Publicado 19/10/2022 15:38
Rio – A Polícia Civil pediu a quebra de sigilo de celular do frentista que filmou uma mulher em um banheiro de um posto de gasolina na Lagoa, na Zona Sul.
O inquérito foi instaurado para apurar se as imagens foram encaminhadas por aplicativos de conversa e compartilhadas pelas redes sociais. Segundo a 14ª DP (Leblon), responsável pelo caso, a delegacia também investigará se outras mulheres foram vítimas de registro não autorizado de intimidade sexual.
A cirurgiã-dentista Laíris Gonçalves de Aguiar, de 25 anos, foi a vítima do caso que aconteceu na última sexta-feira (14). À época, ela disse estar sendo forte para expor a situação, a fim de alertar outras mulheres que podem ter passado por esta situação ou que venham a passar.
Segundo contou, ela estava saindo da praia de Ipanema com o marido e um casal de amigos, quando o grupo decidiu parar no posto para colocar água no carro. Laíris aproveitou a parada para ir ao banheiro do estabelecimento, que fica localizado em uma parte subterrânea.
Segundo contou, ela estava saindo da praia de Ipanema com o marido e um casal de amigos, quando o grupo decidiu parar no posto para colocar água no carro. Laíris aproveitou a parada para ir ao banheiro do estabelecimento, que fica localizado em uma parte subterrânea.
"Eu pedi ao frentista que estava nos atendendo e ele disse que era só pegar a chave com um outro rapaz. Falei com o outro funcionário e ele me informou que uma senhora estava usando o banheiro e que era para eu aguardar. Assim que ela saiu eu entrei. O banheiro era estranho e eu já sou cabreira, né, já chego observando tudo. Vi que não tinha papel higiênico, então fiquei na porta esperando meu marido aparecer para pegar o papel que eu carrego na bolsa. Nesse momento desceu um cara e perguntou se eu queria papel. Eu disse que sim, então ele entrou numa salinha e me deu papel".
A cirurgiã-dentista lembra que entrou no banheiro e, depois de urinar, olhou para cima e viu que tinha um homem a filmando com um celular preto. Ela contou ainda que não sabe se o homem que estava gravando é o mesmo que deu a ela o papel. "Eu comecei a gritar, aí meu marido veio correndo e eu contei que tinha um cara no banheiro me filmando. Ele [marido] tinha passado por esse homem quando estava descendo, aí ele voltou e conseguiu alcançá-lo. No início ele resistiu para desbloquear o celular", lembra.
Depois que o marido da vítima o pressionou, o frentista desbloqueou o aparelho e foi possível ver um vídeo de 10 segundos de Laíris no banheiro. "Eu não assisti ao vídeo, mas meu marido e um amigo nosso viram e falaram que dava para ver meu pé e depois eu levantando do vaso e virando para o cara".
Após o flagrante, o frentista tentou apagar as imagens, mas o marido da vítima segurou o telefone e conseguiu entregar para um policial civil que estava passando em uma viatura na hora do ocorrido. O criminoso confessou ao agente que havia gravado e foi encaminhado para a 14ª DP. "O cara só foi fichado e liberado. Ele mentia a todo momento falando que não tinha, sendo que ele já tinha uma passagem por furto", afirmou a vítima.
Procurada, a Polícia Civil informou que, no dia do ocorrido, o autor prestou depoimento em termo circunstanciado pelo crime de registro não autorizado de intimidade sexual e o caso foi encaminhado para o Juizado Especial Criminal (Jecrim).
A Vibra Energia, antiga BR Distribuidora, empresa de distribuição de combustíveis que pertencia à Petrobras, disse à época repudiar qualquer tipo de violação de privacidade, assédio moral ou sexual e que solicitou esclarecimentos e providências imediatas ao posto. O revendedor informou à Vibra que o frentista envolvido no caso foi desligado do estabelecimento por justa causa e encaminhado para a delegacia de polícia.
"A Vibra se solidariza com a vítima e vai acompanhar a condução do caso junto ao revendedor, solicitando providências para que esse tipo de situação não se repita. Além disso, a companhia reforçará em toda a sua rede revendedora os valores que prezamos enquanto empresa e cidadãos para que casos do tipo não se repitam. Gostaria de esclarecer também que a Vibra não administra postos de combustíveis. Por lei, nenhuma distribuidora pode fazer essa administração, que é de responsabilidade de revendedores", concluiu.
Procurada, a Polícia Civil informou que, no dia do ocorrido, o autor prestou depoimento em termo circunstanciado pelo crime de registro não autorizado de intimidade sexual e o caso foi encaminhado para o Juizado Especial Criminal (Jecrim).
A Vibra Energia, antiga BR Distribuidora, empresa de distribuição de combustíveis que pertencia à Petrobras, disse à época repudiar qualquer tipo de violação de privacidade, assédio moral ou sexual e que solicitou esclarecimentos e providências imediatas ao posto. O revendedor informou à Vibra que o frentista envolvido no caso foi desligado do estabelecimento por justa causa e encaminhado para a delegacia de polícia.
"A Vibra se solidariza com a vítima e vai acompanhar a condução do caso junto ao revendedor, solicitando providências para que esse tipo de situação não se repita. Além disso, a companhia reforçará em toda a sua rede revendedora os valores que prezamos enquanto empresa e cidadãos para que casos do tipo não se repitam. Gostaria de esclarecer também que a Vibra não administra postos de combustíveis. Por lei, nenhuma distribuidora pode fazer essa administração, que é de responsabilidade de revendedores", concluiu.
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