Publicado 23/11/2022 15:39
Rio - Ygor Rodrigues Santos da Cruz, também conhecido como Farofa, acusado de envolvimento na morte do contraventor Fernando Iggnácio, em novembro de 2020, foi encontrado morto na manhã desta quarta-feira (23), no bairro de Santíssimo, na Zona Oeste do Rio. Junto ao corpo estava uma carteira falsa de inspetor da Polícia Civil.
Segundo a Polícia Militar, uma equipe do 40º BPM (Campo Grande) foi acionada para verificar um encontro de cadáver no Caminho dos Abieiros. Os militares encontraram o corpo e chamaram peritos da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que isolaram a área.
Os agentes então chamaram o Corpo de Bombeiros para remoção do corpo. O homem foi encontrado com ferimentos de arma de fogo.
De acordo com a investigação inicial, Ygor foi sequestrado por um grupo de milicianos na Estrada da Posse. Ele, inclusive, faria parte da milícia que atua na Comunidade do Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio.
Além da morte do contraventor, Farofa também é suspeito de matar Kettelen Umbelino de Oliveira Gomes, de 5 anos, em novembro de 2019, durante um tiroteio em Realengo. Ele também teria participado de um ataque a um homem que recebia atendimento no Hospital Municipal Albert Schweitzer em 2018.
Morte de Iggnácio
O contraventor voltava de uma viagem à Angra dos Reis, na Costa Verde, de helicóptero, e, ao desembarcar, foi atingido por vários tiros na cabeça quando caminhava em direção ao carro, ao lado da empresa Heli-Rio, no dia 10 de novembro de 2020.
Antes de ser morto, Fernando Iggnácio seguiu à risca um hábito adotado sempre que viajava de helicóptero com a mulher Carmem Lúcia de Andrade Iggnácio, filha de Castor de Andrade, morto em 1997. Ele desembarcou sozinho, foi conduzido em um veículo elétrico até o estacionamento e deu os últimos passos até o seu carro após percorrer cerca de 100m, onde foi baleado.
Morte em meio a briga por herança
O bicheiro travou uma luta durante décadas pela herança de Castor de Andrade, lendário bicheiro morto em 1997. Desde a morte de Castor, o filho Paulo Roberto, o sobrinho Rogério de Andrade e o genro travaram uma sangrenta batalha pelo espólio da contravenção, principalmente o das máquinas de caça-níquel.
O filho de Castor, Paulo Roberto, foi assassinado em 1998, e Rogério de Andrade sofreu diversos atentados nas últimas duas décadas. O mais grave deles foi em 2010, quando uma bomba estourou em seu veículo. O objetivo ela matá-lo, mas era o filho de Rogério, de apenas 17 anos, quem dirigia o carro.
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