Publicado 05/01/2023 08:59 | Atualizado 05/01/2023 11:32
Rio - A vacinação contra a Covid-19 em adultos e crianças com 12 anos ou mais vai ser suspensa no município do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (6). Nesta semana, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS-Rio) solicitou ao Ministério da Saúde a entrega de novas doses o mais rápido possível.
A cidade possui poucas doses para crianças e, por esse motivo, somente elas vão continuar sendo vacinadas enquanto durarem os estoques. De acordo com a pasta, a vacinação pode ser retomada na próxima semana com a chegada de novos lotes da vacina.
Segundo o secretario municipal de Saúde Daniel Soranz, as doses restantes podem acabar ainda nesta quinta-feira (5). "Ainda temos as doses remanescentes nas unidades de saúde e provavelmente quase todo o estoque deve acabar no dia de hoje".
A SMS-Rio ainda reafirma a importância dos pais e responsáveis levarem as crianças que ainda não se vacinaram ou estão com segunda dose atrasada aos postos de saúde para colocar em dia a vacinação antes do término do estoque.
Também nesta quinta, Soranz se reúne com a Ministra da Saúde Nísia Trindade, em Brasília, para discutir a saúde do Rio em 2023, incluindo a situação das vacinas.
"Hoje eu estou em Brasília numa reunião com a agora Ministra da Saúde e ex-presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, justamente pra discutir a data da entrega das novas remessas e o fluxo de vacinas para cidade do Rio de Janeiro. A gente ainda não tem a informação de quantas doses devem chegar ao Rio. O Ministério da Saúde está se planejando para que a gente possa receber pelo menos 100 mil doses na próxima semana", explicou.
Até esta quarta-feira (4), pouco mais de 297 mil crianças de de 0 a 4 anos ainda não haviam tomado nenhuma dose da vacina e apenas 26 mil tem esquema vacinal completo. Já entre 5 e 11 anos, o número de não vacinados chega a cerca de 88 mil. Nesta mesma faixa, 356.258 completaram o esquema vacinal.
A terceira dose da vacina em crianças, que antes era recomendada apenas para maiores de 12 anos, porém, o Ministério da Saúde ampliou a aplicação de dose de reforço da vacina Covid-19 para todas as crianças entre 5 e 11 anos. A orientação foi publicada nesta quarta em uma Nota Técnica e considera todos os estudos científicos que apontam um aumento da proteção com a dose complementar.
O intervalo entre a segunda dose e o reforço deverá ser a partir de quatro meses. A imunização complementar, para as crianças que tomaram a primeira e a segunda dose da Pfizer ou da Coronavac, deve ser feita com a vacina pediátrica da Pfizer.
Para o secretário, é necessário que o trabalho de conscientização da vacina continue na cidade para que não haja abertura para uma nova onda da doença, apesar do controle atual nos números.
" Rio de Janeiro tem um panorama epidemiológico muito favorável para Covid-19. A gente tem menos de 30 pessoas internadas com covid na cidade devido a alta cobertura vacinal que a gente alcançou. Mas a gente sabe que essa cobertura não dura para sempre, o efeito da vacina começa a diminuir ao longo do tempo e com a redução do efeito protetor a gente pode estar abrindo espaço para uma nova onda".
Adesão à vacinação
Em toda a cidade do Rio, 6.424.813 pessoas já se vacinaram com a primeira dose da vacina, enquanto 6.083.764 tomaram a segunda, segundo dados da SMS-Rio. Se tratando do reforço, o número caí drasticamente: somente 4.044.122 voltaram aos postos de saúde para tomar uma nova dose da vacina e 2.021.718 completaram o esquema vacinal.
Já no estado, o total de 1º doses aplicadas é de 13.925.676, destes, pouco mais de 13 milhões voltaram para tomar a segunda dose. Entre as aplicações do reforço, a queda dos números é grande e pouco mais da metade dos vacinados foram até postos de saúde. Cerca de 7 milhões de pessoas tiveram o primeiro reforço e somente pouco mais de 3 milhões tomaram uma nova dose.
Apesar do cenário estar favorável, o número de pessoas infectadas pela Covid-19 na capital, entre adultos e crianças, é um alerta para a importância da cobertura vacinal completa.
No ano de 2022, a cidade teve 752.839 casos confirmados, 7.625 casos graves e 2.705 mortes em decorrência da doença, com a menor taxa de letalidade em dois anos, marcando 0,4%.
Em 2021, o número de casos confirmados foi menor e ficou em cerca de 309 mil, porém, o quantitativo de casos graves foi de 43.478. Além disso, ocorreram 16.318 óbitos, o que deixou a taxa de letalidade em 5,6%.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.