Caso foi registrado na 82ª DP (Maricá)Agência O Dia
Publicado 11/11/2022 14:39
Rio - Um adestrador de cães alega ter sido agredido e insultado por uma mulher por causa de sua cor, nesta terça-feira (8), em Maricá, Região Metropolitana do Rio. Segundo Marcos Aurélio da Silva Lima, de 47 anos, a suspeita tentou atropelá-lo, fez gestos imitando um macaco e jogou um pedaço de madeira em sua direção. O caso foi registrado na 82ª DP (Maricá) como injúria racial e lesão corporal.
O caso aconteceu quando Marcos desceu de um ônibus em direção ao dentista. Em conversa com o DIA, o adestrador revelou que saiu do veículo correndo porque estava atrasado para a consulta. No entanto, ele informou que foi perseguido por dois cães de rua. Com medo de ser atacado, o homem começou a gesticular para os animais pedindo que eles saíssem de perto dele.
Neste momento, a mulher, que passava de carro pelo local, teria começado a acusá-lo de agredir os cachorros. À reportagem, Marcos ressaltou que tentou explicar o que estava acontecendo, mas a suspeita teria começado a gritar com ele e jogado o carro em sua direção. O homem tentou continuar no caminho do dentista, e ela o continuou seguindo.
"Quando eu estava correndo, vi dois cães vindo pra cima para tentar me atacar. Eu sou adestrador há 28 anos, então tenho conhecimento. Comecei a fazer gestos para afastá-los. Uma mulher veio e jogou o carro na calçada falando que eu estava chutando o cachorro. Eu falei que estava atrasado para ir ao dentista. Ela veio na contramão e tentou me acertar. A roda do carro dela passou perto de mim", contou.
Marcos informou ainda que a mulher pegou um pedaço de madeira e arremessou contra ele, mas não acertou. Ela também teria usado a chave do veículo para agredí-lo. Logo após, a suspeita teria o insultado fazendo gestos racistas.
"Eu até dei as costas. Ela começou a fazer gesto de macacos, coçando as axilas e pulando. Ela pensou que eu estava chutando os cachorros, mas eles vieram me atacar e eu estava me defendendo. Que loucura é essa? Em que mundo estamos vivendo? Eu estava preocupado com o contexto das pessoas pensarem que eu era bandido por ser uma pessoa negra fugindo de uma senhora bem vestida. É a primeira vez que eu passo por isso na minha vida", complementou.
Depois da consulta, o adestrador foi até a 82ª DP (Maricá) e registrou o caso como injúria racial e lesão corporal. Segundo Marcos, seu advogado quer mudar a a acusação para tentativa de homicídio, já que a agressora teria tentado atropelá-lo.
Questionada, a Polícia Civil informou que diligências estão em andamento para esclarecer os fatos.
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