeira em Campos do Goytacazes, em agosto; a segunda, em Mesquita, em outubro; e a terceira, também em outubro, em São João de Meriti.

Já 2.452 casos foram descartados, ao todo. Além disso, há 133 casos prováveis, ou seja, com exame inconclusivo ou não coletado, e 269 sob investigação.

O estado tem um total de 4.043 casos notificados. Todas as cinco pessoas em tratamento com Tecovirimat estão com o procedimento concluído. Os dados são do Centro de Informações Estratégicas e Resposta de Vigilância em Saúde (CIEVS-RJ) e foram atualizados às 14h23 desta quarta-feira.

Na Região Metropolitana foram registrados 1.005 casos, representando 84,52% de todos os registros da doença no estado. Já na região Metropolitana II, o número segue em 128, com 10,77% dos infectados. A Baixada Litorânea permanece com 12, assim como a Região Serrana, com 7. Já o Médio Paraíba apresenta 10.

Do total de infectados pela doença, 1.101 são homens, correspondendo a 92,6%. Além disso, a maior parte dos pacientes estão na faixa etária dos 20 e 39 anos – 834 casos confirmados. A principal forma de contagio da doença permanece o contato sexual, representando 37,01% dos casos.

As erupções cutâneas e a febre ainda são os principais sinais da doença. No estado, 1.032 casos apresentaram as feridas como sintoma, ao passo que 684 pessoas queixaram-se de febre.
Importância da prevenção contra a varíola

O registro da terceira morte por varíola dos macacos no estado acendeu um alerta para a importância da prevenção contra a doença através de campanhas e imunizantes.

O infectologista da Universidade do Rio de Janeiro (Uerj) e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), José Pozza, afirma que as campanhas de prevenção não estão sendo eficazes e aponta a baixa letalidade como um dos motivos.

"A única coisa que acredito que ainda falta é uma campanha educativa, feita de uma forma que a gente consiga observar e informar melhor as pessoas das formas de contágio, das formas de proteção. A gente não tem visto a realização dessas campanhas, apesar de ter sido uma nova doença de disseminação mundial. Como tem uma letalidade muito baixa, infelizmente as medidas informativas e as medidas de controle ficaram meio aquém do que deveriam", lamenta.

Para ele, a população sempre deveria estar atenta a doenças infecciosas, mesmo que apresentem baixo risco, mas Pozza ressaltou que não há motivo para pânico. "Apesar da monkeypox ser uma doença em que a gente tem observado uma mortalidade muito baixa, algumas pessoas com problema de imunidade desenvolvem quadros graves com encefalite, com pneumonia viral ou até lesões cutâneas bem disseminadas e em extensão, causando, às vezes, ruptura de pele com infecção bacteriana secundária".

Para a infectologista consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Tânia Vergara, a imunização por meio da vacina se mostrou ser mais necessária após mais uma morte.

"O que precisamos é de vacina para que possamos proteger, pelo menos, as pessoas mais vulneráveis a adquirir doença. Também precisamos ter disponível a medicação específica (Tecovirimat) para os casos mais graves. A população precisa saber que temos circulando monkeypox no nosso meio e que esta doença é transmitida por contato. Qualquer pessoa que tenha contato com alguém com monkeypox pode se infectar", disse.

Segundo ela, há centenas de pessoas na fila aguardando a imunização em todos o país. "A principal medida de prevenção é a vacina e porque ainda não a temos, não estamos com a prevenção adequada. Precisamos dela. Essa falta de vacina é uma situação de risco para todos, inclusive para os profissionais de saúde que recebem estes pacientes. Além dessa medida, o necessário é evitar contato com pessoas sob suspeita ou com diagnóstico de monkeypox."
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