Publicado 03/11/2022 17:38 | Atualizado 07/11/2022 22:26
Rio – Charles da Conceição, de 41 anos, foi sepultado na tarde desta quinta-feira (3), no cemitério de Ricardo de Albuquerque, na Zona Norte do Rio. Durante o velório, marcado por revolta e dor, familiares clamaram por justiça, questionando o fato de até o momento não terem sido procurados pela empresa Transurb, dona do coletivo envolvido no acidente. Charles deixa mulher e dois filhos, um de 3 e outro de 16.
"Uma dor que eu não consigo explicar. É uma perda inexplicável e uma revolta muito grande em saber que minha família está chorando a perda do meu irmão. Saber que a empresa não nos procurou nem para se quer trocar uma palavra, seja de consolo ou conforto, nada. É uma dor que eu não sei explicar, está doendo, e doendo muito, mas o mais difícil é saber que ninguém está incomodado com a nossa dor", disse a irmã de Charles, Gláucia da Conceição.
Segundo Gláucia, a família não foi procurada pela empresa e que a única informação que receberam foi o motivo que causou a morte de seu irmão. "É muito revoltante em saber que a resposta deles foi simplesmente dizer que a porta estava com defeito. Como assim? Um ônibus com dois meses de uso e a porta está com defeito? Hoje foi meu irmão que está sendo enterrado. É muito revoltante saber que ninguém nos procurou. Amanhã pode ser outra pessoa, outra família", afirmou.
De acordo com Gláucia, a família inteira é de Nilópolis, na Baixada Fluminense e, para que Charles conseguisse chegar ao trabalho, onde trabalhava em um serviço de manutenção, ele precisava pegar um trem até a Central do Brasil e então pegar o ônibus no qual aconteceu a fatalidade. Familiares relataram que Charles reclamava todos os dias da condução.
"Ele nunca correu de trabalho e estava muito feliz no que fazia, e sempre preocupado em não chegar atrasado, isso tudo para dar a melhor vida para os filhos. Meu irmão era trabalhador e honesto, sempre fazia de tudo para não chegar atrasado no trabalho. Ele pega o mesmo ônibus que o meu padrasto, que no dia se atrasou, que pegou o ônibus de trás e ele pegou o da frente. Todos os dias ele reclamava dessa mesma condução, na qual ele já chegou até a falar que ia começar a chegar atrasado para ser mandado embora, não pelo trabalho, que ele gostava muito da empresa, que fez inclusive de tudo para nos ajudar, mas pela condução que era muito ruim", disse a irmã de Charles.
Já para Daniel Conceição, irmão de Charles, reforçou sua indignação quanto a ausência de fiscalização de mecânica nos veículos, e cobrou o posicionamento da companhia de ônibus, visto que Charles era o provedor de sua família.
"Meu irmão já vinha relatando que esse ônibus sempre andava lotado, com os motoristas em alta velocidade. Ele era o provedor da casa, onde vivem de aluguel, ou seja, até agora precisamos de uma resposta. Até agora o que vem sendo relatado de que a empresa vem dando assistência, é mentira! Ela até agora não nos procurou e não quer saber da gente. Mais uma família sendo ceifada tragicamente por falta de manutenção. Cadê os órgãos responsáveis para poder tomar providência de tudo isso? Precisamos que a empresa faça contato conosco, o mínimo a ser feito", disse.
"Uma dor que eu não consigo explicar. É uma perda inexplicável e uma revolta muito grande em saber que minha família está chorando a perda do meu irmão. Saber que a empresa não nos procurou nem para se quer trocar uma palavra, seja de consolo ou conforto, nada. É uma dor que eu não sei explicar, está doendo, e doendo muito, mas o mais difícil é saber que ninguém está incomodado com a nossa dor", disse a irmã de Charles, Gláucia da Conceição.
Segundo Gláucia, a família não foi procurada pela empresa e que a única informação que receberam foi o motivo que causou a morte de seu irmão. "É muito revoltante em saber que a resposta deles foi simplesmente dizer que a porta estava com defeito. Como assim? Um ônibus com dois meses de uso e a porta está com defeito? Hoje foi meu irmão que está sendo enterrado. É muito revoltante saber que ninguém nos procurou. Amanhã pode ser outra pessoa, outra família", afirmou.
De acordo com Gláucia, a família inteira é de Nilópolis, na Baixada Fluminense e, para que Charles conseguisse chegar ao trabalho, onde trabalhava em um serviço de manutenção, ele precisava pegar um trem até a Central do Brasil e então pegar o ônibus no qual aconteceu a fatalidade. Familiares relataram que Charles reclamava todos os dias da condução.
"Ele nunca correu de trabalho e estava muito feliz no que fazia, e sempre preocupado em não chegar atrasado, isso tudo para dar a melhor vida para os filhos. Meu irmão era trabalhador e honesto, sempre fazia de tudo para não chegar atrasado no trabalho. Ele pega o mesmo ônibus que o meu padrasto, que no dia se atrasou, que pegou o ônibus de trás e ele pegou o da frente. Todos os dias ele reclamava dessa mesma condução, na qual ele já chegou até a falar que ia começar a chegar atrasado para ser mandado embora, não pelo trabalho, que ele gostava muito da empresa, que fez inclusive de tudo para nos ajudar, mas pela condução que era muito ruim", disse a irmã de Charles.
Já para Daniel Conceição, irmão de Charles, reforçou sua indignação quanto a ausência de fiscalização de mecânica nos veículos, e cobrou o posicionamento da companhia de ônibus, visto que Charles era o provedor de sua família.
"Meu irmão já vinha relatando que esse ônibus sempre andava lotado, com os motoristas em alta velocidade. Ele era o provedor da casa, onde vivem de aluguel, ou seja, até agora precisamos de uma resposta. Até agora o que vem sendo relatado de que a empresa vem dando assistência, é mentira! Ela até agora não nos procurou e não quer saber da gente. Mais uma família sendo ceifada tragicamente por falta de manutenção. Cadê os órgãos responsáveis para poder tomar providência de tudo isso? Precisamos que a empresa faça contato conosco, o mínimo a ser feito", disse.
O acidente
Charles da Conceição, morreu nesta terça-feira (1º) ao cair de um ônibus em movimento na Rua Pereira Franco, na Cidade Nova, região Central do Rio. Segundo o Corpo de Bombeiros, o Quartel Central do Corpo de Bombeiros (QOCG) foi acionado às 7h54 para socorrer a vítima. Charles foi levado com vida para o Hospital Municipal Souza Aguiar, mas não resistiu aos ferimentos.
A delegada da 6ª DP (Cidade Nova) Maria Aparecida Salgado Mallet, responsável pelo caso, informou que o motorista alegou em depoimento que o ônibus estava muito cheio e a porta do veículo estava com defeito. Por isso, ao efetuar a curva, o homem caiu.
A Polícia Civil solicitou imagens de câmeras de segurança à empresa de ônibus. A delegada disse ainda que instaurou investigações e realiza perícia no veículo para apurar o que aconteceu.
Procurada pela equipe O DIA, a assessoria da Rio Ônibus informou que a empresa Transurb realizou o primeiro contato com a família pessoalmente, no hospital. A Polícia Civil ainda não atualizou as investigações do caso.
Charles da Conceição, morreu nesta terça-feira (1º) ao cair de um ônibus em movimento na Rua Pereira Franco, na Cidade Nova, região Central do Rio. Segundo o Corpo de Bombeiros, o Quartel Central do Corpo de Bombeiros (QOCG) foi acionado às 7h54 para socorrer a vítima. Charles foi levado com vida para o Hospital Municipal Souza Aguiar, mas não resistiu aos ferimentos.
A delegada da 6ª DP (Cidade Nova) Maria Aparecida Salgado Mallet, responsável pelo caso, informou que o motorista alegou em depoimento que o ônibus estava muito cheio e a porta do veículo estava com defeito. Por isso, ao efetuar a curva, o homem caiu.
A Polícia Civil solicitou imagens de câmeras de segurança à empresa de ônibus. A delegada disse ainda que instaurou investigações e realiza perícia no veículo para apurar o que aconteceu.
Procurada pela equipe O DIA, a assessoria da Rio Ônibus informou que a empresa Transurb realizou o primeiro contato com a família pessoalmente, no hospital. A Polícia Civil ainda não atualizou as investigações do caso.
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