Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, os agentes encontraram um notebook, um tablet e um celular, além de ampolas para injeçãoReginaldo Pimenta/Agência O Dia
Publicado 15/03/2023 08:07 | Atualizado 15/03/2023 10:11
Rio - A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quarta-feira (15), a Operação Exactor. A ação tem como alvo uma milícia que atua em Nilópolis, na Baixada Fluminense, na cobrança indevida de uma taxa semanal de comerciantes. Agentes da 57ª DP (Nilópolis) saíram para cumprir nove mandados de prisão e 13 de busca e apreensão, mas os endereços estavam vazios.
Os policiais que conduziram as buscas encontraram os imóveis sem ninguém. Em entrevista à reportagem do DIA, o delegado da 57ª DP, José Guimarães Ferreira, disse acreditar que os advogados dos suspeitos possam ter tido acesso aos mandados através do Banco Nacional de Mandados de Prisão, avisado aos clientes, que tiveram tempo de fugir.
"O cenário que encontramos nos indicam isso. Parece, realmente, que a fuga foi algo feito de forma muito apressada. O mandado, por si só, foi expedido na segunda-feira (14) e cumprimos hoje (15) pela manhã", afirmou.
Por esse motivo, todos os procurados passaram a estar na condição de foragidos da Justiça, inclusive um PM, cujo nome não foi divulgado, que faria parte da quadrilha. O agente não se apresentou no batalhão para o trabalho e não tem o paradeiro conhecido.
Segundo as investigações, que duraram três meses, os criminosos cobravam, semanalmente, uma quantia de R$ 300 de cada comerciante. No caso de atraso no pagamento, a dívida acabava acumulando e, era nesse momento que os criminosos apresentavam um agiota que “pagava” o montante e passava a cobrar juros abusivos.
Com isso, a quadrilha se apropriava, de forma violenta e ilegal, de bens das vítimas até a sua falência financeira.
"É um claro modo de agir de milícia. Uso de coação, ameaça. Não temos ideia da quantidade de pessoas que eram extorquidas, porque elas têm medo de denunciar. Temem pela própria vida e a de familiares. Nós descobrimos essa quadrilha, porque um comerciantes, se enxergando sem saída, resolveu ter esse ato de coragem. Sem possuir, em dado momento, a quantia que era estipulada semanalmente, em poucos meses, ele estava "devendo" o montante de R$ 72 mil", contou o delegado.
 
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