Mototaxista tira calça durante abordagem de seguranças do Guanabara da PenhaReprodução de vídeo
Publicado 09/01/2023 20:33 | Atualizado 09/01/2023 20:54
Rio - Um vídeo de um mototaxista negro tirando as calças após ser abordado por seguranças do supermercado Guabanara da Penha, na Zona Norte do Rio, viralizou na internet nos últimos dias. O caso aconteceu no último dia 31, na véspera de Ano Novo, quando Alex Silva Pereira Faria, de 33 anos, saía do estabelecimento com as compras para um churrasco. O registro já foi assistido por mais de 49 mil pessoas no Twitter. 
Nas imagens, é possível ver Alex ao lado do carrinho com quatro peças de carne já na saída do supermercado. Três seguranças participam da abordagem e conferem a nota com os produtos comprados. Em dado momento, um dos funcionários parece pedir para que Alex levante a calça, ele chega a tentar apalpar o mototaxista, que se revolta. 
Depois da tentativa do segurança, Alex pergunta se eles queriam que ele abaixasse a roupa, mas o profissional, de costas para a filmagem, parece não responder. Na sequência, visivelmente indignado com a situação, o mototaxista abaixa as duas calças que usava (uma de proteção e outra jeans) e fica só de cueca na frente dos profissionais. Os seguranças se afastam após a atitudes. 
Durante o registro, a pessoa que filmou a atitude dos seguranças chega a falar: "Pode processar, pode processar". Alex confirma que vai acionar a Justiça contra o supermercado. "Filma aí que eu vou processar. Aí, tudo pago. Está me abordando errado. Eu vou processar". Após a repercussão, o profissional responsável pela abordagem foi demitido.
De acordo com o Uol, Alex entrou com uma ação contra o supermercado no valor de R$ 100 mil em danos morais. O processo também pede a retratação oficial do mercado nas redes sociais. As compras que Alex fazia eram fruto de um rateio de colegas motociclistas que fariam um churrasco. A conta teria ficado em R$ 366,81, segundo a matéria.
Em nota, o Guanabara disse que não tolera nenhuma forma de discriminação e esclareceu que o funcionário envolvido no caso foi mandado embora por não ter impedido o cliente de tirar a roupa. "Embora o funcionário não tenha solicitado que o cliente tirasse a roupa ou fizesse revista íntima, o que é ilegal é vedado pela Constituição Federal, não impediu o comportamento do cliente e, por isso, foi desligado", afirmou.
A rede também disse que tentou contato com o cliente, o que não foi possível pela falta do registro da ocorrência na loja. Por fim, o Guanabara reforçou que possui um ciclo de treinamento, que já ocorre a cada bimestre, junto aos funcionários.
"A empresa reforça ainda que repudia comportamentos que pactuem com qualquer tipo de violência e que tenham caráter discriminatório", finalizou.
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