Área de proteção que estaria sendo invadida fica entre o condomínio Novo Mundo e a Praia da ReservaReprodução/Google Earth
Publicado 17/03/2023 16:02
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Rio - Um grupo de moradores da Barra da Tijuca vem usando a internet, desde quinta-feira (16), para denunciar a invasão de uma área de proteção ambiental, entre a Praia da Reserva e o Condomínio Mundo Novo, na Zona Oeste do Rio. De acordo com o alerta, os supostos invasores tomaram posse de um terreno e iniciaram a construção de barracos. No entanto, a Prefeitura do Rio nega que haja irregularidades no local. 

"Além do flagrante crime ambiental, com o desmatamento em área de preservação e os incalculáveis prejuízos à natureza já verificados no local, sabemos que todas as favelas do Rio de Janeiro iniciaram-se com pequenas invasões de terra como essa e, com tais ocupações de espaço, historicamente vemos o crescimento da criminalidade", diz a postagem nas redes sociais.

Os moradores alegam que os supostos invasores intimidam quem tenta se aproximar da área, inclusive mantendo cães para proteger o terreno tomado. Uma clareira, protegida por cerca, foi aberta no local. Um vídeo compartilhado nas redes sociais, mostra duas construções levantadas no terreno. A área é protegida pelos animais.
A denúncia dos moradores chegou ao vereador Rogério Amorim (PSL), que usou as redes sociais para falar sobre o caso.
"Muito grave! Há relatos de intimidação por parte dos invasores que mantém cães de guarda no local, impedindo a avaliação dos estragos e extensão dos danos ao meio ambiente", disse o parlamentar. Amorim diz na postagem que entrou com um requerimento de informações para a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, além de acionar o Comando de Polícia Ambiental (CPAM).
A gerente-geral da Associação de Moradores do Mundo Novo, Elaine Lira, de 50 anos, contou que a situação das moradias começou no início da década de 1990, mas o receio dos moradores atualmente se deve aos movimentos de expansão. "Quem mora virado para lá diz que ouve barulhos de gente trabalhando à noite, fumaça e outras movimentações esquisitas. Muita coisa fica escondida pela vegetação densa durante o dia, então não dá para ver todas as construções", comenta. 

Procurada pelo O DIA, a Prefeitura do Rio, por meio da Subprefeitura da Barra da Tijuca e da Secretaria Municipal de Ambiente e Clima, confirmou o recebimento das denúncias e disse que enviou uma equipe de fiscalização para o local, nesta terça-feira (17). Os agentes, contudo, não identificaram nenhuma irregularidade ou crime ambiental.
Segundo os agentes, as moradias denunciadas são de um grupo familiar que reside no terreno, que integra o Parque Natural Municipal do Marapendi, há pelo menos 30 anos. Durante a vistoria, os agentes não identificaram indícios de expansão ou de desmatamento.

“Recebemos (de canais diferentes) a mesma denúncia. Nossa equipe prontamente foi até o local e verificou que, para além de não termos um cenário de desmatamento e de ou outras infrações ambientais, as famílias moram na região há trinta anos. Estamos atentos para casos que precisem de intervenção por parte da Secretaria. Mas é primordial que também estejamos vigilantes para que não alimentemos nenhuma forma de briga de classes, onde as pessoas em situação de vulnerabilidade não podem morar próximos a bairros de classe média alta”, afirma a secretária de Ambiente e Clima do Município, Tainá de Paula.

Segundo o Subprefeito da Barra, Raphael de Lima, o local tem as mesmas três construções que tinha na última vistoria, feita em 2021, quando a Patrulha Ambiental esteve no local. "Foi constatado que nenhuma nova construção foi realizada, não havendo nenhum vestígio de obras ou melhorias no local, portanto, são infundadas as denúncias divulgadas. Vale ressaltar que são moradias com mais de duas décadas de existência, que são parte de uma ação judicial sobre ocupação de área em questão,” afirmou o subprefeito.

Após a vistoria, a Coordenadoria de Defesa Ambiental emitiu relatório oficial informando que não foi constatado desmatamento ou expansão. O órgão esclareceu ainda que irá iniciar um processo de fiscalização ambiental para apurar a questão fundiária das moradias e o acompanhamento da situação ambiental. "Visto que trata-se de Unidade de Conservação de Proteção Integral", finalizou.
A fiscalização contou também com a Patrulha do Parque, a Polícia Militar Ambiental, representantes da Delegacia de Proteção ao Ambiente e a Gestora do PNM Marapendi.
Durante a fiscalização, estiveram presentes também a Patrulha do Parque, a Polícia Militar Ambiental, representantes da Delegacia de Proteção ao Ambiente e a Gestora do PNM Marapendi. 
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