Publicado 30/10/2022 09:00
A mensagem veio da minha irmã, no fim da tarde de quarta-feira: "Olha que lindo o comentário da Maria Bopp". Ela se referia à mensagem deixada pela atriz no post em que Julia, filha da jornalista Susana Naspolini, havia anunciado a passagem da mãe, tão querida por amigos e pelo público. "Julia, sua mãe vai estar sempre com você e ela vai dar um jeito de se mostrar presente. Um vento bom no rosto, um arco-íris improvável no céu, uma música que toca de repente. É sua mãe, com você, para sempre. Acredito piamente nisso. Espero que a serenidade chegue logo ao seu coração. Um beijo com muito carinho", escreveu Maria.
Também achei lindo e me identifiquei com as palavras da atriz. As pessoas queridas nos deixam fisicamente, mas ressurgem através de lembranças. Não necessariamente no Dia de Finados, como na próxima quarta-feira, mas em recordações repentinas. Muitas pessoas podem não perceber, mas a minha mãe, Maria Luiza — que passou a guiar a nossa família de outro plano em agosto de 2019 —, aparece várias vezes por aqui, nas minhas palavras. Ela não precisa ser citada explicitamente, mas norteia a escrita guiada pelos meus sentimentos. Suas covinhas marcantes também renascem, vez ou outra, nos meus pensamentos e iluminam os meus dias. Sei que, de outras maneiras, ela já se fez presente em momentos cruciais para a minha irmã.
Aparentemente sem motivo, acordei na última segunda-feira lembrando justamente a herança de fé deixada pela minha mãe, uma devota de Nossa Senhora Aparecida. Entre tantas memórias, o meu coração procurou resgatar uma imagem que me deixa protegida. Talvez eu precisasse mesmo de um colo naquele momento. E foi assim que ele surgiu para mim. Afinal, é para esse aconchego que eu recorro em pensamento quando pego uma gripe que me deixa de cama. Basta fechar os olhos para a voz da minha mãe aparecer me dizendo que no dia seguinte eu já estarei melhor. É assim comigo e espero que aconteça com todos que tenham alguém muito especial no céu.
Entrelaçando sentimentos, resgatei outras palavras de Maria Bopp, em março deste ano, num post sobre o lançamento do livro 'Pra quando você acordar', de autoria da sua mãe, Bettina Bopp. A escrita foi a forma encontrada por Bettina para conversar com o seu irmão, Itamar, que faleceu em 2020 após um longo período em coma. "Meu tio passou 15 anos em um sono profundo, mas através dessas páginas minha mãe o mantém vivo e desperto, pra sempre. Deve ser porque o laço entre irmãos é insone", escreveu a atriz, na ocasião.
Sim, Maria, conexões como essas não se desfazem. Nenhuma distância física é capaz de interrompê-las. Esses elos estarão presentes para sempre em nossos corações.
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