Ministério Público do Rio de Janeiro denuncia cirurgião da Barra por importunação sexualDivulgação
Publicado 07/12/2022 15:27 | Atualizado 07/12/2022 22:08
Rio - Um cirurgião plástico que atende na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, foi denunciado pelo Ministério Público do Rio por importunação sexual. José Ricardo Simões é acusado de assediar uma paciente. Em depoimento à Polícia Civil, a mulher disse que o médico lhe propôs "aventura sexual" e ofereceu negociar o serviço por "troca". A denúncia foi distribuída junto à 17ª Vara Criminal da Capital.
O Conselho Regional de Medicina do Rio, Cremerj, informa que há dois procedimentos envolvendo o profissional. "Ambos correm em sigilo de acordo com os ritos do Código de Processo Ético-Profissional", diz em nota.

De acordo com a ação penal, a vítima procurou o cirurgião plástico por indicação de uma amiga e tinha a intenção de fazer procedimentos estéticos. Logo na primeira consulta, no dia 16 de agosto, ela relatou se sentir constrangida com a forma de abordagem do médico. O cirurgião disse que poderia dar um desconto à vítima, dependendo da 'negociação'.
"Olha só, a cirurgia pode sair com um grande desconto ou até mesmo de graça, dependendo da troca, né?", diz trecho da denúncia. A mulher contou que se sentiu constrangida. Entretanto, como desejava realizar o procedimento estético, e por ter ido acompanhada de uma amiga em comum, achou que o comportamento do cirurgião se deu em virtude da intimidade que tinha com a amiga da vítima.

Acreditando que o médico teria uma postura profissional, a vítima compareceu à segunda consulta. Desta vez, o médico intensificou as insinuações e a importunação sexual com questionamentos se a vítima era casada, se gostava de "aventura sexual" e fazendo outras alusões a sexo com a mesma, após mostrar um vídeo pornográfico. Ao retornar para a consulta pré-operatória, no dia 30 de agosto, no consultório localizado na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, a vítima teve que exibir-se, apenas de salto alto, na frente do cirurgião. A denúncia descreve que, diante da cena, o médico ficou fazendo caras e bocas, enquanto proferia palavras de cunho sexual. Ante o ocorrido, a vítima desistiu de realizar o procedimento cirúrgico e registrou denúncia na Delegacia da Mulher de Jacarepaguá.
Procurado pela equipe O Dia, o advogado de defesa do cirugião, Matheus Novis, da GMA Advogados, denúncia feita pelo Ministério Público, emitiu uma nota alegando que " a denúncia equivocadamente formulada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro foi alicerçada em narrativa falaciosa, frágil e sem arcabouço probatório legítimo."
Veja a nota
"O Dr. José Ricardo Simões não cometeu nenhuma conduta delituosa no exercício de sua profissão.

O cirurgião tem quase quatro décadas dedicadas ao exercício da medicina e uma carreira sem qualquer mácula.

A denúncia equivocadamente formulada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro foi alicerçada em narrativa falaciosa, frágil e sem arcabouço probatório legítimo.

O profissional reitera que utilizará de todos os meios legais e necessários para continuar a colaborar com o Poder Judiciário e demonstrar sua absoluta inocência.

Matheus Novis, em GMA Advogados."
Anestesista acusado de estupro será julgado
O anestesista Geovanni Quintela Bezerra, preso no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, tem julgamento previsto para o próximo dia 12. Ele cumpre prisão cautelar há cinco meses, acusado de ter estuprado uma paciente durante o parto no Hospital da Mulher, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. A equipe de enfermagem da unidade suspeitou do médico e produziu um vídeo com a principal prova contra Geovanni. Para cometer o estupro, o anestesista aplicou sete doses de sedativos. O excesso de anestesia chamou a atenção dos profissionais de saúde da equipe.
Em outro caso de violência contra mulher, um médico foi preso em flagrante na última sexta-feira por importunação sexual no Hospital Governador Celso Ramos, em Florianópolis, Santa Catarina. A vítima de 19 anos denunciou o caso à Polícia Militar após o residente passar a mão em suas partes íntimas. O homem responde em liberdade, após pagar fiança e foi afastado da unidade de saúde.
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