Publicado 14/12/2022 15:03
Rio - A Prefeitura do Rio promete um 'Réveillon épico' para os cariocas e turistas matarem as saudades de uma das melhores festas do mundo na passagem para 2023. Após dois anos sem a tradicional multidão em Copacabana, os organizadores, que precisaram assumir a produção de última hora na última quarta-feira, anunciaram as atrações, que incluem Zeca Pagodinho, Iza e Alexandre Pires. O espetáculo de fogos está garantido, com menos barulho e mais leveza, de acordo com a nova legislação que limita os decibéis da apresentação.
"Temos que lembrar que, ano passado, tivemos um encontro muito limitado, pedindo para que as pessoas não viessem para Copacabana. Depois de dois anos de pandemia, será épico agora poder celebrar a vida com as pessoas se abraçando e se beijando sem máscara. Vai ser uma noite de muita alegria e dança. Convido a todos para acompanharem o maior Réveillon das galáxias, do mundo pós-pandêmico, que é o Réveillon da cidade do Rio de Janeiro", afirmou o prefeito Eduardo Paes.
Os anúncios sobre a celebração foram realizados em uma coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira no Copacabana Palace, com a presença de Marcelo Kokote, da Vision Show, responsável pelos fogos, Abel Gomes, da SRCOM, que vai produzir a festa em Copacabana, do presidente da Riotur, Ronnie Aguiar, e do prefeito Eduardo Paes.
A festa contará com dois palcos em Copacabana e oito pontos espalhados pelas Zona Oeste, Norte e no Flamengo, na Zona Sul do Rio. A celebração na 'Princesinha do Mar' será comandada pela empresa SRCOM, do cenógrafo Abel Gomes, que já organizou 14 Réveillons no Rio e realizou a abertura dos Jogos Olímpicos de 2016. A empresa havia ficado em segundo lugar na licitação da Riotur, mas precisou assumir a festa depois que a concorrente paulista MChecon falhou em garantir a execução a tempo.
No palco principal, em frente ao Copacabana Palace, vão se apresentar Zeca Pagodinho, Iza, Alexandre Pires e a bateria da Grande Rio, que homenageará o sambista no Carnaval de 2023. DJs também animarão a noite da virada. A prefeitura espera um público de 2 milhões de pessoas em Copacabana. Os organizadores do evento, no entanto, mantiveram o suspense sobre quem vai se apresentar na hora da virada.
Em frente à Rua Princesa Isabel ficará o segundo palco de Copacabana, o Palco Carioca. As atrações anunciadas para este ponto são Martnália, Gilsons, Bala Desejo, bateria da Beija Flor e DJs. Ao longo da orla serão distribuídas vinte torres de som com ilustrações de artistas de rua.
Os demais oito palcos ainda não tiveram a programação divulgada e serão organizados pela Riotur. São eles: Flamengo, na Rua Dois de Dezembro; Parque de Madureira; IAPI da Penha; Praia da Bica, na Ilha do Governador; Praia da Brisa, na Praia de Guaratiba; Praia de Sepetiba; Praia da Moreninha, em Paquetá; e Piscinão de Ramos.
O prefeito Eduardo Paes acrescentou que a organização da festa na Praia da Barra é feita pelos hotéis do bairro com apoio da prefeitura.
Fogos leves e coloridos
Os tradicionais fogos estarão em dez balsas no mar, todos coloridos e com nova tecnologia, e terão a duração de 12 minutos. O sócio da Vision Show, Marcelo Kokote, responsável pelos fogos, afirmou que o espetáculo dos fogos estará adaptado às normas. Ele prometeu cores e desenhos no padrão de exibições da Disney.
"Serão fogos mais leves, com mais brilho e mais cores. Tudo isso está vindo para Copacabana. Vamos trabalhar com cores, efeitos, formas geométricas, corações", adiantou.
"Serão fogos mais leves, com mais brilho e mais cores. Tudo isso está vindo para Copacabana. Vamos trabalhar com cores, efeitos, formas geométricas, corações", adiantou.
A Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro aprovou no último dia 6 o projeto que proíbe a fabricação, comercialização e uso de fogos de artifício na cidade. A regra, no entanto, permite o uso de fogos sem estampidos ou, ainda, os que produzam barulho de até 120 decibéis nos casos de eventos realizados pela Prefeitura do Rio ou instituições autorizadas pelo executivo municipal.
A proposta passa a valer 180 dias após sua aprovação. Mas Kokote afirmou que a explosão de fogos já estará em acordo com a legislação. "Barulho existe, mas não é o efeito principal. Serão as cores e o desenho do céu que vão fazer o maior espetáculo do mundo. Já neste ano estaremos totalmente de acordo com as normas", afirmou Kokote.
A proposta passa a valer 180 dias após sua aprovação. Mas Kokote afirmou que a explosão de fogos já estará em acordo com a legislação. "Barulho existe, mas não é o efeito principal. Serão as cores e o desenho do céu que vão fazer o maior espetáculo do mundo. Já neste ano estaremos totalmente de acordo com as normas", afirmou Kokote.
As dez 10 balsas estarão com um distanciamento de 25 metros entre elas. O sistema de disparo é de conexão via GPS, que monitora e aciona cada uma das embarcações. A grande festa, que começa no dia 31 de dezembro de 2022, acontece das 18h às 3h30 da madrugada do dia 1º de janeiro de 2023.
O Réveillon de Copacabana será transmitida ao vivo pelo canal da Riotur no YouTube e por um canal de televisão, ainda não foi divulgado.
Organização da festa
A organização precisou ser substituída às pressas depois que a empresa MChecon, de São Paulo, que havia vencido a licitação, não conseguiu garantir que montaria a tempo a estrutura do Réveillon, que conta com palcos e banheiros químicos. A empresa SRCOM, que já produziu 14 edições e era a segunda colocada, foi convocada e terá 23 dias para organizar o que geralmente leva dois meses.
Após o imprevisto, o prefeito Eduardo Paes afirmou que vai rever o critério que deixou a empresa paulista à frente da carioca, que foi o número de patrocinadores.
"Contar com a pessoa e o time do Abel Gomes que conhece muito bem o Réveillon fez toda diferença. Talvez se não existisse a SRCOM teríamos um problema. Esse resultado este ano vai nos levar a reflexões sobre a maneira como o processo seletivo se dá para que a gente não seja mais submetido a questões como esta", afirmou Paes.
A prefeitura pretende gastar cerca de R$ 30 milhões com a festa. Uma parte virá do setor privado. Por enquanto, são dois patrocinadores: Engov e Amstel. "A gente espera a possibilidade de mais patrocinadores. Mas, vindo ou não vindo, a prefeitura vai arcará com as despesas. Um item importante da chamada pública é quem traz mais patrocinador. Isso foi o que levou à vitória da outra empresa e é um elemento que precisamos repensar se é o mais importante", disse Paes. "Quanto mais recurso privado vier, melhor, a gente economiza. Mas, não vamos poupar esforços dado o impacto econômico e a importância da festa para a cidade", completou.
O empresário e cenógrafo Abel Gomes contou que recebeu com surpresa e felicidade a notícia do prefeito Eduardo Paes, na noite da última quarta-feira, de que o "Rio estava em suas mãos", após a empresa M.Checon perder a licitação da festa.
"Quem inventou o Réveillon no Rio de Janeiro fui eu em 1980. A tradição de usar branco, fomos nós que criamos. Em função das oferendas que fazem à Yemanjá, captei a mensagem e pedimos aos órgãos de comunicação incentivassem o uso do branco. Voltar o Réveillon pras nossas mãos, foi uma felicidade. Estamos com pouco tempo, mas vamos para cima fazer um belíssimo Réveillon", prometeu.
No ano passado, o prefeito Eduardo Paes cancelou a festa no início de dezembro, por conta de divergências entre os comitês científicos municipal e estadual. O prefeito respeitou a decisão do estadual, que desaconselhava a celebração à época. Naquele momento surgia a variante Ômicron da Covid-19 e autoridades sanitárias temiam o recrudescimento da doença. "Espero poder estar em Copacabana abraçando a todos na passagem de 22 para 23. Vai fazer falta, mas o importante é que sigamos vacinando e salvando vidas", afirmou Paes no ano passado ao cancelar o evento.
Um dos destaques desta edição do réveillon do Rio é que ele voltará a ser carbono neutro, a exemplo do que ocorreu em 2022, quando a festa ganhou o selo Sustentabilidade Tesouro Verde, um atestado de ética ambiental. A certificação ambiental deste ano será feita pelo grupo BMV.
A estrutura vai contar com 800 banheiros químicos, trinta torres da PM, quatro postos médicos, 30 UTIs, central de monitoramento de câmeras e uma base de órgãos públicos com 12 contêineres, em frente à Escola Municipal Cícero Penna.
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