Publicado 18/01/2023 16:36 | Atualizado 18/01/2023 16:41
Rio - A Polícia Militar afirmou ao Ministério Público que perdeu todos os documentos que poderiam ajudar a solucionar uma suposta execução cometida durante uma operação do 18º BPM (Jacarepaguá) na Cidade de Deus em 2003, envolvendo Fabrício Queiroz e Adriano da Nóbrega. A vítima foi o técnico de refrigeração Anderson Rosa de Souza, de 29 anos. As informações foram obtidas com exclusividade pela 'GloboNews'.
Os documentos mostram que ao ser questionada pelo Ministério Público do Rio, a Polícia Militar admitiu que perdeu todos os documentos do batalhão entre o período de 1994 a 2003. Se o caso não for esclarecido até maio, o crime irá prescrever sem nenhuma punição.
No ano retrasado, o Ministério Público citou a 'grande probabilidade' de a ação policial ter resultado na execução. As falhas no inquérito já foram apontadas pelo órgão em 2020.
Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, também é acusado de participar do esquema conhecido como 'Rachadinha', na Assembleia Legislativa do Rio. Já Adriano da Nóbrega, ex-capitão do Bope, era apontado como chefe de uma quadrilha de milicianos e matadores de aluguel na Zona Oeste. Ele foi morto em 2020.
As investigações do MP sobre o caso ainda não sabem dizer se o tiro que matou o técnico de refrigeração na Cidade de Deus partiu da arma de Queiroz ou de Adriano.
Nos documentos obtidos pela 'GloboNews', a Polícia Militar informou que fez buscar nos arquivos da Reserva Única de Material Bélico (RUMB) e no arquivo da unidade operacional, no intuito de encontrar os livros de partes diárias referentes aos períodos em que os acusados fizeram parte do efetivo do 18º BPM, mas não teve sucesso.
Ainda segundo a corporação, a perda dos arquivos foi causada por fortes chuvas que teriam atingido o acervo em 2010. Apesar da falta dos arquivos, o comando da Corporação garantiu que segue ao dispor das esferas Judiciais para colaborar com todas as solicitações que estiverem ao seu alcance referentes aos envolvidos.
Entenda o caso
No ano de 2003, Adriano e Queiroz ainda trabalhavam como PMs e, acompanhados de mais três militares, fizeram uma operação na Cidade de Deus, em um endereço de um suposto ponto de venda de drogas.
No local, ambos contaram que foram recebidos a tiros e revidaram. A vítima, Anderson, foi baleada três vezes e teria chegado morta ao hospital. Ele não tinha passagem pela polícia.
De acordo com Queiroz e Adriano, uma bolsa com cocaína e uma pistola foram apreendidas no local. Na época, eles prestaram depoimento no batalhão, entregaram seus fuzis usados no dia e voltaram ao trabalho.
O caso foi registrado como auto de resistência, quando a PM atira em alguém que resiste à abordagem e coloca a vida dos agentes em risco.
No local, ambos contaram que foram recebidos a tiros e revidaram. A vítima, Anderson, foi baleada três vezes e teria chegado morta ao hospital. Ele não tinha passagem pela polícia.
De acordo com Queiroz e Adriano, uma bolsa com cocaína e uma pistola foram apreendidas no local. Na época, eles prestaram depoimento no batalhão, entregaram seus fuzis usados no dia e voltaram ao trabalho.
O caso foi registrado como auto de resistência, quando a PM atira em alguém que resiste à abordagem e coloca a vida dos agentes em risco.
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