Alberto de Oliveira Gomes, 68 anos, desapareceu enquanto trabalhava como motorista de aplicativoArquivo Pessoal
Publicado 20/10/2022 13:06
Rio - A Polícia Civil prendeu, nesta quarta-feira (19), o pai de santo Marcos Filipe Santana de Oliveira e Andreia Ramos Cortes, viúva do motorista de aplicativo Alberto de Oliveira Gomes, 68 anos, encontrado morto em uma área de mata no Alto da Boa Vista, na Zona Norte do Rio, no dia 30 de setembro. Ela é a principal suspeita de planejar o assassinato com a ajuda de Marcos, que confessou o crime. De acordo com os filhos da vítima, a motivação do crime teria sido o valor de dois seguros de vida, que totalizavam R$ 600 mil.

Na época do crime, a própria mulher teria alegado que encontrou o corpo do marido após buscas na região realizada com supostos amigos. No último dia 5, quando um dos filhos de Alberto, o motorista Alexandre Azevedo Gomes, 45 anos, esteve no Instituto Médico Legal (IML) para reconhecer o corpo, ele informou que o pai foi localizado pela madrasta sem a mão esquerda, apenas com bermuda e tênis. O Corpo de Bombeiros chegou a ser questionado sobre possíveis buscas na região, mas informaram que não foram acionados para nenhuma ocorrência no local.

Ainda de acordo com Alexandre, o pai estava desaparecido desde o último dia 26 após realizar uma corrida em Nilópolis, na Baixada, pelo aplicativo da Uber. O carro de Alberto foi encontrado próximo a Vista Chinesa, no Alto da Boa Vista, mas em seguida desapareceu novamente.

Durante as novas buscas pelo veículo, a Polícia Militar informou que, segundo o Comando do 6º BPM (Tijuca), na sexta-feira (30) uma equipe policial fazia patrulhamento de rotina pela estrada da Vista Chinesa, no bairro Alto da Boa Vista, quando observaram um veículo suspeito abandonado. Na tentativa de averiguação do veículo, os agentes dirigiram-se à 19ª DP (Tijuca) onde não foi constatado nenhum registro. Na sequência dos fatos, retornaram e não encontraram o automóvel no local.
Alberto de Oliveira Gomes, 68 anos, desapareceu enquanto trabalhava como motorista de aplicativo - Arquivo Pessoal
Alberto de Oliveira Gomes, 68 anos, desapareceu enquanto trabalhava como motorista de aplicativoArquivo Pessoal


Após procura junto à Secretaria de Ordem Pública da Prefeitura do Rio, o automóvel foi localizado no pátio público, no bairro de São Cristóvão, na Zona Norte.

Ainda muito abalado, Marcus Vinicius, também filho de Alberto, informou que o pai e a madrasta estavam juntos há cerca de 3 anos, mas que eles passaram a morar juntos em janeiro deste ano.

"Os que tinham mais contato com ela eram meus irmãos do segundo casamento do meu pai, eu só vi essa mulher duas vezes, uma no aniversário de 15 anos da minha filha e outra no aniversário do meu pai. Mas desde o momento que aconteceu tudo isso a família toda desconfiou, porque ela sumiu do dia do crime e aí apareceu em casa 23h e o carro foi achado 00h, nós procuramos meu pai em tudo, hospital, IML, mas foi ela que achou o corpo, então a família toda estava desconfiada dela", contou.
Bruna Pereira Gomes, uma das filhas de Alberto, contou que ela e os irmãos acreditam que a motivação do crime tenha sido dinheiro. Segundo ela, o pai possuía dois seguros de vida, no valor de R$300 mil cada um, mas não era de conhecimento de nenhum dos filhos até a morte do pai.

"Ela matou ele para pegar o seguro de vida dele, eram dois seguros, cada um custava R$300 mil, dava o total de R$600 mil. Nós não tínhamos conhecimento sobre isso, ficamos sabendo através da conta bancária dele, o contrato estava lá, mas o dinheiro ainda não", desabafou.

Bruna ainda explicou que a mulher não sabia que os filhos da vítima tomaram conhecimento do seguro após a morte do pai por possuírem as senhas dele. Logo depois do crime, os irmãos estranharam a recusa de Andreia em dar alguma quantia para o enterro e ter feito uma vaquinha para conseguir custear o funeral e, ao entrarem na conta conjunta do casal, descobriram um valor em dinheiro e os contratos, que tinham Andreia como única beneficiária.

Ainda segundo relato de Bruna, Andreia deu indícios de culpa na morte de Alberto desde o dia do crime, caindo em contradições e agindo de maneira estranha perto da família. "Ela deu muitos sinais desde o primeiro dia, caia muito em contradição, a gente fazia a mesma pergunta diversas vezes e ela sempre respondia de forma diferente", contou.

Alberto deixou quatro filhos, Marcos Vinícius e Alexandre de Azevedo Gomes, de um primeiro relacionamento, e Bruna e Alberto de Oliveira Gomes Júnior, de outro. Com Andreia, ele não teve filhos. O enterro ocorreu no último dia 7 no Cemitério de Inhaúma, na Zona Norte.
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