Publicado 07/11/2022 07:00 | Atualizado 07/11/2022 10:20
Rio - Em 185 anos de história, pela primeira vez, o Colégio Pedro II será conduzido por uma reitora eleita. Neta de costureira e filha de pais trabalhadores e engajados com a educação, Ana Paula Giraux Leitão, de 56 anos, trabalha na escola desde 19 anos como professora de Língua Portuguesa do ensino fundamental. Formada em Letras e com mestrado em Linguística, sempre atuou nas classes de alfabetização, desempenhando também funções de orientadora pedagógica e diretora da unidade Humaitá I, na Zona Sul do Rio. Ana Paula destacou ainda que um dos desafios para sua nova gestão é a captação de recursos e a incorporação efetiva do Colégio Pedro II na rede federal de educação profissional, científica e tecnológica.
"A escola só teve seis anos de gestão central feminina, que era uma reitora temporária durante o período de transição, quando nos tornamos uma autarquia. Então, ter uma mulher, uma reitora eleita, é fundamental para que a gente possa garantir representatividade feminina, o respeito, a diversidade e um olhar novo para a gestão", disse Ana Paula.
Sobre as eleições, a nova reitora não escondeu a alegria de vencer. "Foi muita troca de ideia, de planos e de possibilidades para o Pedro II. A campanha foi importante no sentido de me possibilitar conhecer mais as realidades dos Campus, dos cursos e da necessidade do colégio", afirma. "O nosso plano de gestão foi adaptado após as contribuições de todos os setores que visitamos, que enviaram propostas de complementação", acrescenta.
Para ela, a maior felicidade é poder levar a sua experiência de gestão e de professora dos anos iniciais, a um cargo máximo da instituição. "Foi um divisor de águas ser essa representante. É uma tremenda responsabilidade porque temos a experiência em gestão, mas também temos com estudantes pequenos. Então, acho que o diálogo com os diversos níveis de ensino que oferecemos pode ser incrementado com essa pessoa, no caso eu, que trago essa experiência dos anos iniciais", responde. "Foi demais ganhar as eleições, é como se fosse um reconhecimento de tudo que eu já fiz, um reconhecimento da comunidade de que nosso plano pode trazer transformações para o Pedro II", conclui.
Primordialmente nas classes de alfabetização, casada e mãe, Ana Paula atuou durante nove anos como diretora geral do Campus Humaitá I. Suas filhas, uma de 27 anos e outra de 29, sempre deram apoio a ela, principalmente para enfrentar os desafios da gestão. "Eu tenho suporte muito grande da minha família para que eu possa enfrentar os desafios da direção, que demanda uma carga grande. Minha família sempre respeitou meu trabalho, então, conciliar a vida profissional e a pessoal, nessa minha nova etapa, vai ser tranquilo", garante.
Incorporar o Colégio Pedro II de forma efetiva na rede federal de educação profissional, científica e tecnológica, a captação de recursos e a ampliação do quadro de professores e técnicos são alguns dos desafios que a nova reitora espera enfrentar. "Precisamos ouvir as demandas do que é ser um colégio federal nessa rede. Para a captação de recursos dentro dos indicadores que precisamos alcançar, é necessário que sejamos bem representados para conseguir garantir as nossas especificidades. Mas, para isso, a escola precisa se compreender como membro dessa rede federal de educação", afirma.
Para ela, a maior felicidade é poder levar a sua experiência de gestão e de professora dos anos iniciais, a um cargo máximo da instituição. "Foi um divisor de águas ser essa representante. É uma tremenda responsabilidade porque temos a experiência em gestão, mas também temos com estudantes pequenos. Então, acho que o diálogo com os diversos níveis de ensino que oferecemos pode ser incrementado com essa pessoa, no caso eu, que trago essa experiência dos anos iniciais", responde. "Foi demais ganhar as eleições, é como se fosse um reconhecimento de tudo que eu já fiz, um reconhecimento da comunidade de que nosso plano pode trazer transformações para o Pedro II", conclui.
Primordialmente nas classes de alfabetização, casada e mãe, Ana Paula atuou durante nove anos como diretora geral do Campus Humaitá I. Suas filhas, uma de 27 anos e outra de 29, sempre deram apoio a ela, principalmente para enfrentar os desafios da gestão. "Eu tenho suporte muito grande da minha família para que eu possa enfrentar os desafios da direção, que demanda uma carga grande. Minha família sempre respeitou meu trabalho, então, conciliar a vida profissional e a pessoal, nessa minha nova etapa, vai ser tranquilo", garante.
Incorporar o Colégio Pedro II de forma efetiva na rede federal de educação profissional, científica e tecnológica, a captação de recursos e a ampliação do quadro de professores e técnicos são alguns dos desafios que a nova reitora espera enfrentar. "Precisamos ouvir as demandas do que é ser um colégio federal nessa rede. Para a captação de recursos dentro dos indicadores que precisamos alcançar, é necessário que sejamos bem representados para conseguir garantir as nossas especificidades. Mas, para isso, a escola precisa se compreender como membro dessa rede federal de educação", afirma.
Além disso, Ana Paula ainda destacou que é preciso lutar pelo aumento da força de trabalho no estabelecimento de ensino: "Precisamos ampliar o nosso quadro de professor equivalente e técnicos e essa é uma negociação que precisa ser feita junto ao Ministério da Educação (MEC). Outro desafio é captar de recursos com emendas parlamentares porque o orçamento está cada vez mais reduzido".
Ana Paula informou ainda que para o orçamento de 2022 está tudo dentro das possibilidades e não será preciso realizar nenhum corte porque os gastos estão organizados. "Vamos conseguir fechar o ano de maneira justa e possível. Para 2023, estamos aguardando o novo orçamento. De qualquer maneira, é sempre importante buscar recursos por meio de emendas parlamentares", acrescentou. A nova gestora ressaltou também a importância de buscar recursos para a reforma do prédio do Campus Centro: "Temos um prédio histórico, tombado pelo Iphan, que precisa de manutenção emergencial, principalmente no telhado. Já temos o projeto, já sabemos o que fazer com a orientação do órgão, mas não temos verba necessária para isso".
De acordo com Ana Paula, cursos Técnicos Integrados na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja), graduação, entre outros, precisam de melhorias na infraestrutura, no atendimento, na orientação, na formação de bibliotecas e na assistência estudantil para os estudantes. "É uma grande necessidade atender a esses alunos de todos os níveis de ensino. Tudo o que é referente a eles precisa ser melhorado", informou.
História de vida
Criada em uma família de classe média, sua avó materna era costureira e seu avô materno marceneiro. Ambos prezavam muito pela educação. "Costumo dizer que a minha avó era a pessoa que tinha a letra mais linda. Ela precisava passar o papel de pão a ferro para servir de caderno dela", contou Ana Paula. "Esse apreço pela educação foi passado para a minha mãe, que também foi aluna do Pedro II e acabou virando professora primária. A minha família paterna também é de trabalhadores", acrescentou. "O meu avô trabalhava no jornal a noite e depois foi funcionário público, a minha avó foi mãe de sete filhos e era dona de casa. Eu não sou de uma família letrada, abastada, mas sim de trabalhadores que acreditavam que a educação é um elevador social", disse.
O apreço que sua família tinha pela educação acabou transformando a nova reitora em professora. Trabalhando com carteira assinada desde os 17 anos de idade, conciliando emprego e faculdade, Ana Paula se orgulha por ser a primeira geração dos seus parentes que fez faculdade seguida do ensino médio. "Eu sempre achei que a educação era esse promotor social do cidadão. Com ela, podemos avançar. Eu sou alfabetizadora e acredito que a alfabetização é um instrumento muito importante para o estudante. É através da entrada no mundo da escrita e da leitura que ele consegue buscar seus direitos e avançar", concluiu.
A transição
Segundo Ana Paula, a transição da reitoria se deu de maneira tranquila e antes do esperado. "O reitor Marco Antônio proporcionou acesso aos dados, locais e tudo que eu precisava. A posse se deu de forma rápida, fui nomeada na manhã do dia 20 e a noite a posse já foi efetivada na área eletrônica", declarou ela.
A nova reitora declarou estar, nesse momento, feliz e em uma posição desafiadora. "Estar no comando de uma escola que trabalho há 36 anos é desafiador, principalmente por questões que temos vivido hoje com estudantes, com relação ao momento pós-pandêmico, onde ficamos afastados uns dos outros, essa recuperação social, emocional dos nossos alunos e servidores é um foco importante para a gente", disse. "Precisamos nos por em pé de novo e voltar a normalidade. É um momento que vamos precisar fazer muitas articulações para fazer o Colégio Pedro II se consolidar no seu papel de grande escola no cenário nacional", finaliza Ana Paula.
Ana Paula informou ainda que para o orçamento de 2022 está tudo dentro das possibilidades e não será preciso realizar nenhum corte porque os gastos estão organizados. "Vamos conseguir fechar o ano de maneira justa e possível. Para 2023, estamos aguardando o novo orçamento. De qualquer maneira, é sempre importante buscar recursos por meio de emendas parlamentares", acrescentou. A nova gestora ressaltou também a importância de buscar recursos para a reforma do prédio do Campus Centro: "Temos um prédio histórico, tombado pelo Iphan, que precisa de manutenção emergencial, principalmente no telhado. Já temos o projeto, já sabemos o que fazer com a orientação do órgão, mas não temos verba necessária para isso".
De acordo com Ana Paula, cursos Técnicos Integrados na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja), graduação, entre outros, precisam de melhorias na infraestrutura, no atendimento, na orientação, na formação de bibliotecas e na assistência estudantil para os estudantes. "É uma grande necessidade atender a esses alunos de todos os níveis de ensino. Tudo o que é referente a eles precisa ser melhorado", informou.
História de vida
Criada em uma família de classe média, sua avó materna era costureira e seu avô materno marceneiro. Ambos prezavam muito pela educação. "Costumo dizer que a minha avó era a pessoa que tinha a letra mais linda. Ela precisava passar o papel de pão a ferro para servir de caderno dela", contou Ana Paula. "Esse apreço pela educação foi passado para a minha mãe, que também foi aluna do Pedro II e acabou virando professora primária. A minha família paterna também é de trabalhadores", acrescentou. "O meu avô trabalhava no jornal a noite e depois foi funcionário público, a minha avó foi mãe de sete filhos e era dona de casa. Eu não sou de uma família letrada, abastada, mas sim de trabalhadores que acreditavam que a educação é um elevador social", disse.
O apreço que sua família tinha pela educação acabou transformando a nova reitora em professora. Trabalhando com carteira assinada desde os 17 anos de idade, conciliando emprego e faculdade, Ana Paula se orgulha por ser a primeira geração dos seus parentes que fez faculdade seguida do ensino médio. "Eu sempre achei que a educação era esse promotor social do cidadão. Com ela, podemos avançar. Eu sou alfabetizadora e acredito que a alfabetização é um instrumento muito importante para o estudante. É através da entrada no mundo da escrita e da leitura que ele consegue buscar seus direitos e avançar", concluiu.
A transição
Segundo Ana Paula, a transição da reitoria se deu de maneira tranquila e antes do esperado. "O reitor Marco Antônio proporcionou acesso aos dados, locais e tudo que eu precisava. A posse se deu de forma rápida, fui nomeada na manhã do dia 20 e a noite a posse já foi efetivada na área eletrônica", declarou ela.
A nova reitora declarou estar, nesse momento, feliz e em uma posição desafiadora. "Estar no comando de uma escola que trabalho há 36 anos é desafiador, principalmente por questões que temos vivido hoje com estudantes, com relação ao momento pós-pandêmico, onde ficamos afastados uns dos outros, essa recuperação social, emocional dos nossos alunos e servidores é um foco importante para a gente", disse. "Precisamos nos por em pé de novo e voltar a normalidade. É um momento que vamos precisar fazer muitas articulações para fazer o Colégio Pedro II se consolidar no seu papel de grande escola no cenário nacional", finaliza Ana Paula.
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