Governo do Estado cria aplicativo que facilita socorro à mulher vítima de violência

Rio - O Governo do Estado do Rio lançou, nesta sexta-feira (21), um aplicativo que ajuda no combate à violência contra a mulher. Chamado de Rede Mulher, o app foi desenvolvido pela Polícia Militar e tem como objetivo acelerar o processo de socorro às mulheres vítimas desse tipo de crime.

"Hoje é um dia de muita alegria, porque nós não podíamos mais aceitar, conviver pacificamente, com uma falta de apoio à mulher. (...) Esse aplicativo vem de encontro a essa vontade do Governo do Estado hoje. Nossa vontade da população poder acessar tudo da palma da sua mão. Acessar tudo pelo celular. Que a gente possa a cada dia ser mais rápido no atendimento, e isso é ser rápido", disse o governador Cláudio Castro, durante cerimônia de lançamento.

Entre as funcionalidades, o Rede Mulher tem um botão de emergência que aciona a Central 190 eletronicamente e um ícone que direciona para o site da Polícia Civil, onde pode ser feito um registro online. Além disso, há um 'modo camuflado', onde o aplicativo muda sua aparência na tela do celular e só pode ser acessado por meio de login e senha.

Durante o lançamento, Castro disse que a ideia do aplicativo é reduzir a dificuldade que as mulheres muitas vezes enfrentam no momento do registro das agressões. "Nós não conseguiremos fazer um estado para todos, quando o mínimo que é o respeito às mulheres não for alcançado", comenta.

Dados do Dossiê Mulher 2021, do Instituto de Segurança Pública (ISP), revelam que, a cada 24 horas, 91 mulheres são vítimas de lesão corporal dolosa, 83 sofrem ameaça, 53 injúria e 11 são estupradas. Os números resultam em uma média de uma ocorrência relacionada à mulher a cada cinco minutos.

Somente em 2022, até agosto, 73 mulheres foram vítimas de feminicídio. A estatística parcial é superior ao registrado em todo o ano de 2018, quando 71 mulheres foram mortas, e se aproxima dos anos de 2019, 2020 e 2021, que tiveram, respectivamente, 85, 78 e 85 casos.

Segundo a Polícia Militar, a Central 190 recebeu 50.722 chamados relativos a crimes contra a mulher. O contato é o segundo maior tipo de acionamento pelo telefone de emergência, com 15,30% de todo o total registrado.

Ações integradas

No evento de lançamento, Castro também falou sobre outras iniciativas do governo como a Patrulha Maria da Penha, a Casa Abrigo Lar da Mulher, Ônibus Lilás e a Casa do Direito da Mulher Daniella Perez.