Publicado 16/12/2022 12:06
Rio - O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) realizou, na manhã desta sexta-feira (16), a cerimônia de diplomação das candidatas e dos candidatos eleitos nas Eleições 2022 no Theatro Municipal, no Centro do Rio. Reunindo diferentes espectros políticos, a solenidade foi marcada por um discurso de coroação à democracia e contou com um protesto do deputado federal reeleito Glauber Braga (Psol) contra a eleição de Claudio Castro.
A solenidade foi aberta com a apresentação da Orquestra Sinfônica Juvenil Chiquinha Gonzaga, formada por meninas da rede pública de ensino do Rio. No evento, foram entregues os diplomas para os 121 eleitos para os cargos de governador, vice-governador, senador, suplente de senador, deputados federal e estadual. A diplomação é o ato pelo qual a Justiça Eleitoral atesta que a candidata ou o candidato foi efetivamente eleito pelo povo e, por isso, está apto a tomar posse no cargo.
No discurso de abertura do evento, o presidente da Justiça Eleitoral do Rio, Elton Martinez Carvalho Leme, destacou a vitória da democracia, apesar das investidas de grupos radicais que descredibilizaram o processo eleitoral. "Foi montada uma estrutura gigantesca para responder com rigor e rapidez aos atentados contra a democracia, e o resultado foi um pleito com segurança e tranquilidade", declarou. Já no discurso de encerramento, o desembargador afirmou que a democracia está em festa e que a "Justiça eleitoral está feliz".
O primeiro a receber o diploma das mãos do presidente do TRE-RJ, foi o governador Cláudio Castro (PL), seguido do vice-governador eleito, Thiago Pampolha (União Brasil). Após a cerimônia, o governador comemorou a diplomação e afirmou que o Rio de Janeiro viverá ‘tempos de paz’.
"Seria hipocrisia da minha parte dizer que não há uma satisfação pessoal em ver que tudo que fizemos nesses dois anos foi reconhecido pela população. Estou muito grato. O Rio se uniu para continuar um trabalho que entendeu que estava dando certo. Há um sentimento de missão. Um sentimento da vontade grande de consertar os problemas do Rio. Nós sabemos que são problemas sérios e graves, que dificilmente se resolverão todos em quatro anos, mas acho que já evoluímos nesses últimos dois anos e temos muito que evoluir. A partir de agora é um tempo de paz pro Rio de Janeiro", comentou Castro.
O governador afirmou que vai trabalhar em conjunto com o Governo Federal, comandado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para trazer melhorias ao Rio. Castro também se defendeu sobre a denúncia do Ministério Público Eleitoral (MPE) de abuso de poder político e econômico e conduta vedada relacionadas a uma "folha de pagamento secreta" com cargos na Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Estado do Rio de Janeiro (Ceperj) e na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
"Tenho total tranquilidade. Teve a vontade popular. A questão do Ceperj foi discutida a eleição inteira. A minutagem de televisão e da crítica foram mais de três horas e meia. A população sabia exatamente o que aconteceu. Eu expliquei em todos os debates e entrevistas. A população ainda assim deu a maior votação da história de um governador no estado do Rio de Janeiro. O grande juiz disso é a população, respeito o direito do ministério público de litigar, mas 70 dias antes do pleito os programas já estavam todos encerrados. A gente tem que aprender a respeitar o que a urna diz. Estamos falando tanto em democracia, que seja respeitada a vontade soberana do povo", completou Castro.
Depois da chapa, o senador Romário (PL) recebeu o seu diploma ao lado da sua filha Ivy, de 17 anos. O evento seguiu com a diplomação de deputados federais e estaduais. Na sua vez, o deputado federal eleito Gláuber Braga (Psol) recebeu vaias e gritos de "vagabundo" ao exibir um cartaz com a inscrição: 'Cláudio Castro não merece ser eleito'. O cartaz foi exibido em frente ao assento do governador, na primeira fileira do Theatro Municipal.
Em outro protesto, o deputado federal reeleito Otoni de Paula (MDB-RJ) utilizou uma espécie de mordaça ao receber a diplomação em referência à suspensão de suas redes sociais pela Justiça Eleitoral. O deputado legitima o questionamento às urnas realizados por extremistas que não aceitam o resultado eleitoral. O político é investigado em inquérito que apura convocação de atos antidemocráticos.
Já as deputadas estadual Renata Souza (Psol) e federal Talíria Petrone (Psol) se manifestaram durante a diplomação exibindo uma imagem da vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018.
O evento contou com a presença de figuras importantes da política fluminense. O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PTB) assistiu da plateia a cerimônia. Ele veio acompanhar a diplomação da filha Danielle Cunha (União Brasil) eleita deputada federal.
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz (PSD), foi diplomado deputado federal. Soranz afirmou que vai deixar a pasta no ano que vem para assumir o mandato em Brasília. "É um momento de se deixar os ressentimentos do período eleitoral e todo mundo trabalhar juntos para construir um país melhor. Hoje é uma consolidação da democracia brasileira. Não foi nada fácil chegar aqui. Vivemos um período muito turbulento da nossa democracia", afirmou. Soranz disse que vai lutar para que a rede federal volte a funcionar no Rio.
Quem também esteve na cerimônia foi o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano (PT), que concorreu ao cargo de senador. Ele acompanhou a diplomação de uma frisa, uma espécie de camarote, ao lado do presidente da Câmara Municipal, Carlo Caiado (PSD).
Bacellar é aplaudido por colegas
Candidato à sucessão de André Ceciliano na Alerj, Rodrigo Bacellar (PL) foi fortemente aplaudido pelos colegas quando teve o nome anunciado para pegar o diploma de deputado estadual eleito. O Secretário de Governo de Castro vai deixar o Palácio Guanabara para disputar a presidência da Casa Legislativa fluminense no início de 2023. A posse dos deputados acontece no dia 1 de fevereiro e a eleição da mesa diretora, no dia 2.
"Com o apoio do presidente Ceciliano, que foi o cara que me projetou pra política e me deu tamanho, estamos mostrando que o caminho do Rio de Janeiro é o diálogo, o respeito às instituições. Está na hora da política trazer esse sentimento de unidade. Essa é a grande construção para a eventual nova presidência da Assembleia, se for da vontade de Deus e dos meus pares. Mantendo a unidade que o grande presidente Ceciliano conseguiu construir e mantendo porta aberta com o governador Claudio Castro", afirmou Bacellar.
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