Onça-parda é flagrada no Parque Estadual da Ilha GrandeDivulgação
Publicado 30/11/2022 11:38 | Atualizado 30/11/2022 12:24
Rio - Uma onça-parda foi registrada pela primeira vez no Parque Estadual de Ilha Grande, no litoral Sul do Rio. O segundo maior felino das Américas foi flagrado nas imagens das câmeras posicionadas estrategicamente nas trilhas da unidade de conservação administrada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
A captura de imagens foi feita pela Dra. Lena Geise, professora Titular do Departamento de Zoologia do Instituto de Biologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), e pelos seus alunos das aulas práticas da disciplina Biologia e Conservação de Mamíferos do curso de graduação em Ciências Biológicas.
Segundo Philipe Campello, presidente do Inea, a sobrevivência do felino dentro dos limites do parque evidencia que o ambiente, que é um dos remanescentes de Mata Atlântica no estado, está saudável e proporciona condições para sua alimentação.
“Registros como esse nos deixam muito animados, pois indicam que nosso trabalho de conservação do local está no caminho certo. Esta é uma espécie protegida por lei e, ver a nossa biodiversidade saudável e ocupando o seu espaço de direito, é motivo de muita alegria e orgulho para nós”, celebrou.
Também conhecida como suçuarana e leão-baio, a onça-parda se alimenta de animais silvestres de portes variados e exerce papel vital na manutenção da integridade dos ecossistemas que está presente. A espécie está na lista das ameaçadas de extinção e tem a capacidade de adaptação a vários tipos de ambientes, de desertos quentes aos altiplanos andinos, com maior atividade ao entardecer e à noite.
Para os gestores e técnicos do Inea, a presença da espécie na Ilha Grande não apresenta uma ameaça para a população, pois é um animal arisco e que foge do contato humano. “Ao ser avistado, devemos manter distância, mas não há nada a temer. Este registro vem para reforçar a importância de um ambiente bem preservado”, explicou o gerente de Fauna do Inea, Marcelo Cupello.
A partir deste desdobramento positivo, o Inea irá intensificar o monitoramento de fauna silvestre na Ilha Grande. “Trata-se de uma presença tão antiga quanto outros mamíferos do local, como os bugios, as capivaras, as cutias e as pacas”, explicou o gestor do parque, Cláudio Barcellos.
Sobre o Parque Estadual da Ilha Grande
Em junho de 2022, o Parque Estadual da Ilha Grande completou 51 anos de proteção ambiental a uma das maiores belezas naturais do planeta. A unidade de conservação foi criada em 1971, em 2007 sua área protegida foi ampliada e, atualmente, ocupa 12.052 hectares
A unidade é tão importante para a proteção da biodiversidade que foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) como parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, em 1991. Em 2019, a Ilha Grande e Paraty foram considerados pela Unesco, com sua Cultura e Biodiversidade, como o primeiro Sítio Misto do Patrimônio Mundial no Brasil.
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