Publicado 03/03/2023 19:12
Rio - Moradores do bairro da Urca, na Zona Sul do Rio, estão inconformados com a construção de uma tirolesa de 755 metros de extensão que liga o Pão de Açúcar ao Morro da Urca. A empresa Indio da Costa A.U.D.T é a responsável pelo projeto, previsto para ser finalizado no segundo semestre deste ano. Segundo a secretária do Ambiente e Clima do Rio de Janeiro (SMAC), Tainá de Paula, os maquinários da empresa responsável pela construção realizaram uma série de perfurações que não estavam previstas no escopo inicial do projeto.
Esta ação foi interrompida por agentes da secretaria, mas as obras continuam normalmente, agora sem as máquinas de perfuração. Em relação às perfurações já realizadas, a secretária informou que a empresa responsável ficou de solicitar um "nada opor" para a SMAC e a Geo-Rio.
Aurimar Prazeres, presidente da Associação de Moradores RenovaUrca, afirmou estar indignada com a construção da tirolesa pois, segundo ela, vai descaracterizar o morro da Urca. "O que impressiona é a liberação dos órgãos para uma obra deste porte. É muita ganância, querem cada vez mais ganhar dinheiro", afirmou, descontente, a moradora.
De acordo com o Parque Bondinho Pão de Açúcar, todas as autorizações e licenças necessárias foram cedidas para a instalação do aparelho. "Cumprimos os requisitos técnicos exigidos pelo Monumento Natural dos Morros do Pão de Açúcar e da Urca (MoNa) e pelos órgãos licenciadores: Instituto do Patrimônio Histórico Nacional e Artístico Nacional (Iphan), Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico Inovação e Simplificação (Smdeis)".
O Monumento Natural dos Morros do Pão de Açúcar e da Urca foi tombado em 1973 como patrimônio histórico da cidade pelo Iphan. Sobre a construção em um equipamento tombado uma arquiteta e moradora do bairro, disse não entender como a obra foi viabilizada. "Sei que o fato de conseguirem autorização para a introdução de uma tirolesa, servirá como uma 'porteira aberta' para a aprovação de novas construções", afirmou a moradora.
Uma reunião, com 82 moradores, foi realizada no Centro do Rio para debater os possíveis impactos da obra. Além disso, um abaixo-assinado foi criado e já possui quase 5 mil assinaturas de pessoas contrárias à tirolesa.
Procurados, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) informou que existem dois projetos recentes de intervenção no Parque Bondinho Pão de Açúcar. O primeiro, aprovado pelo Instituto, trata da instalação da tirolesa entre os morros da Urca e do Pão de Açúcar, que vem sendo acompanhado por vistorias quinzenais deste Instituto. Já o outro projeto, um Plano Diretor com propostas para as três estações do complexo Pão de Açúcar, está nos trâmites iniciais de análise pela área técnica da Superintendência do Iphan no Rio de Janeiro.
Além da proteção do Iphan, autarquia federal vinculada ao Ministério da Cultura, o complexo dos Morros do Pão de Açúcar e Urca é parte integrante do sítio Rio de Janeiro: paisagens cariocas entre a montanha e o mar, declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO em 2012. Por isso, o Plano Diretor será apresentado e discutido no âmbito do Comitê Gestor da Paisagem Patrimônio Mundial que se encontra em fase de reinstalação.
Já o projeto da tirolesa foi aprovado não só pelo Iphan, mas também pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) e pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Cidade (SMAC). "O Iphan orientou a empresa contratada pelo Parque Bondinho Pão de Açúcar a adotar uma série de procedimentos e soluções para diminuir o impacto visual da nova estrutura, de modo a preservar o valor paisagístico do Pão de Açúcar, que fundamenta o tombamento. As soluções propostas pelo Iphan foram contempladas no projeto aprovado", disse o instituto.
Além da proteção do Iphan, autarquia federal vinculada ao Ministério da Cultura, o complexo dos Morros do Pão de Açúcar e Urca é parte integrante do sítio Rio de Janeiro: paisagens cariocas entre a montanha e o mar, declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO em 2012. Por isso, o Plano Diretor será apresentado e discutido no âmbito do Comitê Gestor da Paisagem Patrimônio Mundial que se encontra em fase de reinstalação.
Já o projeto da tirolesa foi aprovado não só pelo Iphan, mas também pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) e pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Cidade (SMAC). "O Iphan orientou a empresa contratada pelo Parque Bondinho Pão de Açúcar a adotar uma série de procedimentos e soluções para diminuir o impacto visual da nova estrutura, de modo a preservar o valor paisagístico do Pão de Açúcar, que fundamenta o tombamento. As soluções propostas pelo Iphan foram contempladas no projeto aprovado", disse o instituto.
A reportagem também procurou a empresa Indio da Costa A.U.D.T, responsável pelo projeto, mas até o momento eles não se manifestaram sobre as obras no Pão de Açúcar. O espaço está aberto para manifestação.
A empresa Indio da Costa A.U.D.T pertence ao arquiteto e urbanista Indio da Costa. O profissional, premiado nacionalmente e internacionalmente, já foi arquiteto da prefeitura do Rio de Janeiro, atuou no Departamento de Parques e Jardins da cidade, na Secretaria Municipal de Urbanismo e assinou projetos de grande porte, inúmeras residências e prédios públicos.
*Reportagem do estagiário Leonardo Marchetti, sob supervisão de Bernardo Costa
*Reportagem do estagiário Leonardo Marchetti, sob supervisão de Bernardo Costa
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