Publicado 17/01/2023 17:26
Rio - Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) abriu, nesta segunda-feira (16), uma sindicância de ofício para apurar o caso da jovem Gleice Kelly, de 24 anos, que deu entrada no Hospital NotreDame Intermédica Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio para dar à luz, mas acabou sofrendo a amputação de uma das mãos. Conforme a denúncia da vítima, após o nascimento do bebê na unidade, a paciente sofreu complicações e foi transferida para outro hospital da mesma rede, situado no município de São Gonçalo.
"Neste momento, o Conselho está verificando os fatos junto aos responsáveis técnicos do grupo NotreDame Intermédica. Após a conclusão da sindicância, um processo ético-profissional (PEP) poderá ser instaurado para julgar o ocorrido", informou em nota o órgão. O Cremerj reiterou ainda que o caso será apurado com rigor e celeridade.
O caso foi registrado como lesão corporal culposa na 41ª DP (Tanque). Testemunhas estão sendo ouvidas e os documentos médicos foram requisitados para ajudar a esclarecer o caso.
Hospital faz contato com a defesa
A advogada da vítima, Monalisa Gagno, disse ao Dia que foi procurada por advogados do hospital para uma reunião na tarde de quarta-feira (18). A defesa ainda não sabe o que será proposto nessa reunião, mas informou que irá comparecer. Monalisa também disse que está digitalizando todos os prontuários médicos de Gleice Kelly para encaminhar ao Instituto Médico Legal do Centro do Rio amanhã de manhã (18).
Relembre o caso
Gleice Kelly estava grávida de 39 semanas quando deu entrada no Hospital da Mulher Intermédica de Jacarepaguá, no dia 9 de outubro do ano passado. O bebê nasceu no dia seguinte de parto normal e totalmente saudável, mas o procedimento provocou uma hemorragia interna na vítima. Para tentar conter o sangramento, a equipe médica fez um acesso venoso pela mão da paciente.
"A Gleice Kelly entrou na mesa de parto para ter o terceiro filho, de parto normal e foi um sucesso, a criança nasceu saudável, mas ela teve um sangramento, uma hemorragia que não conseguiam cessar. Então fizeram um acesso venoso e começaram a colocar bastante medicação ali para tentar conter a hemorragia. Só que, o que a gente entende é que esse acesso saiu da veia dela e começou a inchar a mão, trazer dores e inchaço, e ficou vermelho", contou a advogada Monalisa Gagno.
"A Gleice Kelly entrou na mesa de parto para ter o terceiro filho, de parto normal e foi um sucesso, a criança nasceu saudável, mas ela teve um sangramento, uma hemorragia que não conseguiam cessar. Então fizeram um acesso venoso e começaram a colocar bastante medicação ali para tentar conter a hemorragia. Só que, o que a gente entende é que esse acesso saiu da veia dela e começou a inchar a mão, trazer dores e inchaço, e ficou vermelho", contou a advogada Monalisa Gagno.
Monalisa ainda relata que, mesmo com pedidos da família, a unidade médica não buscou entender os motivos do inchaço na mão de Gleice Kelly.
"Eles colocaram um balão de Bakri, que fica dentro do colo do útero da mulher, para tentar conter a a hemorragia. Eles se preocuparam com a hemorragia e não se preocuparam com o acesso venoso, que acabou saindo da veia e necrosando a mão dela, o que fez ela perder o membro e quatro dedos acima do do punho".
A jovem chegou a ser transferida para uma segunda unidade de saúde da mesma rede hospitalar, desta vez em São Gonçalo, na Região Metropolitana. No local, Gleice ficou internada na CTI e teve o membro amputado. Desde então, segundo Monalisa, a vítima não recebeu nenhuma assistência do hospital e o membro amputado desapareceu.
"Até hoje a gente não tem nenhum contato do hospital, nenhuma resposta sobre o que de fato aconteceu. Não houve nenhuma apuração, ninguém explicou pra família, nem no momento e nem antes da cirurgia. Em nenhum momento houve alguma alguma explicação por parte deles e dos médicos que a atenderam sobre o que aconteceu tanto com a hemorragia, quanto a perda do do membro", ressaltou.
"Eles colocaram um balão de Bakri, que fica dentro do colo do útero da mulher, para tentar conter a a hemorragia. Eles se preocuparam com a hemorragia e não se preocuparam com o acesso venoso, que acabou saindo da veia e necrosando a mão dela, o que fez ela perder o membro e quatro dedos acima do do punho".
A jovem chegou a ser transferida para uma segunda unidade de saúde da mesma rede hospitalar, desta vez em São Gonçalo, na Região Metropolitana. No local, Gleice ficou internada na CTI e teve o membro amputado. Desde então, segundo Monalisa, a vítima não recebeu nenhuma assistência do hospital e o membro amputado desapareceu.
"Até hoje a gente não tem nenhum contato do hospital, nenhuma resposta sobre o que de fato aconteceu. Não houve nenhuma apuração, ninguém explicou pra família, nem no momento e nem antes da cirurgia. Em nenhum momento houve alguma alguma explicação por parte deles e dos médicos que a atenderam sobre o que aconteceu tanto com a hemorragia, quanto a perda do do membro", ressaltou.
Questionada, a unidade alegou que a mão seria encaminhada para estudos mas, conforme Monalisa, familiares não receberam novas informações. Além disso, a jovem precisou voltar a ser internada e passar por uma nova cirurgia meses depois do parto e da perder a mão, já em dezembro, por suposto erro médico.
O que diz o hospital
Por meio de nota, o Hospital da Mulher Intermédica de Jacarepaguá declarou que "está totalmente solidário com a vítima, e lamenta profundamente o ocorrido. Reitera o empenho em apurar com toda seriedade, transparência e atenção os procedimentos médicos e hospitalares adotados durante seu atendimento. Para tanto, solicitou ao Comitê de Ética Médico a coordenação desses trabalhos. Independente de tal apuração, o hospital vem mantendo contato com a paciente e seus representantes para prestar todo acolhimento possível e atender suas necessidades, assim como se mantem à disposição para que todos os esclarecimentos necessários sejam realizados."
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