Bairro do Jacaré teve a maior taxa de incidência de casos por 100 mil habitantes no RioReprodução
Publicado 01/12/2022 19:58
Rio - A Zona Norte do Rio é a região com maior número de casos de tuberculose na cidade. Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o bairro do Jacaré tem a maior taxa de diagnósticos confirmados por 100 mil habitantes em todo a cidade. As áreas afetadas são bairros que compõem complexos de favelas.
O levantamento da SMS conta com dados de 2021, que indicam ainda outros bairros da região, como Bonsucesso, Benfica, Mangueira, São Cristóvão e Água Santa. A segunda região do Rio com maior número de casos foi Zona Oeste, onde os registros mais preocupantes foram da Cidade de Deus, Rocinha e Bangu.
Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) revelaram que o município do Rio é a cidade com maior número de registros da doença no estado. O número de casos na capital, inclusive, representa 50% do total que foi confirmado durante o ano passado.
Segundo a SES, o estado do Rio de Janeiro notificou 16.099 casos, sendo 12.986 de novos casos. A taxa de incidência no estado foi de mais de 74 casos por 100 mil habitantes, o que representa aproximadamente o dobro da taxa nacional. "Ao longo dos anos, o número de óbitos por tuberculose tem aumentado. Em 2019, foram 659 mortes, 765 óbitos em 2020 e 876, em 2021.", revelou a SES, em nota.
A Prefeitura do Rio justificou o aumento no número de casos de tuberculose pela maior capacidade de diagnósticos no sistema de saúde público.
"A taxa de incidência dos casos de tuberculose no Município pode ser justificada pela ampliação da Atenção Primária na cidade, nos últimos dois anos, que aumentou o acesso da população aos serviços de saúde e a busca ativa dos sintomáticos respiratórios", explicou.
Ainda na nota, a SMS pontuou que apesar do maior número de diagnósticos, também foi registrado um crescimento no número de pacientes curados e na redução do abandono ao tratamento da doença, que é longo.
A secretaria pontuou que as questões sociais como desemprego, baixa escolaridade e aumento demográfico colaboram para esse aumento de casos nos grandes centros urbanos.
"Importante esclarecer que, entre os bairros com maior incidência da doença, quatro são grandes aglomerados populacionais e três (Água Santa, São Cristóvão e Bangu) estão ligadas ao sistema prisional, cujas populações estão muito suscetíveis à doença em função das grandes aglomerações", disse a SMS.
Para reduzir esses números, a SMS explica que ampliou as equipes de saúde da família nas comunidades. Com isso, os agentes chegaram a "100% de cobertura assistencial da população prisional pela Atenção Primária à Saúde".
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