Publicado 29/03/2023 10:38
Rio - Policiais militares prenderam em flagrante, nesta terça-feira (28), na Rua Magno Martins, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio, dois traficantes acusados de extorquirem motoristas e motociclistas de aplicativos para que eles possam trabalhar no bairro. Com eles, foram apreendidos R$ 540,00 em espécie, três telefones celulares e uma lista de placas de veículos. As prisões aconteceram após a PM receber denúncias e mapear os pontos de cobrança dos criminosos. A Polícia Civil investiga se a ordem partiu do chefe do tráfico do Morro do Dendê, o Mario Henrique Paranhos de Oliveira, conhecido como “Neves do Dendê”.
Segundo as investigações da Polícia Militar, desde o dia 24 de março as mensagens com a proibição da entrada dos motoristas da Uber, Uber Moto e 99 Táxi no bairro e a cobrança de taxa circulam nos aplicativos de conversa. Os avisos se espalharam rápido em grupos voltados aos condutores, que teriam que pagar R$ 150 por semana, além de R$ 35 toda quinta e R$ 100 aos sábados, prestando serviço ao aplicativo e à cooperativa dos bandidos.
“Tivemos sucesso em prender dois fiscais que, além de cobrar pelo transporte alternativo, expandiram a modalidade e passaram a cobrar dos motoristas de aplicativo por essas atividades na Ilha do Governador”, afirmou o tenente-coronel Fábio Cardoso, comandante do 17º BPM.
Os dois homens vão responder pelos crimes de tentativa de extorsão e por associação para o tráfico de drogas. Na 37ª DP (Ilha do Governador), para onde a ocorrência foi levada, os bandidos disseram que eram fiscais de transporte alternativo, mas não souberam informar de quem partiu as ordens de cobrança. O delegado Mário Jorge Ribeiro investiga se elas vieram do chefe do tráfico do Morro do Dendê, o Mario Henrique Paranhos de Oliveira, o “Neves do Dendê”, de 38 anos.
"Nós recebemos várias denúncias. Uma dela diz que a ordem partiu do chefe do tráfico do Morro do Dendê, mas investigamos também se alguém fez essa divulgação para causar desordem. Achei muito estranho, que não veio nenhum motorista prestar queixa e dar depoimento, e os aplicativos também não entraram em contato para reclamar das supostas extorsões. A nossa prioridade é descobrir de onde vieram essas ordens", disse.
A cobrança de taxa não somente atinge o trabalho dos motoristas e motociclista de aplicativos, como afeta serviços de entrega como IFood, Happi e Zé Delivery, que dependem dos condutores. A jornal O Dia entrou em contato com o IFood, Uber, 99 Táxi e Happi, mas ninguém retornou. Nós não conseguimos contato com o Zé Delivery.
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