Ex-PM acusado por morte de Fernando Iggnácio é preso em operação na fronteira do Paraná

Otto Samuel foi abordado na cidade de Santa Terezinha de Itaipu, no oeste do estado, em operação do Programa Nacional de Segurança nas Fronteiras e Divisas

Fernando Iggnácio disputou herança com filho e sobrinho de Castor REPRODUÇÃO DE VÍDEO
Publicado 28/02/2023 13:13
Rio - A Polícia Militar do Paraná prendeu na segunda-feira (27) o ex-PM de São Paulo Otto Samuel, de 29 anos, foragido da Justiça acusado pela morte do bicheiro Fernando Iggnácio, em novembro de 2020, no Rio de Janeiro. Otto foi preso na cidade de Santa Terezinha de Itaipu, no oeste do estado, em operação do Programa Nacional de Segurança nas Fronteiras e Divisas (Vigia), do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Durante o patrulhamento de rotina, foi feita a abordagem do veículo. Otto estava com mais uma pessoa no carro e se apresentou para a equipe policial como sendo policial militar do Estado de São Paulo. Após verificação, foi constatado que ele havia sido excluído da corporação em 2021, e que havia contra ele um mandado de prisão em aberto pelo crime de homicídio. O acusado recebeu voz de prisão e foi encaminhado para a cadeia pública de Foz do Iguaçu.
O irmão de Otto, Pedro Emanuel Cordeiro, também é acusado do crime e está foragido. Já estão presos o cabo da PM Rodrigo Silva das Neves e o policial militar reformado Márcio Araújo de Souza. O miliciano Ygor Rodrigues Santos da Cruz foi encontrado morto em novembro do ano passado.
Em março de 2021, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou Rogério de Andrade e mais cinco pessoas pelo assassinato. Fernando Iggnácio e Rogério são respectivamente genro e sobrinho do falecido contraventor Castor de Andrade, que foi chefe do jogo do bicho no Estado. De acordo com a denúncia, o crime foi cometido por Rodrigo Silva das Neves, Ygor Rodrigues Santos da Cruz, vulgo Farofa, Pedro Emanuel D'Onofre Andrade Silva Cordeiro, vulgo Pedrinho, e Otto Samuel D'Onofre Andrade Silva Cordeiro, seguindo ordens de Marcio Araújo de Souza e Rogério Costa de Andrade e Silva, vulgo Patrão.

A denúncia descreve que os quatro primeiros denunciados chegaram de automóvel ao local do crime, tendo três deles invadido o terreno baldio que faz divisa com o heliporto, usando pelo menos dois fuzis. Após aguardarem por cerca de quatro horas, Fernando Iggnácio desembarcou em seu helicóptero, retornando de Angra dos Reis. Os denunciados, então, posicionaram suas armas em cima do muro, a uma distância de, aproximadamente, quatro metros do local onde estava estacionado o automóvel dele. 
Ainda de acordo com a denúncia, Marcio Araújo de Souza, um dos responsáveis pela segurança pessoal de Rogério de Andrade, foi o responsável por contratar, a mando de Rogério, os demais denunciados para executarem o crime. A investigação identificou que Rodrigo das Neves e Ygor da Cruz já trabalharam como seguranças da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel, cujo patrono é Rogério de Andrade.
Morte de Iggnácio
O contraventor voltava de helicóptero de uma viagem de Angra dos Reis, na Costa Verde, quando ao desembarcar foi atingido por vários tiros na cabeça quando caminhava em direção ao carro, ao lado da empresa Heli-Rio, no dia 10 de novembro de 2020. 
Antes de ser morto, Fernando Iggnácio seguiu à risca um hábito adotado sempre que viajava de helicóptero com a mulher Carmem Lúcia de Andrade Iggnácio, filha de Castor de Andrade, morto em 1997. Ele desembarcou sozinho, foi conduzido em um veículo elétrico até o estacionamento e deu os últimos passos até o seu carro após percorrer cerca de 100 metros, onde foi baleado.
O bicheiro travou uma luta durante décadas pela herança de Castor de Andrade. Desde a morte de Castor, o filho Paulo Roberto, morto em 1998, o sobrinho Rogério Andrade e o genro travaram uma sangrenta batalha pelo espólio da contravenção, principalmente o das máquinas de caça-níquel.
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Ex-PM acusado por morte de Fernando Iggnácio é preso em operação na fronteira do Paraná

Otto Samuel foi abordado na cidade de Santa Terezinha de Itaipu, no oeste do estado, em operação do Programa Nacional de Segurança nas Fronteiras e Divisas

Fernando Iggnácio disputou herança com filho e sobrinho de Castor REPRODUÇÃO DE VÍDEO
Publicado 28/02/2023 13:13
Rio - A Polícia Militar do Paraná prendeu na segunda-feira (27) o ex-PM de São Paulo Otto Samuel, de 29 anos, foragido da Justiça acusado pela morte do bicheiro Fernando Iggnácio, em novembro de 2020, no Rio de Janeiro. Otto foi preso na cidade de Santa Terezinha de Itaipu, no oeste do estado, em operação do Programa Nacional de Segurança nas Fronteiras e Divisas (Vigia), do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Durante o patrulhamento de rotina, foi feita a abordagem do veículo. Otto estava com mais uma pessoa no carro e se apresentou para a equipe policial como sendo policial militar do Estado de São Paulo. Após verificação, foi constatado que ele havia sido excluído da corporação em 2021, e que havia contra ele um mandado de prisão em aberto pelo crime de homicídio. O acusado recebeu voz de prisão e foi encaminhado para a cadeia pública de Foz do Iguaçu.
O irmão de Otto, Pedro Emanuel Cordeiro, também é acusado do crime e está foragido. Já estão presos o cabo da PM Rodrigo Silva das Neves e o policial militar reformado Márcio Araújo de Souza. O miliciano Ygor Rodrigues Santos da Cruz foi encontrado morto em novembro do ano passado.
Em março de 2021, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou Rogério de Andrade e mais cinco pessoas pelo assassinato. Fernando Iggnácio e Rogério são respectivamente genro e sobrinho do falecido contraventor Castor de Andrade, que foi chefe do jogo do bicho no Estado. De acordo com a denúncia, o crime foi cometido por Rodrigo Silva das Neves, Ygor Rodrigues Santos da Cruz, vulgo Farofa, Pedro Emanuel D'Onofre Andrade Silva Cordeiro, vulgo Pedrinho, e Otto Samuel D'Onofre Andrade Silva Cordeiro, seguindo ordens de Marcio Araújo de Souza e Rogério Costa de Andrade e Silva, vulgo Patrão.

A denúncia descreve que os quatro primeiros denunciados chegaram de automóvel ao local do crime, tendo três deles invadido o terreno baldio que faz divisa com o heliporto, usando pelo menos dois fuzis. Após aguardarem por cerca de quatro horas, Fernando Iggnácio desembarcou em seu helicóptero, retornando de Angra dos Reis. Os denunciados, então, posicionaram suas armas em cima do muro, a uma distância de, aproximadamente, quatro metros do local onde estava estacionado o automóvel dele. 
Ainda de acordo com a denúncia, Marcio Araújo de Souza, um dos responsáveis pela segurança pessoal de Rogério de Andrade, foi o responsável por contratar, a mando de Rogério, os demais denunciados para executarem o crime. A investigação identificou que Rodrigo das Neves e Ygor da Cruz já trabalharam como seguranças da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel, cujo patrono é Rogério de Andrade.
Morte de Iggnácio
O contraventor voltava de helicóptero de uma viagem de Angra dos Reis, na Costa Verde, quando ao desembarcar foi atingido por vários tiros na cabeça quando caminhava em direção ao carro, ao lado da empresa Heli-Rio, no dia 10 de novembro de 2020. 
Antes de ser morto, Fernando Iggnácio seguiu à risca um hábito adotado sempre que viajava de helicóptero com a mulher Carmem Lúcia de Andrade Iggnácio, filha de Castor de Andrade, morto em 1997. Ele desembarcou sozinho, foi conduzido em um veículo elétrico até o estacionamento e deu os últimos passos até o seu carro após percorrer cerca de 100 metros, onde foi baleado.
O bicheiro travou uma luta durante décadas pela herança de Castor de Andrade. Desde a morte de Castor, o filho Paulo Roberto, morto em 1998, o sobrinho Rogério Andrade e o genro travaram uma sangrenta batalha pelo espólio da contravenção, principalmente o das máquinas de caça-níquel.
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