Publicado 08/02/2023 15:42
Rio - A falta de professores no início do ano letivo está prejudicando a rotina dos alunos da rede municipal de ensino da cidade do Rio. Diante do déficit de profissionais, os estudantes estão tendo aulas em horário parcial. É o caso dos alunos da Escola Municipal Professor Antônio Boaventura, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. Segundo os pais das crianças, o horário de turno único, de 7h30 às 14h30, não está sendo seguido. Agora, o horário oferecido é das 13h às 17h30.
"Na reunião de pais foi dito que faltam muitos professores na rede. Eles então provisoriamente dividiram as turmas em dois turnos até que cheguem professores, só que isso está causando um desconforto imenso, visto que as crianças estudavam em turno único. Nós pais com a vida organizada e de um dia para o outro as crianças passaram a ter que estudar de 13h às 17:30h", reclama Rosana Fuly, 44 anos, mãe da pequena Alice, de 8 anos.
Rosana também diz que no grupo da escola da filha diversos pais também têm sentido dificuldades com o novo horário e que não é fácil encontrar uma solução para o problema, que não tem data para ser resolvido. "Os pais deixavam os filhos na escola e depois iam trabalhar, inclusive eu, e agora não sabemos o que fazer. A Direção diz que isso será modificado quando a Prefeitura enviar novos professores. Aí entra mais um desconforto, se conseguirmos uma condução para levar e buscar nossos filhos, a qualquer momento isso será modificado, deixando nossa vida e a vida do condutor complicada", afirma.
A mãe de um outro aluno da Escola Professor Antônio Boaventura também disse ter encontrado dificuldades em se adaptar à nova rotina. "Eles não sabem o manejo que eu faço para levar ele para escola. Eu tive que conversar com meu chefe, eu trabalho 12h20, justamente no horário que preciso levar meu filho. Pedi para entrar mais tarde, mas sabe como é patrão, é complicado. A gente não tem condições de pagar transporte, complicou a vida de muita gente porque de manhã eu deixava na escola e de tarde pedia para algum primo ou tia buscar", desabafou no grupo dos pais.
A avó de uma das crianças da unidade de ensino também se mostrou preocupada com o início do ano letivo. "Está muito difícil, a mãe dele trabalha, eu trabalho... está difícil ele entrar 13h30 da tarde. Não sei como vai ficar essa situação", desabafou.
Os pais contam ainda que esta mesma situação aconteceu no ano passado e que, infelizmente, não é mais novidade para eles terem que lidar com o déficit de professores.
Nas redes sociais, professores que prestaram concurso para a rede municipal de educação da capital do Rio tentam entender qual é o empecilho em convocar novos profissionais, visto a necessidade. "Um monte professor querendo trabalhar! Eu sou uma e estou esperando os vários processos seletivos que já me inscrevi chamarem e nenhum chama! Um absurdo isso!"; "Está faltando professor, simplesmente por falta de boa vontade de nossos gestores. Pois, temos um banco de concursados ansiosos para assumir o cargo e até agora nada"; "Já abriu concurso, a pergunta deve ser, será que a fila de espera já acabou? Se acabou porque não abre concurso novo? E se não acabou, porque não chama?", escreveram alguns profissionais que prestaram concurso para a prefeitura.
O que diz a Secretaria Municipal de Educação (SME)
A Secretaria Municipal de Educação (SME) confirmou que a Escola Municipal Professor Antônio Boaventura está atendendo com estratégia de horário parcial e turno único neste início de ano letivo. Disse ainda que uma turma iniciou as aulas nessa quarta-feira (8), pois a professora encontra-se licenciada e já foi providenciada a substituição.
Informou ainda que a pasta tem realizado todos os esforços para minimizar o déficit de educadores por meio de convocações de aprovados em concursos, contratações e dupla regência (hora extra) de professores, que teve o processo de inscrição antecipado esse ano e está sendo intensificado ao longo dessa semana para permitir uma real fotografia da necessidade da rede.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.