Publicado 15/02/2023 18:14
Rio - Agentes da 14ª DP (Leblon) fecharam uma central clandestina de venda de imóveis na tarde desta quarta-feira (15) no Centro do Rio. Cerca de 40 pessoas foram levadas para a delegacia para prestar depoimentos e quatro já foram presas.
De acordo com as investigações, os membros do grupo se passavam por corretores para dar golpes em donos de propriedades e em pessoas que estavam interessadas em comprar imóveis. Quando os clientes firmavam um acordo com o grupo e pagavam a primeira parcela, eles fugiam e mudavam de local.
Em conversa com O DIA, a delegada Daniela Terra informou que a quadrilha contratava mulheres para encontrar proprietários de imóveis que estavam vendendo suas propriedades na internet. Quando esses anúncios eram localizados, as mulheres entravam em contato com a pessoa, através de um perfil falso, e ofereciam ajuda para a divulgação, sem nenhum custo. A ajuda era feita através da duplicação do anúncio.
De acordo com a delegada, os imóveis procurados ficavam em diversas cidades como Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e em Iguaba Grande, na Região dos Lagos. Quando as pessoas clicavam no anúncio duplicado e eram convencidas a comprar o imóvel, elas eram transferidas para um outro setor da quadrilha que marcava uma visita. Para concluir a venda, era necessário o pagamento por PIX ou a vista.
"Elas pediam uma vantagem financeira que era enviar um PIX ou saque feito na hora de 10 mil. Elas falavam que o resto podia ser feito em diversas parcelas. A pessoa ia lá, sacava o dinheiro e depois acabou. Eles desapareciam e fugiam. Não existe isso. É uma ilusão. Não existe essa compra de imóveis nem em corporativa. Nós fizemos uma conta e vimos que um financiamento saía mais barato do que a pessoa pagar à vista", disse Daniela.
O escritório fechado nesta quarta estava hospedado na Rua São José, no Centro do Rio. No momento da abordagem, os agentes da 14ª DP flagraram uma mulher dando R$ 10 mil para os golpistas. O dinheiro foi recuperado e entregue novamente para a vítima.
A 14ª DP investigava cinco vítimas desse golpe. Segundo a delegada, a quadrilha mudava constantemente de local e os escritórios costumavam ser bonitos e luxuosos. As vítimas que registraram ocorrências na delegacia sofreram o golpe em um escritório localizado em Ipanema, na Zona Sul do Rio.
"Eles fazem de tudo para as pessoas crerem que é tudo verdadeiro. Eu nunca tinha visto isso. A pessoa tem que desconfiar sempre do preço do imóvel, olhar o CNPJ da empresa para ver se deveria estar funcionando e verificar a empresa na junta comercial. Tudo pela rede social é complicado. Tem que ficar com o pé atrás", completou a delegada.
Daniela ainda informou que a empresa usava o nome registrado de Cooperativa de Imóveis Fênix. Os depoimentos continuam no início da noite desta quarta e o número de presos ainda pode aumentar.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.