Publicado 07/12/2022 15:52
Rio – Quatro pessoas foram presas em flagrante, nesta terça-feira (6), por suspeita de envolvimento com o chamado "golpe da casa própria". Os suspeitos foram presos por policiais da 31ª DP (Ricardo de Albuquerque), após informações de que os integrantes estavam em um escritório do Shopping Rio Sul, em Botafogo, na Zona Sul. Segundo o delegado que investiga o caso, André Prates Fraga, a estimativa é de que o grupo movimentava até R$ 1 milhão por semana.
Wellington Alves foi preso no shopping, e, com ele, os agentes encontraram farto material para praticar o golpe. Além do escritório em Botafogo, os policiais também foram a um prédio de quatro andares no Centro do Rio, apontado como escritório central do grupo. Ali, outras três pessoas foram presas: Ricardo Silva, Gessica Manuele e Jessica Santos, apontada como uma das líderes da quadrilha.
Wellington Alves foi preso no shopping, e, com ele, os agentes encontraram farto material para praticar o golpe. Além do escritório em Botafogo, os policiais também foram a um prédio de quatro andares no Centro do Rio, apontado como escritório central do grupo. Ali, outras três pessoas foram presas: Ricardo Silva, Gessica Manuele e Jessica Santos, apontada como uma das líderes da quadrilha.
De acordo com o delegado Andre Prates, da 31ª DP, esse tipo golpe costuma ser dividido em três etapas. A primeira, consiste em aliciar potenciais compradores, geralmente àqueles que sonham com a independência da casa própria. No caso do grupo, os anúncios aconteciam em plataformas de venda e aluguel de imóveis ou em redes sociais. "Eles colocavam a logomarca da empresa, dando credibilidade, e que o imóvel poderia ser adquirido pagando apenas de R$ 30 a R$ 40 mil de entrada", explicou.
Com o êxito do anúncio, os golpistas partem para a segunda etapa. Nela, a vítima entra em contato com os estelionatários e é levada até o imóvel, que existe, mas não está à venda. A casa seria, portanto, um imóvel alugado, de uma terceira pessoa. "Quando o estelionatário mostra o imóvel, ele mostra algo que não pertence a ele. Essa pessoa geralmente está bem vestida, tem uma boa persuasão. Às vezes, o dono da casa nem sabe que seu imóvel está envolvido em um estelionato", disse. O delegado afirma também que é nessa etapa que o golpista inventa uma história, alegando que não quer mais o imóvel e que tem pressa para vender, concedendo até um "desconto".
"A terceira fase é a celebração do contrato. Esse cliente apresenta a documentação para a suposta empresa, vai na sede do escritório – nesse caso, 'explodimos' os dois", falou o delegado, fazendo referência aos escritório de Botafogo e no Centro do Rio: "Ali, a vítima faz o contrato e realiza o pix de entrada, normalmente de R$ 30 a R$ 40 mil. Quando os clientes começam a reclamar, eles fazem uma mudança emergencial do escritório, montam outra empresa e começam o golpe novamente". Durante a vistoria, os investigadores identificaram duas vítimas que estavam prestes a depositar R$ 40 mil de entrada.
Os suspeitos foram encaminhados para a delegacia e já prestaram depoimento. Eles responderão pelos crimes de estelionato e associação criminosa e estão sob decisão da Justiça. A nova fase da investigação será voltada para buscar os demais integrantes do grupo.
Dicas para quem deseja comprar a casa própria
O delegado elencou alguns cuidados que as pessoas devem tomar ao colocar em curso o sonho da casa própria. A primeira delas é solicitar a certidão de Ônus Reais do imóvel que deseja comprar, já que o documento apresenta informações sobre o proprietário. A pesquisa pode ser feita através de um profissional ou da busca em um cartório de registro de imóveis.
Pesquisar o CNPJ da empresa que está oferecendo o produto também é outra saída, além de buscar a sua avaliação em sites de reclamação, a fim de buscar possíveis denúncias de golpe. "Sempre duvide de facilidade", concluiu.
* reportagem de Beatriz Coutinho, sob supervisão de Thiago Antunes
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.