Luiz Carlos Rendeiro Júnior, o Game Over, ficou conhecido durante os protestos que aconteceram no Rio ao longo de 2013 e 2014 Rede Social
Publicado 27/03/2023 09:01
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Rio - O ativista Luiz Carlos Rendeiro Júnior, conhecido como Game Over, de 34 anos, foi encontrado morto pela mulher, Elisa Quadros Pinto Sanzi, a Sininho, na casa onde vivia com a família em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, na manhã deste domingo (26). O casal ficou conhecido durante os protestos que aconteceram no Rio ao longo de 2013 e 2014.

Nas redes sociais, Elisa disse que seu coração está rasgado após a partida do amado. “O amor da minha vida se foi. Deixando meu coração rasgado e um buraco de saudade. Três filhos lindos e muita história de luta e exemplo. Ele não aguentou esse mundo e o peso que sentimos”, comentou.
O enterro aconteceu nesta segunda-feira (27) no Cemitério de São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, às 14h30.
“Tenho certeza que ele queria todo mundo que o admira, o ama e quem já viveu alguma história com ele no enterro. Vamos celebrar a vida desse homem incrível, revolucionário e que dedicou a vida pela luta. Te amo muito meu amor! Jamais vou deixar sua memória ser esquecida”, complementou Sininho ao informar sobre o sepultamento.

Quem era Game Over
Luiz Carlos Rendeiro Júnior, conhecido como Game Over, fazia parte junto com Sininho do grupo que usava nos protestos táticas de guerrilha urbana conhecidas como "black blocs", definidos como manifestações mais violentas. Os dois chegaram a aparecer em uma foto que repercutiu na época em que Sininho foi presa e estava sendo levada em um ônibus da Polícia Militar. Na imagem, o casal aparece se abraçando.
Na foto, momento em que Sininho foi presa e estava sendo levada por um ônibus da PM após protestos -  Estefan Radovicz/Arquivo/Agência O Dia
Na foto, momento em que Sininho foi presa e estava sendo levada por um ônibus da PM após protestos Estefan Radovicz/Arquivo/Agência O Dia
Em 2018, a Justiça do Rio determinou a prisão de 23 ativistas pela acusação de participarem de manifestações violentas. No julgamento, Game Over e Sininho foram condenados a sete anos de prisão.
O grupo foi acusado de formação de quadrilha, corrupção de menores, dano qualificado, resistência, lesões corporais e posse de artefatos explosivos. Eles puderam recorrer em liberdade.
Dentre as manifestações que participaram, uma delas foi onde ocorreu a morte de Santiago Andrade, cinegrafista da TV Bandeirantes morto por um disparo de rojão na cabeça.
A denúncia contra o grupo foi apresentada em 2014 pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), que afirmava que o grupo planejava protestos violentos durante o período da Copa do Mundo, inclusive o de incendiar a Câmara Municipal da capital fluminense.
Na época do julgamento, o grupo chegou a emitir uma nota de repúdio à decisão informando que lutar não é crime.
“Reafirmamos o que dissemos ao longo de todos estes anos: lutar não é crime! Crime é o estado de calamidade oferecido ao povo na fila dos hospitais, crime é a falta de vaga nas creches, crime são os ônibus caros e superlotados, crime é o que se pratica diariamente nas favelas, ensanguentadas pelo genocídio do povo preto e pobre. Isto é crime! E estes crimes, tenham certeza, não ficarão impunes para sempre”, disseram.
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