Publicado 17/11/2022 16:57 | Atualizado 17/11/2022 17:20
Rio - Um levantamento da Rede de Observatórios da Segurança divulgado, nesta quinta-feira (17), indica que ao menos duas pessoas negras são mortas pela polícia todos os dias no Rio. De acordo com o relatório, o estado tem o maior número absoluto de negros mortos no país em 2021. Ao todo, foram mortos 1.060 pessoas pretas ou pardas.
O número é quase sete vezes maior quando comparado ao total de brancos mortos (154) em decorrência de intervenções do Estado. As mortes de negros por policiais no estado representam 28,5%, quase um terço, de todas as mortes violentas intencionais em 2021.
Os dados apresentados pela rede de observatórios indicam 57 registros policiais com três ou mais vítimas ao longo de 2021. Desse total, 30 apresentaram a letalidade de pessoas negras. Ao todo, 155 pessoas foram mortas e 138 delas eram pretas ou pardas.
Dos municípios com maior número de mortes de negros em ações policiais, a capital e São Gonçalo, na Região Metropolitana, foram os piores. As duas cidades são seguidas por Duque de Caxias, Belford Roxo, São João de Meriti, Japeri e Nova Iguaçu, todos na Baixada Fluminense.
De acordo com os responsáveis pelo estudo, o número indica que o percentual de vítimas negras é até maior do que a composição populacional no estado.
“Pode não ser surpreendente, porque os dados se alteram pouco a cada ano, mas não deixa de ser chocante ver registrado, mais uma vez, uma distribuição racial tão radical de algum fenômeno social no Brasil. A pergunta é: o que precisa ser feito para as polícias entenderem que o racismo é um mal que afeta suas corporações e que precisa ser combatido?”, explica Silvia Ramos, coordenadora da Rede de Observatórios.
Dos municípios com maior número de mortes de negros em ações policiais, a capital e São Gonçalo, na Região Metropolitana, foram os piores. As duas cidades são seguidas por Duque de Caxias, Belford Roxo, São João de Meriti, Japeri e Nova Iguaçu, todos na Baixada Fluminense.
De acordo com os responsáveis pelo estudo, o número indica que o percentual de vítimas negras é até maior do que a composição populacional no estado.
“Pode não ser surpreendente, porque os dados se alteram pouco a cada ano, mas não deixa de ser chocante ver registrado, mais uma vez, uma distribuição racial tão radical de algum fenômeno social no Brasil. A pergunta é: o que precisa ser feito para as polícias entenderem que o racismo é um mal que afeta suas corporações e que precisa ser combatido?”, explica Silvia Ramos, coordenadora da Rede de Observatórios.
Um dos agravantes da situação do Rio, segundo aponta o relatório, é o fato de boa parte dessas mortes ter ocorrido durante a pandemia por Covid-19.
No caso do Rio, existe a agravante de que as 1.356 mortes de 2021 ocorreram em desrespeito à determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) de que operações policiais só poderiam acontecer em situações excepcionais. Em maio do ano passado, a Polícia Civil matou 28 pessoas em uma única operação na favela do Jacarezinho, Zona Norte da capital carioca.
No caso do Rio, existe a agravante de que as 1.356 mortes de 2021 ocorreram em desrespeito à determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) de que operações policiais só poderiam acontecer em situações excepcionais. Em maio do ano passado, a Polícia Civil matou 28 pessoas em uma única operação na favela do Jacarezinho, Zona Norte da capital carioca.
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