Agentes do batalhão de Jacarepaguá em uma ação de combate ao tráfico de drogas na regiãoVanessa Ataliba/ Arquivo Agência O Dia
Publicado 21/11/2022 18:46
Rio – Diante da violência galopante no bairro de Jacarepaguá, na Zona Oeste, o presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara do Rio, vereador Chagas Bola (União), realizou, nesta segunda-feira (21), uma audiência pública para discutir os desafios da região com a participação de representantes da Secretaria de Governo, do Ministério Público, das Polícias Civil e Militar, da Guarda Municipal e de associações de moradores da região.
Jacarepaguá viveu, nas últimas décadas, um crescimento desordenado, culminando numa realidade em que moradores convivem com a presença de traficantes e milicianos nas comunidades, além de assaltos frequentes, que obrigam moradores e comerciantes a mudarem suas rotinas diariamente.
Na audiência que chamou de "pontapé inicial", o vereador cobrou ações mais efetivas na Comunidade do Tirol, a continuidade do programa "RJ para Todos", para acolhimento de pessoas em situação de vulnerabilidade social, e atuação mais efetiva da Guarda Municipal para prevenir a violência: "A primeira de muitas audiências que realizaremos, inclusive, em diversas regiões do bairro. Meu gabinete vai formalizar todas as demandas trazidas pelos moradores. Enviaremos novamente um ofício solicitando agilidade e providências para implementação do Segurança Presente e formalizar o pedido de aumento de efetivo da guarda. Serei um vereador incansável na defesa da segurança de Jacarepaguá", afirmou.
Já o comandante do 18º Batalhão da PM, o Coronel Cláudio Eduardo Lopes, ouviu as considerações dos moradores e ponderou sobre os limites da polícia para conter a criminalidade do bairro. "Precisamos entender a dinâmica da violência em cada região para poder atuar de maneira contundente, sem colocar a população em risco. Por exemplo, a milícia atua de maneiras diferentes em cada região. Temos realizado policiamento permanente através de patrulhamento diário. Em determinadas comunidades, no entanto, temos trabalhado a partir do nível de periculosidade, até mesmo para não violar a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que permite operações somente em situações excepcionais", explicou.
Raphael Thompson, o subsecretário de Governo, ressaltou a importância do trabalho conjunto de diversos atores. "Segurança Pública não se faz só com polícia. Precisamos da assistência social, dos operadores de trânsito, do ordenamento urbano. Precisamos ocupar as vias, dando visibilidade aos profissionais do Estado e do Município. Hoje, a Operação Lei Seca, por exemplo, tornou-se uma ação importante. Realizamos de dez a 12 blitzes por dia e, nesse período, as ações de criminalidade caem a quase zero nas regiões", disse. O subsecretário aproveitou para parabenizar as polícias pelas prisões de milicianos realizadas.
"A polícia não está em todo o lugar e trabalha com base na mancha criminal, por isso é muito importante essa troca para conhecermos as reais demandas das comunidades e atuarmos no ordenamento urbano e cobrarmos fiscalizações mais rígidas dos órgãos públicos", apontou o promotor de Justiça do MPRJ Eduardo Paes Fernandes, da 1ª Vara Criminal de Jacarepaguá, lembrando a importância da parceria entre o público e o privado para a diminuição da criminalidade.
A audiência também contou com a presença do residente do Conselho de Segurança de Jacarepaguá, Rodrigo Bessa, e de representantes das Associações de Amigos do Cidade Jardim (ASCIJA Rio), dos Moradores do Rio 2 (AMORIO), de Moradores e Amigos do Pechincha (AMAPE) e de Moradores da Muzema. Participaram ainda Elita Norões, da 32°DP, Fernando Teixeira, presidente da Comissão de Segurança da OAB-RJ, Anderson Jesus, da secretaria municipal de Assistência Social, e Lucio Gomes, da Guarda Municipal.
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