Thiago e Alessandro, acusados de matar e torturar o francês Rodolphe Jean, estavam foragidos da Justiça Divulgação
Publicado 23/12/2022 17:56
Rio - A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul prendeu, nesta sexta-feira (23), Alessandro de Azevedo Monteiro, acusado de matar e torturar o empresário francês Rodolphe Jean Claude Maurice, de 25 anos, dentro de uma casa na Estrada Burle Marx, em Barra de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio. O crime ocorreu em agosto deste ano, e foi cometido pelo suspeito que se passava como falso engenheiro e por mais dois de seus funcionários, um deles, identificado como Thiago Mariano dos Santos, preso por policiais civis do Rio nesta quinta-feira (22). Já o terceiro envolvido ainda está sendo investigado.

De acordo com a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, uma equipe de agentes do Grupo de Operações e Investigações (GOI) recebeu informações sobre o paradeiro de Alessandro, que estava hospedado em uma pensão no centro da cidade.
“Em checagem ao Banco Nacional de Mandados de Prisão, foi constatado mandado de prisão, expedido em 06/10/2022. Diante das informações a equipe do GOI deslocou em um pensionato na região central da cidade, onde fez contato com o proprietário, o qual confirmou que o procurado morava ali, apontando o quarto do mesmo. Os policiais da equipe chamaram pelo indivíduo, o qual prontamente atendeu, se identificou e não ofereceu resistência dizendo, inclusive, que já esperava pela Polícia”, disse o órgão em nota.
O francês Rodolphe Jean-Claude planejava construir uma pousada em Guaratiba - Reprodução
O francês Rodolphe Jean-Claude planejava construir uma pousada em GuaratibaReprodução
Já Thiago Mariano dos Santos, foi preso por policiais civis da 159ª DP (Cachoeiras de Macacu), em ação conjunta com a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), nesta quinta-feira (22), em Campo Grande, na Zona Oeste.
O francês havia contratado Alessandro para construir uma casa, quando após pagar uma quantia de R$ 60 mil descobriu que havia sofrido um golpe. O suspeito se passava por um falso engenheiro, utilizando um certificado de um profissional de São Paulo.
Relembre o caso
De acordo com a Polícia Civil do Rio, o crime ocorreu entre às 23h e 4h do dia 28 de agosto deste ano, e os suspeitos usaram de violência extrema contra a vítima, uma vez que os exames realizados no Instituto Médico Legal demonstraram que os meios empregados levaram à vítima a intenso sofrimento físico. Os ferimentos encontrados no francês ainda eram compatíveis com golpes de martelo.

Durante a investigação foi constatado que Alessandro de Azevedo Monteiro usava anúncios em plataformas digitais, oferecendo serviços de reforma e construção, assinando como engenheiro. Ele ainda usava o nome de uma empresa “Athus construindo sonhos” e um registro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) de um profissional de São Paulo. Foi desse modo que ele se aproximou da vítima.
Após contactar o falso engenheiro, o francês odolphe Jean Claude Maurice teria pago R$ 60 mil para o suspeito que não prestou o serviço. E em seguida, após levar o golpe, decidiu que iria o acionar judicialmente. O valor da prestação do serviço estava estimado em R$ 180 mil. em Barra de Guaratiba, na Zona Oeste.
Ainda segundo as investigações, o principal objetivo do suspeito era oferecer um serviço às vítimas, receber uma parte do valor e depois não finalizar a obra. Assim, repetia o golpe com diversas pessoas. Após descobrir o golpe, o francês fez ainda tentativas de ir até a casa do falso engenheiro tentar reaver o dinheiro, mas sem sucesso.
Um dia antes de matar a vítima, Alessandro realizou uma visita ao francês com seus funcionários. No dia seguinte eles roubaram um celular, um playstation 5 e um computador. Os itens foram vendidos na manhã posterior ao crime por Alessandro e Thiago, mas foram recuperados pela Polícia Civil após a identificação dos receptadores.
Em decorrência da perplexidade do caso, a Polícia Francesa, através do Consulado da França no Brasil iniciou uma investigação paralela de cunho internacional onde também foram expedidos mandados de prisões internacionais para os autores.
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