Estouro de tubulação em Santíssimo. Na foto, movimentação de funcionários, que identificam vazamentos e reiniciam reparos.Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Publicado 30/03/2023 12:47
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Rio - Moradores de Santíssimo, na Zona Oeste, que tiveram as casas alagadas após o rompimento de uma adutora no último sábado (25) começaram a receber as indenizações prometidas pela Rio+Saneamento. No entanto, alguns deles alegam que os valores não são compatíveis com os danos causados e outros ainda esperavam o recebimento do dinheiro após a realização de acordos. Em relação ao conserto, a concessionária informou, nesta quarta-feira (30), que o reparo na adutora e o aterramento da via já foram concluídos. Equipes iniciam ainda hoje a recomposição asfáltica.

O autônomo Edvaldo Cândido Alves,46 anos, que perdeu a maior parte dos móveis, como geladeira, televisão e fogão, foi um dos moradores que já recebeu o valor da indenização. Apesar disso, ele explica que o dinheiro vai ajudar, mas não é o bastante. Ele que mora no local desde que nasceu conta que essa é a quarta vez que perde tudo nessas mesmas circunstâncias.

“Eles me pagaram, mas o dinheiro que eles me deram não dá pra nada. Eu perdi muita coisa, mas aí para não ficar sem nada eu aceitei, só que não dá pra comprar tudo. Apesar disso, nem todo mundo recebeu ainda. Hoje me disseram que vão colocar afasto e que vão acabar a obra amanhã para liberar a pista”, contou.


A cabeleireira Beatriz Margarida, de 33 anos, que tem um salão na estrada atingida pela enchente, também já recebeu. Ela lembra que ainda conseguiu salvar a maior parte das suas coisas porque percebeu o volume da água subindo.

As tias idosas da cabeleireira, de 62 e 67 anos, segundo ela, não tiveram a mesma sorte. As duas casas das famílias ficam em um quintal onde tudo foi levado pela água. Beatriz explica que tudo aconteceu muito rápido e que nem todos tiveram tempo de reagir, como foi o caso das próprias tias.

Outra moradora, a cuidadora de idosos Soraia dos Santos Carneiro, de 45 anos, contou que perdeu 80% das coisas da casa. Ela disse que já assinou os papéis referentes ao acordo e aguarda receber o dinheiro. No sábado (25), ela estava trabalhando e só conseguiu ver o estrago deixado pela inundação no domingo. O imóvel, de apenas dois cômodos, estava completamente revirado e devastado pela lama.

“Eu ainda tô resolvendo questão de documentos da área da saúde que eu perdi, então na minha cabeça ainda está tudo confuso. Perdi 80% das minhas coisas, as roupas de sair e ficar em casa não foram afetadas porque estava bem no alto, a água entrou acima da cintura, outras coisas que não estragaram foram minhas imagens de santo. prato e copo. O dinheiro que eles me ofereceram ajuda muito pouco, mas eu aceitei porque sou boa de coração, mas tudo não vai dar pra comprar, mas aos pouquinhos a gente ajeita”, contou.

O repositor de supermercado Márcio de Oliveira, de 41 anos,morador do local há três anos, que vive com mais sete pessoas, incluindo duas crianças, teve que sair correndo do trabalho ao saber que a água estava invadindo a sua casa. Ao DIA, ele contou que seu prejuízo é estimado em cerca de R$ 30 mil e que está em negociação com a concessionária que ofereceu um valor menor.

“Eles ainda estão fazendo uns acordos, mas já pagaram outras pessoas, me disseram que vão resolver o meu até 20h de hoje, só que o meu prejuízo foi de R$ 30 mil, aí eles estavam enrolando pra resolver”, disse.

Em nota, a Rio+Saneamento esclarece que as negociações individuais para ressarcimento e reparação do prejuízo das famílias seguem em curso com o levantamento dos danos e a lista de bens, por meio de fotos e vídeos, para a definição dos valores de indenização a serem pagos. Cerca de 70 acordos estão encaminhados e, desde a última segunda-feira, os pagamentos já começaram a ser realizados.

“Equipes de assistência social da Rio+Saneamento permanecem no local em contato com a população para oferecer todo o suporte necessário”, acrescentou em comunicado.
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