Publicado 22/03/2023 22:24 | Atualizado 22/03/2023 22:38
Rio - A bebê Lara, de 1 ano e sete meses, que teve o dedo mínimo de uma das mãos amputado por erro médico, deverá ter alta do Pronto-Socorro de São Gonçalo na manhã desta quinta-feira (23). Apesar da alegria e ansiedade para que a pequena volte para casa, a avó, Adriana Lemos, revelou preocupação com as condições precárias de vida da família da menina.
Segundo Adriana, a nora e o filho perderam os móveis nas últimas chuvas que atingiram o estado do Rio e, até o momento, não conseguiram auxílio do município, mesmo após o erro médico que causou a amputação.
"Estivemos hoje (quarta-feira) na secretaria municipal de saúde e falamos com a secretária. Foi ai que nos disseram que a única coisa que poderia ser feita por nós era o agendamento das consultas dela. Falaram para nós que estava tudo sob controle, que ela estava sendo bem atendida e os médicos já estavam agendados. Então eu perguntei o que mais eles poderiam fazer por nós, porque minha neta entrou em um hospital do município e saiu de lá amputada. Com isso, me disseram que era só. Minha neta tem o dedo amputado e ganha de brinde uma consulta?", questionou a vó.
Ainda segundo a avó, a mãe de Lara tem cinco filhos e espera pelo sexto bebê. A família mora em São Gonçalo e sempre teve uma vida humilde.
"A realidade da Bruna [mãe da Lara] é muito difícil, porque ela é mãe de cinco filhos com idade de nove anos para baixo. Queríamos que a Lara, quando saísse do hospital, tivesse uma realidade diferente", afirmou Adriana.
A avó também fez um apelo, pedindo doações para a neta e doação de móveis usados que poderão se aproveitados pela família. "A gente não consegue muito. A gente é humilde e não tem voz. Estamos aproveitando que agora temos voz para falar e pedir socorro", completou.
Relembre o caso
A família disse ao DIA que a pequena Lara deu entrada na unidade de saúde, no último dia 10, para tratar uma picada de inseto inflamada no rosto. Durante o atendimento, foi necessária a internação e colocação de um acesso intravenoso para tratamento com antibióticos. Para evitar que a menina mexesse no curativo, a médica responsável pediu que suas mãos fossem enfaixadas.
"Ela já estava para ter alta. A técnica foi cortar a atadura que estava envolta na mão da Lara, porque ela estava com acesso para tomar antibiótico. Quando ela foi tirar, entrou com a tesoura e cortou o dedo dela inteiro. Nós achamos que ela tinha picotado, mas ela arrancou o dedo todo. As pessoas até diziam que a Lara estava chorando e gritando muito. Depois disso, a mãe foi tirada da sala e levada para a espera", afirmou a avó da menina, Adriana Lemos.
Ao perceber o sangue, a equipe médica foi acionada e a mãe retirada do local, sem saber a gravidade do que tinha acontecido, conta a avó. A menina então foi levada ao centro cirúrgico, onde teve parte do dedo mindinho amputado
"A enfermeira falou que foi um 'piquezinho', um cortezinho no dedo. Ontem eu fiquei de 10h às 17h tentando ver o que tinha acontecido mesmo, mas a médica falou que não poderia abrir, porque infeccionaria. Ela disse que tinha que esperar o cirurgião. Falou para aguardar, mas eu disse que ia abrir, porque trabalho com a área de saúde", lembrou.
Segundo a familiar, a equipe "parecia querer esconder" o incidente. "Não me deixavam tirar foto. Diziam que não podia tirar foto, que tinha uma lei. Esconderam até a última hora. A mãe pensava que era um cortezinho, quando abriu a gente viu que era quase metade do dedo. Parecia que queriam esconder. Levaram até para um quarto separado. Até disse que não entendia o porquê. Foi aí que disseram que estavam fazendo aquilo porque tinha acontecido um erro médico", reforçou.
"Ela já estava para ter alta. A técnica foi cortar a atadura que estava envolta na mão da Lara, porque ela estava com acesso para tomar antibiótico. Quando ela foi tirar, entrou com a tesoura e cortou o dedo dela inteiro. Nós achamos que ela tinha picotado, mas ela arrancou o dedo todo. As pessoas até diziam que a Lara estava chorando e gritando muito. Depois disso, a mãe foi tirada da sala e levada para a espera", afirmou a avó da menina, Adriana Lemos.
Ao perceber o sangue, a equipe médica foi acionada e a mãe retirada do local, sem saber a gravidade do que tinha acontecido, conta a avó. A menina então foi levada ao centro cirúrgico, onde teve parte do dedo mindinho amputado
"A enfermeira falou que foi um 'piquezinho', um cortezinho no dedo. Ontem eu fiquei de 10h às 17h tentando ver o que tinha acontecido mesmo, mas a médica falou que não poderia abrir, porque infeccionaria. Ela disse que tinha que esperar o cirurgião. Falou para aguardar, mas eu disse que ia abrir, porque trabalho com a área de saúde", lembrou.
Segundo a familiar, a equipe "parecia querer esconder" o incidente. "Não me deixavam tirar foto. Diziam que não podia tirar foto, que tinha uma lei. Esconderam até a última hora. A mãe pensava que era um cortezinho, quando abriu a gente viu que era quase metade do dedo. Parecia que queriam esconder. Levaram até para um quarto separado. Até disse que não entendia o porquê. Foi aí que disseram que estavam fazendo aquilo porque tinha acontecido um erro médico", reforçou.
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