Publicado 15/11/2022 12:31
Rio - O fechamento da Ponte Rio-Niterói após a colisão do navio São Luiz, no início da noite da última segunda-feira (14), provocou impactos na vida de centenas de milhares de pessoas que usam a via todos os dias.
A arquiteta Ana Paula Duarte, de 26 anos, passou o dia em Niterói por conta de um evento do trabalho e foi surpreendida na hora de retornar à capital. Segundo ela, no momento do acidente, a desinformação causou pânico aos que estavam no trânsito, já que não conseguiam saber o que, de fato, havia acontecido.
“Foi horrível, eu comecei a entrar em pânico porque fiquei presa em Niterói e parecia que a ponte não seria liberada tão cedo. Parei meu carro pouco antes do acesso e me juntei a um grupo que havia feito o mesmo. Algumas pessoas passavam informações desconcertadas, sem precisão, com diversos exageros e, não tem como, a gente vai ficando com aquilo na cabeça, né, uma hora a preocupação toma conta. Começa a pensar o que vamos fazer para conseguir chegar em casa, avisa família, namorado, os amigos”, desabafou Ana Paula.
“Foi um pouco desesperador porque não sei voltar por outro caminho que não a ponte. Comecei a calcular o que compensava mais, se era largar meu carro lá e pegar um carro de aplicativo, junto com outras pessoas, pelo caminho alternativo, que eu, sinceramente, não me lembro se já fiz alguma vez na vida, ou ficar por lá, em um hotel. Cheguei até a pensar em dormir no carro, mas desisti por medo de acontecer alguma coisa”, relatou a arquiteta, que conseguiu retornar ao Rio após a liberação do tráfego na Ponte.
Além dos motoristas, quem tentava cruzar a Baía de Guanabara pelo mar, também teve dificuldades. Quem tentou voltar para casa de barca encontrou grandes aglomerações nos pontos de embarque. O serviço de transporte marítimo passou a operar de hora em hora, até a liberação da Ponte, mas não foi o suficiente para atender a forte demanda que surgiu após o fechamento da via.
“Foi horrível, eu comecei a entrar em pânico porque fiquei presa em Niterói e parecia que a ponte não seria liberada tão cedo. Parei meu carro pouco antes do acesso e me juntei a um grupo que havia feito o mesmo. Algumas pessoas passavam informações desconcertadas, sem precisão, com diversos exageros e, não tem como, a gente vai ficando com aquilo na cabeça, né, uma hora a preocupação toma conta. Começa a pensar o que vamos fazer para conseguir chegar em casa, avisa família, namorado, os amigos”, desabafou Ana Paula.
“Foi um pouco desesperador porque não sei voltar por outro caminho que não a ponte. Comecei a calcular o que compensava mais, se era largar meu carro lá e pegar um carro de aplicativo, junto com outras pessoas, pelo caminho alternativo, que eu, sinceramente, não me lembro se já fiz alguma vez na vida, ou ficar por lá, em um hotel. Cheguei até a pensar em dormir no carro, mas desisti por medo de acontecer alguma coisa”, relatou a arquiteta, que conseguiu retornar ao Rio após a liberação do tráfego na Ponte.
Além dos motoristas, quem tentava cruzar a Baía de Guanabara pelo mar, também teve dificuldades. Quem tentou voltar para casa de barca encontrou grandes aglomerações nos pontos de embarque. O serviço de transporte marítimo passou a operar de hora em hora, até a liberação da Ponte, mas não foi o suficiente para atender a forte demanda que surgiu após o fechamento da via.
A estudante Laís Cunha, 21, relatou que esperou por quase três horas até conseguir embarcar a seguir para o Rio. "Foi muito estressante, né. A gente lá, sem saber muito o que estava acontecendo e até rindo da situação, quando soubemos que um navio tinha acertado a ponte, mas logo a gente vai sendo tomado pelo estresse e pela impaciência, né. Queria voltar logo para a minha casa, eu tinha um compromisso de família e cheguei super atrasada", revelou a aluna da Universidade Federal Fluminense (UFF).
O professor de educação física Yuri Vale, de 30, ia para uma festa do trabalho, em Niterói, com a mulher, foi surpreendido por um estrondo. De acordo com ele, foi possível escutar o barulho da colisão, mesmo ainda estando longe do ponto onde ela ocorreu.
"Do nada, a gente escutou um barulho forte, vindo de trás, mas pensamos que fosse uma trovoada. Minha mulher até falou 'esse fez barulho mas nem teve clarão, a chuva está chegando, talvez não tenha sido uma boa ideia sairmos hoje nesse temporal. Vai chover muito e para voltar vai ser perigoso'. Uns quilometros depois, quando a gente chegou em Niterói definitivamente, ficamos sabendo que um barco havia acertado a ponte", explicou Yuri.
"Quando chegamos na festa, só falavam disso e brincavam com o fato de termos passado por lá, quase na hora do acidente, e não termos visto nada. Até brincaram que foi a gente tentando ir para Niterói de navio e acabamos batendo na ponte", contou o professor, que completou. "Bateu um receio de não conseguir voltar, principalmente quando vimos o vídeo. Eu pensei 'ferrou, vamos ficar aqui' e já fui conversar com dois amigos sobre a possibilidade de eu e minha esposa dormirmos na casa de um deles. Graças a Deus, na hora de voltar, já era de madrugada, e conseguimos retornar até sem trânsito para nossa casa."
Nas redes sociais, diversos relatos parecidos foram registrados, tanto por motoristas, quanto passageiros e usuários de transporte público. Cariocas, niteroienses e moradores de outras cidades que precisavam cruzar a Ponte ficaram presos e receosos sobre a maneira que iriam utilizar para chegar em casa.
Em uma rede, um perfil relatou o susto com o barulho causado pelo choque. "E eu que, no momento em que o navio bateu na Ponte Rio-Niterói, estava lá... O barulho de perto foi assustador, gente", desabafou o usuário.
Um outro usuário contou que precisou enfrentar as grandes filas para conseguir realizar o trajeto de barca. "E eu me ferrei voltando de dar aula, com a treta da Ponte. Olha como ficou as barcas, é nisso que dá o nome da Ponte Rio-Niterói ser "presidente" Costa e Silva", relatou ele, em alusão ao fato do nome oficial da ponte ser uma homenagem ao ex-presidente da ditadura militar.
O professor de educação física Yuri Vale, de 30, ia para uma festa do trabalho, em Niterói, com a mulher, foi surpreendido por um estrondo. De acordo com ele, foi possível escutar o barulho da colisão, mesmo ainda estando longe do ponto onde ela ocorreu.
"Do nada, a gente escutou um barulho forte, vindo de trás, mas pensamos que fosse uma trovoada. Minha mulher até falou 'esse fez barulho mas nem teve clarão, a chuva está chegando, talvez não tenha sido uma boa ideia sairmos hoje nesse temporal. Vai chover muito e para voltar vai ser perigoso'. Uns quilometros depois, quando a gente chegou em Niterói definitivamente, ficamos sabendo que um barco havia acertado a ponte", explicou Yuri.
"Quando chegamos na festa, só falavam disso e brincavam com o fato de termos passado por lá, quase na hora do acidente, e não termos visto nada. Até brincaram que foi a gente tentando ir para Niterói de navio e acabamos batendo na ponte", contou o professor, que completou. "Bateu um receio de não conseguir voltar, principalmente quando vimos o vídeo. Eu pensei 'ferrou, vamos ficar aqui' e já fui conversar com dois amigos sobre a possibilidade de eu e minha esposa dormirmos na casa de um deles. Graças a Deus, na hora de voltar, já era de madrugada, e conseguimos retornar até sem trânsito para nossa casa."
Nas redes sociais, diversos relatos parecidos foram registrados, tanto por motoristas, quanto passageiros e usuários de transporte público. Cariocas, niteroienses e moradores de outras cidades que precisavam cruzar a Ponte ficaram presos e receosos sobre a maneira que iriam utilizar para chegar em casa.
Em uma rede, um perfil relatou o susto com o barulho causado pelo choque. "E eu que, no momento em que o navio bateu na Ponte Rio-Niterói, estava lá... O barulho de perto foi assustador, gente", desabafou o usuário.
Um outro usuário contou que precisou enfrentar as grandes filas para conseguir realizar o trajeto de barca. "E eu me ferrei voltando de dar aula, com a treta da Ponte. Olha como ficou as barcas, é nisso que dá o nome da Ponte Rio-Niterói ser "presidente" Costa e Silva", relatou ele, em alusão ao fato do nome oficial da ponte ser uma homenagem ao ex-presidente da ditadura militar.
O acidente
No final da tarde da última segunda-feira (14), o cargueiro São Luiz, que estava à deriva sob a forte ventania que acometia a Baía de Guanabara, colidiu com a Ponte, provocando o fechamento da via nos dois sentidos. A Guarda Portuária e equipes da Polícia Rodoviária Federal foram acionadas para controlar as operações consequentes ao acidente.
Três rebocadores foram acionados para realizar o trabalho de retirada do navio graneleiro (cargueiro de grãos). A embarcação estava ancorada na Baía Guanabara há seis anos e que a causa do acidente teria sido a corrosão das amarras pela ação do tempo. O impacto causou a quebra de algumas estruturas de concreto. O trânsito só foi reaberto às 21h33.
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