Publicado 20/03/2023 16:14 | Atualizado 21/03/2023 19:55
Rio - A Polícia Federal, a Receita Federal e o Ministério Público do Trabalho (MPT) do Rio realizaram, nesta segunda-feira (20), uma operação contra uma organização criminosa especializada em tráfico de pessoas, fraude no comércio, sonegação de impostos e delito contra as relações de consumo. Na parte da manhã, 19 paraguaios foram resgatados em situação análoga à de escravidão em uma fábrica clandestina em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Durante a ação, a indústria estava em pleno funcionamento. No local, as vítimas eram responsáveis pela produção e distribuição de cigarros paraguaios falsificados, que eram enviados para diversos pontos do Estado do Rio.
De acordo com as investigações, os estrangeiros trabalhavam 12 horas por dia, de segunda a domingo. Eles revezavam em dois turnos e não tinham descanso semanal. Obrigados a morar na fábrica, as vítimas também se encontravam sem as mínimas condições de higiene. Além disso, conviviam com animais, esgoto a céu aberto e resíduos da produção dos cigarros.
Os paraguaios não recebiam nenhuma remuneração pelos serviços prestados, tinham locomoção restrita e trabalhavam sem equipamentos de proteção. Aos policiais federais, ele relataram que foram trazidos do país natal com vendas nos olhos, mediante a promessa de que trabalhariam na produção de roupas. No entanto, foram direto para a fábrica clandestina, onde estavam presos até o resgate.
Os estrangeiros também não tinham informações sobre a localidade onde estavam. Eles relataram que só tinham contato com apenas uma pessoa que andava armada e vestia uma máscara para ocultar o rosto. Esse suspeito era responsável por levar mantimentos.
Nomeada de Operação Libertais, a ação foi organizada por auditores fiscais do Ministério Público do Trabalho e contou com apoio da Polícia Federal e da Receita Federal. Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, expedidos pela 7ª Vara Criminal Federal do Rio.
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