'Faraó dos Bitcoins' é acusado de montar grupo de pistoleiros para eliminar concorrentes

Nova denúncia deve levar Glaidson Acácio dos Santos para um presídio federal de segurança máxima

Glaidson Acácio dos Santos é alvo de nova denúncia por liderar grupo de pistoleirosREPRODUÇÃO/TV GLOBO
Publicado 12/12/2022 11:42
Rio - Preso desde agosto de 2021 por comandar um esquema financeiro de pirâmide que prejudicou milhares de investidores, o ex-garçom Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como "Faraó dos Bitcoins" foi acusado mais uma vez pelo Ministério Público. Desta vez, Glaidson responderá por liderar um grupo de pistoleiros que tinha como objetivo monitorar e eliminar desafetos. Após a nova denúncia, Glaidson deve ser transferido do Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, para um presídio federal de segurança máxima ainda não divulgado.

A nova denúncia afirma que Glaidson dos Santos mantinha uma estrutura para matar concorrentes do mercado de criptomoedas na Região dos Lagos. O serviço contava com inteligência, armas, informantes, empresas de fachada e matadores profissionais. 

"Vai se meter com tubarão? Ninguém se mete com tubarão", diz Glaidson em um dos áudio apreendidos durante as investigações. O esquema financeiro do "Faraó dos Bitcoins" movimentou cerca de R$ 38 bilhões.

As empresas de fachada eram usadas para pagar despesas do grupo, como compra de armas, pagamento de seguranças e pistoleiros, e contratação de detetives.

"Mais uma pirâmide. Se a inteligência puder trabalhar para ajudar, fazer o que tem que ser feito. Seria ideal focar nessas pirâmides aí para resolver só problemas, seria ideal", revela um áudio de Glaidson apreendido na investigação. Segundo os investigadores, o investidor Wesley Pessano Alcântara foi um dos alvos da quadrilha, morto em São Pedro d’Aldeia, e outros dois concorrentes sofreram tentativas de homicídio pelo esquema criminoso.

O grupo utilizou-se até mesmo de investigadores da Polícia Civil para eliminar concorrentes. Segundo o Ministério Público, a quadrilha esteve diversas vezes na Cidade da Polícia, no Jacarezinho, para negociar com policiais da Delegacia de Defraudações. Foram cinco agentes e uma delegada corrompidos, conforme a denúncia.

Até mesmo uma operação policial foi comprada por R$ 100 mil. O alvo foi um grupo rival do mercado de criptomoedas, a Oregon Enterprise. O valor seria dividido entre os policiais e a delegada Daniela do Santos Rebelo Pinto.

"Vamos fazer uma operação para assustar todos em Cabo Frio, a delegada já comunicou a CVM (comissão de valores mobiliários)", informou a Glaidson um de seus comparsas.

Os policiais envolvidos no caso foram afastados dos cargos e tiveram o porte de arma suspenso. A delegada Daniela Rebelo nega as acusações e diz que tudo será esclarecido no curso do processo.
A Corregedoria-Geral de Polícia Civil solicitou acesso às investigações para instauração de Processo Administrativo Disciplinar (PAD), a fim de apurar responsabilidade administrativa disciplinar. "A Polícia Civil reforça que não compactua com nenhum tipo de desvio de conduta e atividade ilícita, reiterando seu compromisso de combate ao crime em defesa da sociedade", diz em nota.

A defesa de Glaidson Acácio dos Santos afirmou que recebeu com surpresa a decretação da nova prisão preventiva e que já juntou a procuração e irá recorrer da decisão do MP contra Glaidson.

O Tribunal de Justiça do Rio afirmou que Glaidson é réu por estelionato e em processo na Justiça Federal.
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'Faraó dos Bitcoins' é acusado de montar grupo de pistoleiros para eliminar concorrentes

Nova denúncia deve levar Glaidson Acácio dos Santos para um presídio federal de segurança máxima

Glaidson Acácio dos Santos é alvo de nova denúncia por liderar grupo de pistoleirosREPRODUÇÃO/TV GLOBO
Publicado 12/12/2022 11:42
Rio - Preso desde agosto de 2021 por comandar um esquema financeiro de pirâmide que prejudicou milhares de investidores, o ex-garçom Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como "Faraó dos Bitcoins" foi acusado mais uma vez pelo Ministério Público. Desta vez, Glaidson responderá por liderar um grupo de pistoleiros que tinha como objetivo monitorar e eliminar desafetos. Após a nova denúncia, Glaidson deve ser transferido do Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, para um presídio federal de segurança máxima ainda não divulgado.

A nova denúncia afirma que Glaidson dos Santos mantinha uma estrutura para matar concorrentes do mercado de criptomoedas na Região dos Lagos. O serviço contava com inteligência, armas, informantes, empresas de fachada e matadores profissionais. 

"Vai se meter com tubarão? Ninguém se mete com tubarão", diz Glaidson em um dos áudio apreendidos durante as investigações. O esquema financeiro do "Faraó dos Bitcoins" movimentou cerca de R$ 38 bilhões.

As empresas de fachada eram usadas para pagar despesas do grupo, como compra de armas, pagamento de seguranças e pistoleiros, e contratação de detetives.

"Mais uma pirâmide. Se a inteligência puder trabalhar para ajudar, fazer o que tem que ser feito. Seria ideal focar nessas pirâmides aí para resolver só problemas, seria ideal", revela um áudio de Glaidson apreendido na investigação. Segundo os investigadores, o investidor Wesley Pessano Alcântara foi um dos alvos da quadrilha, morto em São Pedro d’Aldeia, e outros dois concorrentes sofreram tentativas de homicídio pelo esquema criminoso.

O grupo utilizou-se até mesmo de investigadores da Polícia Civil para eliminar concorrentes. Segundo o Ministério Público, a quadrilha esteve diversas vezes na Cidade da Polícia, no Jacarezinho, para negociar com policiais da Delegacia de Defraudações. Foram cinco agentes e uma delegada corrompidos, conforme a denúncia.

Até mesmo uma operação policial foi comprada por R$ 100 mil. O alvo foi um grupo rival do mercado de criptomoedas, a Oregon Enterprise. O valor seria dividido entre os policiais e a delegada Daniela do Santos Rebelo Pinto.

"Vamos fazer uma operação para assustar todos em Cabo Frio, a delegada já comunicou a CVM (comissão de valores mobiliários)", informou a Glaidson um de seus comparsas.

Os policiais envolvidos no caso foram afastados dos cargos e tiveram o porte de arma suspenso. A delegada Daniela Rebelo nega as acusações e diz que tudo será esclarecido no curso do processo.
A Corregedoria-Geral de Polícia Civil solicitou acesso às investigações para instauração de Processo Administrativo Disciplinar (PAD), a fim de apurar responsabilidade administrativa disciplinar. "A Polícia Civil reforça que não compactua com nenhum tipo de desvio de conduta e atividade ilícita, reiterando seu compromisso de combate ao crime em defesa da sociedade", diz em nota.

A defesa de Glaidson Acácio dos Santos afirmou que recebeu com surpresa a decretação da nova prisão preventiva e que já juntou a procuração e irá recorrer da decisão do MP contra Glaidson.

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